quarta-feira, 4 de março de 2009

Mais um Dinossauro descoberto em Portugal

Dentro da Paleontologia, ciência que estuda os fósseis e seres extintos e nos permite obter dados acerca da idade da Terra, das mudanças nela ocorridas e da evolução da Vida, tem hoje bastante actualidade e aceitação, sobretudo por parte dos jovens, a temática dos dinossauros.

Ainda que essencialmente relacionada com a Geologia e a Biologia, a Paleontologia é uma ciência interdisciplinar que, no caso dos dinossauros implica estudos de Física, Fisiologia, Vulcanologia, Astrofísica, entre outros.

O estudo dos dinossauros está em constante evolução devido às frequentes novas descobertas que recentemente têm surgido. Como exemplo, temos as notícias do passado dia 2 deste mês que dão a conhecer uma nova espécie de dinossauro descoberta em Portugal.



Descoberta nova espécie de dinossauro em Portugal

(…)Chama-se 'Miragaia longicollum' porque tem o pescoço longo, foi descoberto na Lourinhã e é uma nova espécie de dinossauro. A equipa do paleontólogo Octávio Mateus já publicou um artigo científico.
Quando o paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, foi alertado há dez anos para o achado de um grande osso num caminho agrícola de Miragaia (Lourinhã) não podia saber que esse era o primeiro passo para a descoberta de uma nova espécie de dinossauro em Portugal.

Este é um novo estegossauro (com placas ósseas no dorso, a lembrar a imagem de um dragão), que os seus descobridores baptizaram de Miragaia longicollum, um nome cheio de significados. Entre eles, o de pescoço comprido, uma das imagens de marca da espécie.

O artigo científico com a descrição do novo dinossauro, que viveu no Jurássico Superior (há 150 milhões de anos), foi publicado na semana passada, na Proceedings of the Royal Society.(...)As escavações foram feitas em 1999 e 2001. Entre 2002 e 2006, os investigadores fizeram a preparação laboratorial dos fósseis, os moldes e as réplicas. O estudo iniciou-se então e ficou concluído em 2008. "O esqueleto não está completo, mas para um dinossauro é bom", adiantou ao DN Octávio Mateus, sublinhando que "o crânio está completo, o que faz dele o único crânio de estegossauro da Europa".

Em 2006 a equipa percebeu que aquele não era uma estegossauro como os outros. Este tem um longo pescoço de metro e meio, com 17 vértebras. "Pode haver duas razões para isto", diz Octávio Mateus. "Ou se tratou de uma adaptação, como estratégia de alimentação, por exemplo, ou houve uma selecção sexual, por preferência de parceiros com o pescoço mais compridos". O aparecimento de novas vértebras, por regulação genética e a cervicalização das vértebras dorsais terão conduzido a esse pescoço mais longo. "Mas o que isto demonstra é uma enorme plasticidade evolutiva dos dinossauros", conclui Octávio Mateus.

In: "DN Online", 02-03-2009


O estegossauro «Miragaia longicollum» apresentado à comunidade científica

A revista inglesa Proceedings of the Royal Society publicou na semana passada um artigo em que se dá a conhecer à comunidade científica internacional a descoberta de uma nova espécie de estegossauro, animal do período do jurássico, com 150 milhões de anos.

O artigo «A new long-necked ‘sauropod-mimic’ stegosaur and the evolution of the plated dinosaurs» é assinado por Octávio Mateus, da Universidade Nova e colaborador do Museu da Lourinhã, responsável pela descoberta da espécie, designada de «Miragaia longicollum», pertence a um dinossauro encontrado na localidade de Miragaia, em 2001. Seguiram-se anos de análise dos achados (e tratamento, para que não se degradassem).

Segundo o investigador explicou à Agência Lusa, "o animal caracteriza-se pelo pescoço comprido, de metro e meio, e pelas suas 17 vértebras”. A equipa que analisou os achados sabia “que era um estegossauro. Quando começámos a contar vimos que eram vértebras a mais do que aquilo que era conhecido". "Ainda que o pescoço de cerca de metro e meio do Miragaia longicollum possa parecer pequeno quando comparado com o dos gigantes saurópodes, as 17 vértebras cervicais representam mais cinco do que as do estegossauro e mais dez do que as da girafa".

Os dinossauros estegossauros são normalmente identificados pelas suas placas no dorso, espinho na cauda, membros pequenos e pescoço curto. "Contudo, o novo estegossauro surpreendeu-nos pelo pescoço comprido", sublinhou Octávio Mateus, acrescentando que "o alongamento do pescoço ocorreu por dois processos evolutivos: pela adição de mais vértebras do pescoço e pela cervicalização, isto é, a transformação de vértebras do dorso em pescoço".

Os paleontólogos adiantaram ainda duas hipóteses para o tamanho do pescoço: "a competição com outros dinossauros, que os leva a explorar áreas de alimentação menos usadas por outros herbívoros, ou a selecção sexual, em que os indivíduos de pescoço maior seriam mais facilmente seleccionados pelos parceiros".

Octávio Mateus(…) considerou ainda que a importância da descoberta para a ciência é que "vem provar a diversidade e unicidade dos dinossauros em Portugal e demonstra ainda a sua capacidade de evoluírem de forma rápida e se adaptarem às condições ambientais".

O estudo baseou-se na parte da frente de um esqueleto incluindo o crânio, o único conhecido de um estegossauro na Europa.

Este achado junta-se à colecção do Museu da Lourinhã que tem como principal atracção um ninho com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões -- que foram estrelas de um grande documentário da BBC sobre dinossauros(…)

In: "Ciência Hoje", 2209-03-02


O Estegossauro (de nome científico Stegosaurus armatus), cujo nome significa "lagarto telhado", viveu na época Jurássica, há aproximadamente 200 milhões de anos atrás e recebeu esse nome porque se pensava que as suas placas ósseas protectoras eram dispostas como as telhas de um telhado. Sabe-se hoje que essas placas ficavam em pé ao longo da coluna vertebral, fixadas na pele duríssima e não no esqueleto. Há diversas teorias sobre a utilização dessas placas: como armadura ou talvez como reguladores térmicos, aquecendo ou esfriando o corpo do Estegossauro conforme a sua disposição ao sol ou ao vento. Há também a possibilidade de estas placas terem sido usadas para a exibição, isto é, o Estegossauro podia bombear sangue para as placas tornando-as mais vivas e vermelhas, o que seduzia o parceiro ou amedrontava o atacante. O corpo deste animal era maciço e a cauda extremamente musculosa era a sua arma de ataque, já que contava com quatro espinhos ósseos de 50 centímetros a 1 metro de comprimento. O pescoço terminava numa cabeça bastante pequena, de apenas 40cm, comportando um cérebro do tamanho de uma noz. Quando o Estegossauro estava em perigo, curvava a cabeça para baixo, protegendo-a com a nuca repleta de placas e ao mesmo tempo aplicava fortes golpes laterais com a cauda. Várias espécies de Estegossauro viveram na América do Norte, sendo que alguns eram mais primitivos e tinham as placas menores e mais pontiagudas. Mas, duma maneira geral, o Estegossauro pesava cerca de 6 toneladas, media 12 metros de comprimento e 4 de altura e era herbívoro.

18 comentários:

  1. Mis queridos amigos, no dejáis de sorprenderme, con la variedad de temas que tocáis en este luminoso Farol.

    Os felicito por ello, de corazón.

    Un beso enorme.

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  2. Adorei este post, obrigado Amigos!

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  3. Hola Luisa

    Eu própria me interroguei se a seguir a dois posts de poesia de Victor Hugo ficaria bem falar de "dinossauros"... Mas, como dizemos no texto introdutório deste blog "...de acuerdo con nuestro estado de alma, exprondremos ideas, opiniones, vivencias y temas diversos...".
    E, como estas duas notícias tinham acabado de passar pelas minhas mãos, nada melhor do que colocá-las aqui para divulgar Ciência, Conhecimento e Saber. Afinal, tudo isto faz parte da Vida!...

    Gracias amiga por tus palabras cariñosas.

    Para ti, otro beso enorme.

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  4. Olá Cristina,

    Fico, ou melhor, ficamos felizes e alegres sempre que aqui deixas o teu comentário e quando dizes que gostas dos assuntos que aqui colocamos.

    Penso que a variedade é agradável e benéfica para todos nós, já que somos uma imensa multidão bastante heterogénea e há que tentar "chegar" a todos.

    Um abraço.

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  5. Muito profundo este post. Sabes que estou a meia dúzia de quilómetros, da terra dos Dinosauros.(Lourinhã)
    Agradeço o comentário simpático e a abertura à nossa Amizade.Pois por tu nos trataremos com agrado.
    Beijo.

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  6. Tétis
    Obrigado pelas suas amáveis palavras. Livros e gatos são duas coisas que os espíritos sensiveis
    gostam - Obrigado.
    Não sei se já leu o meu "post" em Athanor de Letras - Etiquetas - Animais na história do mundo - os gatos.
    O vosso blogue também é muito interessante, acompamho-o com regularidade.
    Boa continuação
    saudações

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  7. Olá Tétis,

    Parabéns pelo teu tema, surpreendeste-me!
    Gosto de Dinossauros e de temas diversos, aparentemente “desordenados”, de acordo com o nosso estado de alma!
    Agora a sério, gosto de história natural, geologia, dinossauros e “galopins”…
    Já visitaste o Sopas de pedra? ;)

    Um abraço grande

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  8. Olá Tétis,

    Gostei muito do post relativo aos dinossauros. Penso que a vossa grande sabedoria está na abrangência dos vossos interesses, dos vossos temas. Passar de Victor Hugo para os dinossauroso, de Pessanha para o Condor, minha amiga estás de PARABÉNS.

    Bj grande

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  9. Hola Tétis,
    que sorpresa, bueno quizas no, al final es normal, aun resta por descubrir tantas cosas. ..

    - Un poco o mismo mucho!!!, sera como para el ser humano que tb es un dinosaurio...tantas cosas restan aun en descubrir...

    Post muy interesante como siempre para saber y aprender, lo lei y volvere a leer...

    besos y feliz fin de semana.

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  10. Olá Andradarte,

    Obrigada pelo teu comentário. É sempre um prazer receber a tua agradável e simpática visita.
    Conheço a Lourinhã mas nunca visitei, "in situ", o famoso Museu dos Dinossauros, apenas o vi através de filmes e imagens.

    Fiquei muito contente por aceitares que nos tratemos por tu e por considerares que se deu a abertura da nossa amizade. Estou certa que nenhum de nós se irá arrepender de termos aberto "essa porta". Os "Carneiros" são amigos de verdade!...

    Beijo amigo

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  11. Olá José

    Tem toda a razão, as pessoas que conheço, em simultâneo amantes de livros e gatos, são sempre muito sensíveis.
    Não querendo divagar demasiado acerca deste assunto (dado que penso não ser o lugar próprio para o fazer), já reparou que há uma certa semelhança no prazer que se sente, através do tacto, quando se acaricia um livro e um gato? Estou a falar, é claro, dos verdadeiros bibliófilos e gatófilos(???).

    Ainda não li o seu post sobre gatos, obrigada por me ter alertado para ele. Irei lê-lo com calma e saborear o seu conteúdo.

    Quero também agradecer-lhe por seguir este nosso blog, que alguns possivelmente acharão incoerente e desorganizado, mas, como já aqui se disse, é o espelho do nosso estado de alma no momento em que publicamos os diversos posts.

    Um abraço

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  12. Olá Argos,

    Claro, eu sabia, "dinossauros", "galopins", isto para já não falar em "estrelas", são a tua paixão!...

    Sim, conheço o "Sopas de pedra" e o seu autor/dono pessoalmente. Um blog de primeira que vale a pena visitar.

    Pois, o nosso blog é isso mesmo, "a desordem dentro da ordem", ou melhor, "a ordem dentro da desordem". Será que com este trocadilho "desordenei" as ideias de alguém???

    Um abração

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  13. Olá Teresa,

    Que bom que apareceste aqui no nosso Farol e que gostaste do nosso dinossauro...

    Pois este blog pretende ser tudo e ao mesmo tempo nada, ou seja, ser generalista e não especializado em determinado tema ou conteúdo.

    Agora brincando um pouco... Passar de Pessanha para Condor e de Victor Hugo para Dinossauro, não é coisa muito complicada!... Repara bem que Pessanha, devido ao consumo excessivo e sistemático de ópio, bateu a asa - logo assemelha-se ao Condor... Victor Hugo, devido à sua provecta idade e ao seu peso como escritor, poderá ser considerado um Dinossauro!...

    Desculpa amiga, mas um pouco de humor às vezes faz bem. E como este blog tem a ver com o nosso estado de alma...

    Volta sempre. Um beijão

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  14. Salut Poseidón!...

    Há ainda mesmo muito a descobrir e a aprender. A cada dia surgem novas descobertas, novas informações e por isso é tão difícil mantermo-nos minimamente actualizados em relação ao que se passa em nosso redor.

    Obrigada, um bom fim de semana também para ti.

    Besos

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  15. Además, Tétis, entre los dos, el "dinossauros" y Victor Hugo existe relación: los dos eran unos gigantes de su tiempo, dignos de guardar y aprender de ellos en la actualidad.

    Es un placer, una suerte la nuestra, el poder disfrutar de un sentiemiento, para de seguido, saborear una información que nos endulza el intelecto.

    Bikiños moi doces

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  16. Olá Xosé,

    Obrigada pelo teu comentário.

    É verdade, ainda há mais essa relação a acrescentar entre Victor Hugo e os dinossauros. Ambos foram gigantes para o seu tempo e de ambos tiramos ensinamentos para a actualidade.

    E ainda bem que entendes e te agrada a "metodologia"(???), a "aparente desordem" deste blog. Penso que a diversidade é bastante enriquecedora e mais agradável para todos nós.

    Bikiños moi doces

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  17. Nobre colega Tétis,

    O saber nunca é demais. Qualquer que seja o assunto nós estamos sempre aprendendo. Valeu!

    Um grande abraço

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  18. Amigo Marley,

    Obrigada pelas suas palavras sempre amigas e encorajadoras.

    Tem toda a razão, "o saber não ocupa lugar" e estamos sempre a aprender.

    Um grande abraço

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