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domingo, 10 de janeiro de 2016

Antártida



Uma das composições de Vangelis de que muito gosto e costumo muitas vezes escutar, levou-me a partilhar convosco este alerta para um problema ambiental cujas implicações podem afectar gravemente todo o nosso planeta. Trata-se das mudanças ambientais que a cada dia se estão a fazer sentir na Antártida.

Pela primeira vez em 2014 foi formulada pela comunidade internacional uma visão colectiva para a Antártida que envolveu 75 cientistas de 22 países. Nesta cimeira científica delineou-se a estratégia a seguir nos próximos 20 anos relativamente a algumas áreas científicas que precisam de intervenção urgente, nomeadamente definir o alcance global da atmosfera da Antártida e do Oceano Antártico, compreender como, onde e porquê a camada de gelo da Antártida está a desaparecer, revelar a história da Antártida, entender como evoluiu e sobreviveu a vida na Antártida e reconhecer e mitigar a influência humana no espaço e universo Antártico.

Recentemente um estudo da NASA suscitou alguma polémica ao defender que os ganhos de gelo em determinadas regiões da Antártida são superiores às perdas, apesar das previsões indicarem um aumento global do degelo nos próximos 20 anos.

No entanto uma outra investigação ainda mais recente do “Postdam Instutute for Climate Impact Research”, da Alemanha, afirma que o degelo na Antártida Ocidental não será compensado por ganhos noutras regiões, levando a um aumento de três metros no nível do mar.

De qualquer forma existe consenso de que a Antártida é um dos locais do mundo onde as alterações climáticas se estão a fazer sentir de forma mais rápida e intensa.

Este imenso continente, com tanto ainda por explorar e descobrir, tem inspirado muitos escritores e artistas, talvez devido ao mistério que o envolve e ao fascínio que exerce sobre muitos de nós. É o caso de Vangelis e da sua magnífica composição “Theme from Antarctica” que aqui vos deixo.

domingo, 19 de maio de 2013

Água mais antiga do mundo está no Canadá

Na reserva encontrada a 2,5 quilómetros de profundidade abundam os elementos químicos necessários à vida

Uma equipa de investigadores britânicos e canadianos descobriu a água mais antiga do mundo. Encontra-se a 2,5 quilómetros abaixo do solo de Ontário. Permaneceu inalterada e sem contacto com o exterior durante, pelo menos, 1500 milhões de anos.

A reserva, onde abundam os elementos químicos necessários para a vida, dará novas pistas sobre como esta terá surgido. O estudo está publicado na «Nature».

Esta água, dizem os investigadores, pode, inclusivamente, conter alguma forma de vida, já que tem todos os elementos necessários para que ela aconteça. Além do mais, as rochas que a mantêm presa são muito parecidas com as de Marte, o que reaviva as esperanças de encontrar vida debaixo da superfície do Planeta Vermelho.

O achado vir a alterar conceitos estabelecidos sobre os lugares aptos para a vida, assim como oferecer novos caminhos de investigação sobre como podem desenvolver-se e evoluir os micro-organismos em condições de completo isolamento.

Os investigadores das universidades de Manchester, Lancaster, Toronto e McMaster analisaram a água filtrada através de rochas de uma mina que se encontra a 2400 metros de profundidade. Descobriram que essa água contém gases como hidrogénio e metano em diferentes formas (isótopos), bem como gases nobres: hélio, néon, árgon e xénon. Tem uma maior concentração de hidrogénio do que, por exemplo, a que existe à volta das fontes hidrotermais no fundo do oceano, à volta das quais existe vida em abundância.

As rochas que rodeiam a água foram datadas em 2700 milhões de anos, apesar dos cientistas não crerem que a água tenha essa antiguidade. Através de técnicas de medição subterrânea desenvolvidas na Universidade de Manchester, os investigadores mostraram que a água tem pelo menos 1500 milhões de anos.

“A nossa descoberta é de máximo interesse para os investigadores que estudam como os micro-organismos podem evoluir em condições de isolamento. E é crucial para se estudar a questão da origem da vida, da sua sustentabilidade e desenvolvimento tanto em ambientes extremos como em outros planetas”, considera Chris Ballentine, da Universidade de Manchester, que dirigiu o projecto.

As equipa não sabe ainda de o sistema subterrâneo tem ou não vida. Mas os cientistas estão seguros de que identificaram uma forma dos planetas poderem criar e preservar um ambiente favorável para que micro-organismos sobrevivam milhares de milhões de anos. Abre-se, assim, a possibilidade de existirem ambientes semelhantes debaixo da superfície de outros planetas, como Marte.

Fonte: "Ciência Hoje", 19 Maio 2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

As ondas gigantes da Nazaré


Garrett McNamara: “ondas da Nazaré são únicas no mundo”


Surfar na Nazaré é cada ano mais desafiante, afirmou esta terça-feira Garrett McNamara, sublinhando as características únicas das vagas da Praia do Norte consideradas pelo surfista norte-americano «únicas no mundo».

«Na Nazaré a onda é sempre muito imprevisível, pode vir de um lado ou de outro e nunca sabemos como vai rebentar», disse Garrett McNamara, surfista que na segunda-feira surfou na Praia do Norte uma onda que lhe poderá valer novo recorde do mundo.

Apesar de já ter surfado ondas grandes em vários pontos do Mundo e de reconhecer à Nazaré algumas semelhanças com mares do México e do Havai, McNamara não tem dúvidas em considerar a Praia do Norte «um lugar único no mundo, onde as ondas têm muita personalidade e são muito especiais».

Aliás, frisou, «tudo na Nazaré é especial» e por isso regressa ano após não para concorrer mas também para «partilhar com o maior número de pessoas» as aventuras em ondas gigantes que no último ano têm contribuído para atrair milhares de pessoas à localidade.

Garrett McNamara, que desta vez está acompanhado por Kealii Mamala (com quem surfou ondas geradas pela queda de blocos de um glaciar no Alasca em 2007) e por Kamaki Worthington e Hugo Vau (que formaram a equipa de segurança dentro de água), realçou a emoção de assistir ao desempenho dos companheiros dentro de água, onde durante o dia de hoje continuam à procura de ondas gigantes.

O surfista que não quer dar a sua opinião sobre se a onda de segunda-feira foi ou não maior que a surfada em 2011. Contudo, disse que foi «definitivamente diferente, poderá não ter sido a mais alta, mas poderá ter sido mais larga e uma enorme massa de água».

A expectativa de McNamara é que se o recorde não tiver sido batido na segunda-feira não o será hoje, porque «as ondas estão perfeitas, mas mais baixas».

Até ao final da semana promete voltar à água todos os dias na busca da onda de cem pés.

Garrett MacNamara está na Nazaré no âmbito da ZON NORTH CANYON SHOW, um projeto de três anos, iniciado em 2010, protagonizado pelo surfista e desenvolvido pela Nazaré Qualifica com o objetivo de promover a Nazaré internacionalmente como destino turístico de referência para a prática dos desportos de ondas grandes e de filmar três documentários que registam a atividade desportiva de McNamara e o quotidiano da vila.



Porquê estas ondas gigantes? O que é o "Canhão da Nazaré"?


O “Canhão da Nazaré” é o maior desfiladeiro submerso da Europa com uma extensão de cerca de 200 quilómetros, que se desenvolve ao longo da direcção Este-Oeste e que atinge os 5000 metros de profundidade na planície abissal onde desemboca. A cabeceira do canhão encontra-se a menos de um quilómetro da costa na direcção Sudoeste. Esta contiguidade da cabeceira à linha de costa potencia condições oceanográficas singulares que originam processos hidrodinâmicos e de transporte sedimentar, directamente relacionados com a presença do canhão e sua morfologia.

A proximidade da cabeceira do canhão à costa afecta as características da ondulação nas zonas pouco profundas adjacentes, como se atesta pelo significativo empolamento da onda na Praia do Norte, antes da zona de rebentação em situações de incidência de Oeste. Este fenómeno deve-se à interacção da ondulação com o bordo norte da cabeceira que resulta numa focagem ou convergência da onda por refracção e consequente empolamento.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Acontece na Patagónia


Lago da Patagónia chilena esvazia-se 'do dia para a noite'

Os cientistas estudam um curioso fenómeno que ocorre em alguns lagos da Patagónia chilena e que, este ano, aconteceu, por duas vezes, no lago Cachet 2, localizado a quase dois mil quilómetros da capital chilena. Literalmente do dia para a noite, em menos de 48 horas, o lago que alberga 200 milhões de metros cúbicos de água, esvaziou-se e perdeu os seus 31 metros de altura de água.

O processo de esvaziamento começou no sábado de 31 de Março, cerca das 23h locais, e terminou 48 horas depois, deixando o lago completamente vazio, o que se reflectiu no aumento dos caudais do rio Baker e afluentes. De acordo com o espanhol El Mundo, no rio Colonia, o caudal triplicou, aumentando 1.100 metros cúbicos por segundo.



Explicação científica


«Tal como tem acontecido nos últimos anos, o lago esvazia-se de forma cíclica, de forma que para nós é um fenómeno relativamente esperado», explica o director geral do instituto chileno das Águas».

Apesar de ser um fenómeno esperado pelas autoridades e cientistas, a verdade é que ser trata de um acontecimento natural, mas relativamente recente. A direcção Geral das Águas explica que o fenómeno, que teve lugar pela primeira vez em 2008, se está a tornar mais frequente.

Esta é a décima primeira vez que o esvaziamento do Cachet 2 tem lugar e as causas, apesar de ainda não serem de todo claras, são atribuídas pelos cientistas ao aquecimento global.

Para já, este fenómeno é conhecido entre a comunidade científica como GLOF (Glacial Lake Outburst Flood, em tradução livre: 'cheia repentina de lago glaciar') e designa essa espécie de 'tsunami fluvial' provocado por uma quebra do gelo do glaciar próximo do lago.

O que acontece em Cachet ,de forma cíclica, será, suspeitam os cientistas, provocado pelo calor excessivo que as mudanças climáticas provocam sobre o Glaciar Colonia. Sobreaquecido, o glaciar abrirá rachas que, ao cederam com a pressão da água, abrem um túnel através do qual, em poucas horas, flui praticamente toda a água do lago.


Fonte:  Sol.Sapo.pt

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Continente Africano assenta sobre enormes reservatórios de água


Um mapa geológico elaborado por cientistas britânicos mostra que o continente africano está sobre uma vasta reserva de águas subterrâneas. As bolsas agora mapeadas situam-se sobretudo a norte, podendo dar de beber a mais de 300 milhões de africanos que vivem actualmente sem água potável.

Segundo os cientistas, os aquíferos subterrâneos têm um volume de água total 100 vezes superior à água encontrada na superfície, ascendendo a meio milhão de quilómetros cúbicos, o que equivale a vinte vezes o volume de precipitação anual em toda a África.

Cerca de metade dos principais aquíferos localizam-se no subsolo da Líbia, Argélia e Chade. As condições climáticas que transformaram o norte de África no Deserto do Saara demonstram que as bacias sedimentares receberam água pela última vez há 5.000 anos. Dada a lentidão com que os aquíferos são renovados, a sobre-exploração da água poderá esgotar rapidamente as reservas, sobretudo em locais desérticos ou em épocas de seca.

Foram encontradas também grandes reservas nas costas da Mauritânia, Senegal, Gâmbia e parte da Guiné-Bissau, assim como no Congo e na região limítrofe entre a Zâmbia, Angola, Namíbia e Botswana. 

Em muitas zonas áridas e semi-áridas do continente africano seria possível extrair facilmente água destas reservas, dado que se localizam, em muitos casos, a menos de 25 metros de profundidade. Já nalguns países do norte, como a Líbia, as reservas estão a mais de 250 metros de profundidade, o que implicaria uma infraestrutura mais cara e complexa.

É no Corno de África onde se encontram os aquíferos mais pequenos, mas ainda assim com uma quantidade suficiente para o consumo humano e para uma extracção pouco dispendiosa através de poços, uma vez que, dada a boa qualidade dessa água, não seria necessário grande investimento no seu tratamento.

Apesar destes resultados animadores, os cientistas alertam para o facto de que uma exploração desregrada desta vasta riqueza hídrica pode esgotá-la rapidamente.
Assim, os autores deste estudo consideram inviável a construção de grandes metrópoles aproveitando estes grandes aquíferos, até porque são escassos os locais onde se poderão instalar furos de grande extracção, concentrando-se apenas nos territórios do Egipto, do Sudão e do Senegal.
 
Pelo contrário, dizem, em quase todo o continente podem ser instalados furos de pequena extracção: "Para muito países africanos, furos localizados e desenvolvidos de forma apropriada permitem extração através de bombas de água (fornecendo de 0.1 a 0.3 litros por segundo) e as reservas são suficiente para sustentar essa exploração ao longo das variações anuais de reposição da água".

Como apenas 5% das terras aráveis de África são irrigadas, este novo estudo poderá mudar esta situação e auxiliar as populações mais afectadas pela seca, recorrente e cada vez mais agravada pelas alterações climáticas.

O estudo, elaborado pelo British Geological Survey em colaboração com a University College London, é a primeira investigação que abrange todas as reservas de águas subterrâneas do continente africano. Para ele contribuiram os planos hidrológicos elaborados por diferentes países de África, bem como os resultados de 283 estudos regionais anteriores. Este estudo deu origem a uma série de mapas publicados na revista científica “Environmental Research Letters”.

Fonte principal: El Mundo, 20/04/2012

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um pouco de Geologia...

As raízes da Península Ibérica têm 290 milhões de anos

A Península Ibérica sofreu muitos altos e baixos ao longo da sua história geológica. Uma equipa de investigadores acaba de revelar que há entre 310 e 290 milhões de anos atrás, houve uma série de movimentos das placas tectónicas que alteraram o panorama exterior e interior do território.


Naquela era geológica, no Carbónico, a Península ocupava o centro do que era denominado como o grande continente “Pangea”, o único que existia no planeta. Os movimentos tectónicos destruíram o manto litosférico, que está localizado entre 30 a 150 km de profundidade e levaram à formação de um novo, que é o actualmente existente.

O trabalho, em que os cientistas investiram mais de dois anos, confirma a tese mantida por um dos investigadores, Gabriel Gutiérrez Alonso, da Universidade de Salamanca, que revela a maneira como se formou a cadeia montanhosa conhecida como “Arco Ibero-Armonicano”.


Também explica a origem da grande quantidade de rochas vulcânicas, de granitos e de mineralizações associadas que são a base dos minerais metálicos do noroeste da Península Ibérica.

Para o desenvolvimento desta investigação, os geólogos serviram-se de amostras de rochas vulcânicas que poderiam ter tido a sua origem nesse manto, antes e depois dos 310 e 290 milhões de anos, rochas essas que afloram em alguns pontos da geografia ibérica. “Sabemos que esse é o momento em que se deu o processo de transformação, tanto na superfície como no interior terrestre”, salientou Gutiérrez Alonso.

As amostras das rochas vulcânicas provaram que o manto anterior ao actual formou-se há cerca de 1.000 milhões de anos atrás, enquanto que o que existe agora data de há cerca de 290 milhões de anos e substituiu quase totalmente o anterior.


Segundo estas conclusões, apurou-se que primeiro foi-se dobrando a camada superficial da crosta terrestre (a litosfera), o que mudou a forma da cadeia montanhosa “Arco Ibero-Armoricano” que, de alongada, passou a ter a forma de “ferradura”. Com estes movimentos, a litosfera tornou-se mais espessa e acabou por romper o manto que tinha por baixo. Este foi substituído por materiais do interior da Terra que, ao arrefecerem, formaram a litosfera actual.

Durante os próximos anos, este grupo de investigadores, que integram cientistas da Universidad de Salamanca, da Universidad Complutense, da St. Francis Xavier University do Canadá e da Bryan Mawr de Filadélfia, continuará a testar este modelo através de modelizações analógicas e estudos isotópicos.

Fonte: www.elmundo.es