segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Declaração de afecto

Recebemos da nossa querida amiga Maysha, do blog “Sexto Sentido” (http://mayshay.blogspot.com/), uma linda declaração de afecto que muito nos sensibilizou.

Aqui não há selos ou prémios, apenas a nossa declaração de afecto. No entanto, a imagem que colocámos a ilustrar este post poderá ser levada por todos aqueles que assim o desejarem. Será mais um miminho para quem dele gostar!...

A regra a seguir e que nos foi passada pela amiga Maysha, é de que devemos escolher dez amigos para declarar a nossa amizade e nomeá-los num post. Esses 10 amigos, por sua vez, nomearão outros 10 e assim sucessivamente.

Como já todos sabem, esta tarefa de nomear blogues ou amigos é sempre muito dura e cruel para nós. Assim, e mais uma vez, decidimos nomear todos os nossos seguidores para a eles lhes passarmos e fazermos esta nossa declaração de afecto:

Amigos, todos vós, sem excepção, são importantes e indispensáveis para nós. Uns mais presentes no nosso Farol, outros mais ausentes, uns mais “faladores”, outros mais “silenciosos”, uns mais introvertidos, outros mais extrovertidos… mas todos, todos vós são a razão do nosso existir e do nosso continuar aqui na blogosfera.

Para todos vós enviamos afecto em triplicado, o afecto dos amigos Argos, Tétis e Poseidón.

sábado, 28 de novembro de 2009

Os Poetas do Parque

Florbela Espanca (1894-1930)

Parte 1

Continuando com os nossos passeios pelo “Parque dos Poetas”, vamos ter desta vez o privilégio de conhecer e “conviver” com uma das três poetisas ali representadas – Florbela Espanca.
Florbela Espanca nasceu no Alentejo, em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894.
Filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia Conceição Lobo, foi registada como filha de pai incógnito (marca social desonrosa que haveria de a marcar profundamente). Com avós também incógnitos, foi baptizada com o nome de Flor Bela de Alma da Conceição. Na literatura será conhecida como Florbela Espanca, apelido que receberá do pai. Curiosamente, tanto o padre que a baptiza, como a madrinha usam o mesmo apelido.

A mãe morre algum tempo depois e Florbela é criada, juntamente com o seu irmão de sangue, Apeles Espanca (nascido em 1897 e registado da mesma forma), com muito carinho como revela na sua própria correspondência, pelo pai e pela madrasta. Note-se que, apesar de ter sido sempre acompanhada pelo pai e por este nunca lhe ter faltado com apoio e carinho, só 19 anos após a sua morte, por altura da inauguração do seu busto em Évora, e por insistência de um grupo de “florbelianos”, ele a perfilhou.

Entra para a escola primária em 1899, passando a assinar Flor d’Alma da Conceição Espanca. O pai foi, em 1900, um dos introdutores do cinematógrafo em Portugal, conseguindo despertar na filha a mesma paixão pela fotografia e tornando-a o seu modelo favorito. Esta é a razão pela qual é bastante extensa a iconografia de Florbela, sobretudo a feita pelo pai.

Durante a infância escreve alguns versos, infantis mas precoces em relação à idade. O seu primeiro poema, “A vida e a morte”, data de 11 de Novembro de 1903, quando tinha apenas oito anos de idade, poema esse que já anunciava a sua predilecção para os temas que abordaria com mais profundidade no decorrer da sua vida.

O que é a vida e a morte
Aquella infernal enimiga
A vida é o sorriso
E a morte da vida a guarida

A morte tem os desgostos
A vida tem os felises
A cova tem as triztezas
I a vida tem as raizes

A vida e a morte são
O sorriso lisongeiro
E o amor tem o navio
E o navio o marinheiro

Um ano após a conclusão da instrução primária, em 1907, Florbela começa a dar sinais da sua doença: neurastenia.

Ingressa no liceu de Évora em 1908, numa época em que poucas raparigas seguiam os estudos e em 1913 casa-se com Alberto de Jesus Silva Moutinho, seu colega da escola.

Para suprir dificuldades financeiras, trabalha como explicadora e ensina várias matérias como francês e inglês e colabora como jornalista em “Modas & Bordados” (suplemento de “O Século”, de Lisboa), em “Notícias de Évora” e em “A Voz Pública”, onde começa a publicar alguns dos seus poemas. Colabora esporadicamente na “Seara Nova” e juntamente com Irene Lisboa, foi precursora do movimento de emancipação da mulher.

Tendo concluído o curso dos liceus em 1917, no ano seguinte, após um aborto involuntário, Florbela começa já a apresentar sinais muito sérios de neurose.

Aos vinte e dois anos vai estudar para Lisboa sendo das primeiras mulheres a frequentar o Curso de Direito na Universidade de Lisboa, estudos que virá a abandonar em 1920.

Em 1919 edita o seu primeiro livro “Livro de Mágoas”. Nesse mesmo ano, sendo ainda casada, passa a viver com António José Marques Guimarães, alferes de Artilharia da Guarda Republicana, com quem casará em 1921.

A sua segunda colectânea de sonetos, “Livro de Soror Saudade”, sai em 1923, edição essa paga pelo pai da poetisa. Para sobreviver, Florbela começa a dar aulas particulares de português.

Após mais um aborto em 1925, divorciou-se pela segunda vez, situação essa que muito a abalou. Mas, ainda no mesmo ano, a poetisa viria a casar-se com o médico Mário Pereira Lage, que conhecia desde 1921 e com quem vivia desde 1924.

Contraiu matrimónio três vezes. Do primeiro marido, Alberto Moutinho, usa o apelido em alguns escritos, nomeadamente correspondência. Do segundo, António Guimarães, não parece haver reminiscências explícitas nos seus escritos, embora lhe tenha dedicado obra que publica como “Livro de Soror Saudade”, título diferente do pensado e esquecendo a dedicatória. Do terceiro marido, Mário Lage, juntará o apelido à sua assinatura nas traduções que faz.
Os três casamentos falhados, as desilusões amorosas e a morte do irmão num acidente de aviação em 1927, irmão este a quem a ligavam fortes laços afectivos, marcaram profundamente a sua vida e a sua obra, agravando bastante a sua doença mental.

No último ano da sua vida elabora um diário. Logo no início explica que não tem qualquer objectivo ao escrevê-lo. A morte é anunciada ao longo das suas anotações cada vez mais escassas.

Poucos dias antes de morrer interroga-se: “que importa o que está para além?” Responde, repetindo o que diz o seu soneto “A um moribundo”:

Não tenhas medo, não! Tranquilamente,
Como adormece a noite pelo Outono,
Fecha os teus olhos, simples, docemente,
Como, à tarde, uma pomba que tem sono...

A cabeça reclina levemente
E os braços deixa-os ir ao abandono,
Como tombam, arfando, ao sol poente,
As asas de uma pomba que tem sono...

O que há depois? Depois?... O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?

Que importa? Que te importa, ó moribundo?
- Seja o que for, será melhor que o mundo!
Tudo será melhor do que esta vida!...

Após duas tentativas falhadas de suicídio, Florbela não resistiu à terceira tentativa, pondo assim termo à vida em 8 de Dezembro de 1930, em Matosinhos, no dia em que fazia 36 anos de idade.
O seu suicídio foi socialmente manipulado e oficialmente apresentada como causa da sua morte, um edema pulmonar, apesar da verdadeira causa ter sido uma “overdose” de barbitúricos.


Numa carta confidencial deixada pela poetisa com as suas últimas disposições, entre elas constava o pedido de colocar no seu caixão os restos do avião pilotado por seu irmão Apeles, na hora do acidente que o vitimou.

O corpo de Florbela Espanca jaz, desde 17 de Maio de 1964, no cemitério de Vila Viçosa, a sua terra natal.





Autores: Argos e Tétis

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desafio - Um pouco de mim...

Mais um desafio que nos chega e mais uma vez da nossa amiga Maria L. Bózoli, do blog “Amor feito poesia” - http://poesiaseternas2.blogspot.com/

O desafio consiste em completar estas cinco frases:

Eu já...

Eu nunca...

Eu sei...

Eu quero...

Eu sonho...

Coube a Poseidón a tarefa de completar as frases. Eis as suas frases completas:

Eu já conoci momentos lindos en mi vida (y menos lindos también!)

Eu nunca abandono por lo que lucho.

Eu sei que se debe trabajar y amar para conseguir lo que uno se propone.

Eu quero simplemente tanto y tantas cosas bellas de nuestra vida.

Eu sonho con un mundo que sea próspero con paz y donde todos puedan vivir sin sufrir.

De seguida haveria que desafiar cinco blogues a completarem as cinco frases, não deixando de mencionar quem os convidou para o desafio. Mas, como é nosso hábito, vamos convidar todos os nossos seguidores a aceitarem este desafio e assim revelarem mais um pouco de si…

Quem aceita o desafio?

Obrigado amiga Maria!...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Desafio - Livros que marcaram

Da nossa querida amiga Helô, de Imagens Etc e Tal - http://imagensetcetal.blogspot.com, recebemos o selo “Seu Blog me faz… Viajar…”.

Este selo vem com duas regras a cumprir:

- relacionar 3 livros que te marcaram;
- indicar 5 amigos para continuarem a brincadeira.

A tarefa de indicar o nome dos livros não é fácil, uma vez que tantos foram os livros que já lemos e nos marcaram ao longo da vida.
Mas, como gostamos do desafio que nos foi lançado e como somos três amigos neste blog iremos, cada um de nós, indicar o título e o autor de um livro que, por qualquer motivo, nos marcou mais profundamente.

Argos – “O Lobo das Estepes”, de Hermann Hesse

Poseidón – “Les Misérables”, de Victor Hugo

Tétis – “Os Maias”, de Eça de Queirós

Como é nosso hábito e quebrando um pouco a segunda regrinha, passamos este desafio a todos os nossos seguidores.

Vamos ver quem tem coragem de aceitar o desafio!...

Obrigado amiga Helô!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Hablemos el mismo idioma - Gloria Estefan



Hablemos el mismo idioma

En la vida hay tantos senderos por caminar.

Qué ironía que al fin nos llevan al mismo lugar.

A pesar de las diferencias que solemos buscar,

respiramos el mismo aire,

despertamos al mismo sol,

nos alumbra la misma luna,

necesitamos sentir amor.

nos alumbra la misma luna,

necesitamos sentir amor.

Hay tanto tiempo que hemos perdido por discutir

por diferencias que entre nosotros no deben existir.

Las costumbres, raíces y herencias

que me hacen quien soy,

son colores de un arco iris,

acordes de un mismo son.

Las palabras se hacen fronteras

cuando no nacen del corazón.

Hablemos el mismo idioma

y así las cosas irán mejor.

Hablemos el mismo idioma,

que hay tantas cosas porque luchar.

Hablemos el mismo idioma,

que sólo unidos se lograrán.

Hablemos el mismo idioma,

que nunca es tarde para empezar.

Hablemos el mismo idioma,

bajo la bandera de libertad.

Si lo pensamos nosotros tenemos tanto en común,

y nos conviene que el mundo nos oiga con una sola voz.

Es importante seguir adelante

con fuerza y con fe.

Forjemos nuevos caminos

en la unión hay un gran poder.

Orgullosos de ser latinos,

no importa de dónde,

todo podemos vencer.

Hablemos el mismo idioma,

que hay tantas cosas porque luchar.

Hablemos el mismo idioma,

que sólo unidos se lograrán.

Hablemos el mismo idioma,

que nunca es tarde para empezar.

Hablemos el mismo idioma,

bajo la bandera de libertad.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

No importa de dónde seas si todos somos hermanos,

tú ves.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

Que no existan las diferencias

entre nosotros, hispanos.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

En esta vida hay que trabajar

para lograr lo que queremos alcanzar.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

Las palabras se hacen fronteras

cuando no se habla del corazón, sí, tú ves

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

No importa raza ni religión;

somos hermanos en el corazón

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

Pero qué fuerza tenemos los latinos

si nos mantenemos unidos

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano.

Hablemos el mismo idioma,

dame la mano, mi hermano. .


Linda canción y un texto que dice mucho!

Ojalá se hiciera realidad.



domingo, 22 de novembro de 2009

Maurice Béjart - In Memoriam

(01/01/1927 – 22/11/2007)

Faz hoje 2 anos que nos deixou um grande senhor que ficou conhecido como um dos maiores inovadores e renovadores da Dança e um dos fundadores da Dança Contemporânea.

O bailarino e coreógrafo Maurice Béjart, nome artístico de Maurice-Jean Berger, foi um dos fundadores da dança contemporânea. Nasceu em Marselha, no sul da França, em 1 de Janeiro de 1927, vindo a falecer em 22 de Novembro de 2007, aos 80 anos, no Centro Hospitalar de Lausanne, na Suíça. Apesar de ser formado em Filosofia, dedicou-se à dança desde os 14 anos, seguindo o conselho de seu médico que considerava a constituição física de Béjart muito frágil. Influenciado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Béjart dizia que o ballet é "um alegre saber".

Formou-se como bailarino clássico em Londres e Paris e aos 20 anos criou a sua primeira coreografia, "Vichy". Foi numa turné com o Ballet Cullberg, no qual dançava desde 1949, que Béjart despertou para a necessidade de se criar coreografias mais expressivas. Assinou a primeira delas em 1952, para o filme sueco "L'oiseau de feu" ("O pássaro de fogo"), em que ele é o principal intérprete. No ano seguinte, apresentou os seus primeiros recitais como coreógrafo no Théâtre de l'Etoile, em Paris.

De personalidade irrequieta e inconformada, Béjart não aceitava que o ballet fosse uma arte "separada das massas". Tentando aproximar o grande público e a dança, decidiu inovar e elaborou a arrojada coreografia "Sinfonia para um homem só", sobre a música de vanguarda de Pierre Henry e Pierre Schaeffer. O ballet, no entanto, desagradou aos círculos tradicionais de dança e a uma parcela da crítica. Segundo o coreógrafo Jean-Claude Gallotta, "Sinfonia para um homem só" foi uma revolução "mais sociológica que artística", pois Béjart conservou a técnica clássica, mas transformou a alma do ballet em algo sagrado e, ao mesmo tempo, sensual.

Abandonando a França, o bailarino instalou-se em Bruxelas, na Bélgica, onde se consagrou com a marcante coreografia "Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky, que teve um acolhimento triunfal no Teatro Real de La Monnaie em 1959. Fundou então a aclamada companhia “Ballet do Século XX”, grupo que somou êxito após êxito, conquistando grande popularidade internacional.

Em 1961, encantou o mundo da dança com Bolero, de Maurice Ravel, interpretado magistralmente pelo grande bailarino Jorge Donn. É considerada a sua coreografia mais famosa.


A partir de 1985 prosseguiu o seu trabalho na Suíça, optando por se mudar para Lausanne, aos pés dos Alpes. Rebaptizou então a sua companhia com o nome de Ballet Béjart Lausanne e, em seguida, Ballet Rudra Béjart.

Nos últimos anos as suas criações tornaram-se ainda mais ambiciosas, como nos casos de "Ring um den Ring" (1990), sobre música de Richard Wagner, e "MutationX" (1998), além das coreografias realizadas já no século 21: "Madre Teresa e as crianças do mundo" (2002), "Adeus, Federico" (2003, dedicada ao cineasta Federico Fellini) e "Zaratustra" (2006, inspirada na obra "Assim falou Zaratustra", de Friedrich Nietzsche).

Maurice Béjart também se dedicou ao ensino, compartilhando a sua experiência por meio de duas escolas: Mudra, fundada em 1970, na cidade de Bruxelas, e Rudra, criada em Lausanne, no ano de 1992. Um dos seus principais ensinamentos está resumido na frase que ele próprio criou, a fim de definir o que é a dança: "Um mínimo de explicação, um mínimo de anedotas e um máximo de sensações".

Apesar de ter estado durante vários anos confinado a uma cadeira de rodas, devido a uma severa doença nos quadris, trabalhou até ao fim com o seu Béjart Ballet Lausanne. Numa das suas muitas entrevistas, ao ser questionado sobre a proximidade da morte, Béjart respondeu: "Eu creio que a gente morre sempre a tempo. O tempo é contado de maneira diferente para cada um, mas nós morremos a tempo".














Segue-se um vídeo de um extracto do espectáculo de Maurice Béjart, “Ballet for life”, dedicado a Freddie Mercury e Jorge Don, ambos mortos vítimas de Sida (Aids).


E mais um vídeo com uma belíssima e inovadora coreografia para o tango “La Cumparsita”.

sábado, 21 de novembro de 2009

Miminho da Helô


Queremos partilhar com todos vós a alegria e emoção que sentimos ao ser-nos oferecido, pela nossa querida e doce amiga Helô, este lindíssimo e artístico miminho.

Ficámos sem palavras, ou melhor, não existem palavras para descrever o quanto este gesto de carinho e ternura nos tocou. Assim, apenas conseguimos enviar para a nossa amiga, para o outro lado do oceano, uma única palavra:

OBRIGADO !...

Lazo de afecto


Do nosso amigo Daniel, do blog Daniel Literatura - http://daniel-danielliteratura.blogspot.com/, chega-nos este lindíssimo e engraçado “lazo de afecto”, acompanhado dum pensamento de Guy de Maupassant, aqui traduzido para espanhol.

“El amor es siempre amor, venga de donde venga. Un corazón que late con su acercamiento, un ojo que llora cuando se va, son cosas tan raras, tan dulces, tan preciosas que nunca deben ser despreciadas” Guy De Maupassant

Passamos este bonito selinho a todos os nossos seguidores, com todo o afecto e a amizade que nos une neste nosso mundo da blogosfera.

Gracias amigo Daniel!...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Selinhos "Maria"

Não param os miminhos que os nossos amigos atribuem ao Farol, o que muito nos sensibiliza e nos toca fundo nos nossos corações.


Desta vez foi a nossa amiga Maria L. Bózoli que nos atribuiu o selinho “Maria”, vindo do seu blog M@ria & M@ria - http://marialbozolipoesias.blogspot.com/


E também o selinho “Simplesmente Maria”, vindo do seu outro blog “Amor feito poesia” - http://poesiaseternas2.blogspot.com/

Como já vem sendo nosso hábito e esperando que a amiga Maria não leve a mal, pois “os amigos dos nossos amigos, nossos amigos são”, deixamos estes lindos selinhos à disposição de todos os nossos seguidores para os levarem e exporem nos seus blogues.

Obrigado amiga Maria!...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A Prisão do Orgulho


A Prisão do Orgulho

Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.

Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.

E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

13 novembre journée de la gentillesse - 13 de noviembre Día de la Bondad

“Este día existe en varios otros países bajo el nombre de (World Kindness Day) Día Mundial de la Bondad, entre ellos Japón, Canadá o Australia... “

La revista Psychologies y el periódico Metro lanzó en Francia el día de la bondad el 13 de noviembre 2009.

El individualismo no puede ser rei en tiempos de crisis, necesitamos vínculos y solidaridad para hacer frente. La bondad se ha convertido en una necesidad. Por lo tanto Psychologies lanza en Francia el Día de la bondad. Ese día, demonstremos que es una inteligencia, incluso una fuerza.

Tengamos el coraje de desafiar el cinismo, superar nuestras inhibiciones y cambiar nuestro comportamiento. Los psiquiatras nos dicen por qué es mejor eligir esta filosofía de vida, y nos apoyamos en la ciencia, que demuestra sus beneficios en nuestra salud y la longevidad.

UN MEDICO ENTREVISTADO DICE ASI :

- Aún que parezca bueno, me pasó ser malo a veces, con algunas personas. A menudo pienso: el horror y la culpa que senti . Esta es una de mis motivaciones para ser hoy más amable. Me siento mal cuando no lo hice.


- Al crecer, me di cuenta más claramente que la bondad es una fuerza. Por ejemplo, aprendí a hacer valer mis ideas(es decir, dar mi opinión), mientras que quedan bien. Afirmar y ser agradable, es bastante compatible. La gente piensa que la afirmación de sí mismo, debe dejar de ser.


- La bondad es para mí un absoluto, indiscutible. Trato de hacer una regla de vida. Para las personas que sufren, es de infinita dulzura. Me acuerdo de mis pacientes de emergencia de guardia quirúrgica que apaciguado por hablar con ellos suavemente, acariciando su mano o en la frente, explicando lo que había y lo que haríamos para tratamiento. Hoy en día, trato de proporcionar la máxima amabilidad posible a mis pacientes, especialmente los nuevos, los que vienen llenos de miedo y vergüenza. Mis dos espiritualidad dirigida - el cristianismo y el budismo - cada día me recuerda la fuerza de la dulzura y la compasión, la amabilidad es un regalo, sin condiciones y sin expectativas. La damos, y luego ya veremos, y continúa incluso si no se ve nada.

- Me encanta la vida". Ser amable me hace feliz. Y ser feliz me hace bien.



PD : La Bondad no debería ser solo un día, sino todos los días del año y en este mundo de brutos lo veo muy difícil!



sábado, 14 de novembro de 2009

As plantas ornamentais de interior e a nossa saúde

Um estudo realizado na Universidade da Geórgia (EUA) e publicado na revista HortScience analisou a capacidade de várias plantas ornamentais de interior de absorver alguns compostos orgânicos voláteis, responsáveis por doenças agudas e crónicas.

Segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde, a qualidade do ar interior e a presença de poluentes é responsável por 1,6 milhões de mortes anualmente. Assim, a qualidade do ar está na origem de várias doenças agudas, como asma, náuseas, e de doenças crónicas, como cancro e perturbações neurológicas, reprodutivas, respiratórias e do desenvolvimento.

Neste tipo de compostos prejudiciais que deterioram a qualidade do ar interior e que emanam das tintas, das colas, dos vernizes, das mobílias, dos materiais de construção, das roupas e até da água da torneira, encontram-se inúmeros compostos orgânicos voláteis.

Os cientistas responsáveis pelo estudo analisaram, por parte de algumas espécies de plantas ornamentais de interior, a sua capacidade de absorção de cinco desses compostos orgânicos voláteis com efeitos nocivos na saúde humana, tais como o benzeno, o tolueno, o octano, o TCE e o alfa-pineno.

Das 28 espécies de plantas testadas, a "Hemigraphis alternata", a "Hedera helix" (hera), a "Hoya carnosa" (flor de cera), e o "Asparagus densiflorus" (espargo) apresentaram as maiores taxas de absorção de todos os compostos orgânicos voláteis estudados. A "Tradescantia pallida" registou valores elevados de absorção para quatro destes poluentes.


Os resultados obtidos sugerem que a presença de plantas ornamentais em espaços fechados, ao eliminarem do ar este tipo de compostos nocivos, pode contribuir de forma significativa para a melhoria da qualidade do ar, em benefício da saúde de quem o respira.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Coragem para...

Ser Diferente

A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos.

(Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes')

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Raio X do Blogueiro

E aqui temos mais um selinho, acompanhado dum “meme”, que nos chegou da amiga Maysha do blog “Sexto Sentido” - http://mayshay.blogspot.com/

Obrigado Maysha pela escolha do Farol para atribuição deste selo.

Será agora a vez de Poseidón responder às perguntas colocadas no “meme”. Eis as suas respostas:

1. Qual a sua altura? 1,72

2. Qual o seu peso? 72 kg

3. Qual a cor do seu cabelo? “Como los de BRUCE WILIS”

4. Qual a cor dos seus olhos?
Verdes

5. O que vc mudaria em vc?
No se y tampoco quiero mudar nada, me conformo como soy.

6. Qual sua roupa velha preferida?
Clasico, elegante, comodo, segun el momento…

7. Qual seu estilo?
No tengo un estilo definido, me gustar estar bien conmigo

8. Voce trabalha ou estuda? Trabajo y estudio

9. Faz o que então?
Trabajo para el Ministerio de Educación (Gestión y contabilidad)

10. Qual a primeira coisa que faz quando acorda?
Intento pensar en lo mejor que puedo hacer para que el dia sea lindo..

11. Qual o seu alimento matinal preferido?
Café con leche, tostadas y zumo de naranja o piña.
12. Como vc dorme? De lado

13. Vc tem pesadelos?
No

14. Vc tem medo de altura? No

15. O que vc tem vontade de fazer mas tem medo? Tantas cosas...

16. O que vc não faria nem por um milhão de dólares?
Dejarme comprar por ir en contra de mis valores y principios

17. Você tem um pecado inconfessável?
No tengo pecado inconfesable.

18. Se suas paredes falassem... -
Que bueno! No hay nada escondido hay!...

19. Vc já se apaixonou por duas pessoas?
Por mi esposa y mis hijas, tb mi madre, ya son más de dos!

20. O que mais a fez chorar na vida?
La muerte de mi madre, ese llorar intenso lo llevo muy dentro de mi.

21. Qual a pessoa que mais ama na vida?
Mi esposa , hijas y familia, ya son mas de una!

22. Daria sua vida por ela? Claro que si.

23. O que vc acha das redes sociais?
Me gustan los blogs y internet por todo lo bueno que nos propone, en el mundo de hoy internet es necesario y puede ayudar en muchas cosas a todos ; en otras cosas se debe cuidar sobretodo a los menores…

24. Já conheceu alguém que conheceu através da net?
Si, ya conoci dos personas realmente y me vi con ellas personalmente.

25. Já teve vontade de largar a net?
Si, varias veces.

26. Você acha um saco responder esse memê? Es un poco largo.

27. Sabe o que significa meme?
Un meme es la unidad mínima de transmisión de la herencia cultural. Aunque en la red tiene otro significado...
En la red :
Término relacionado con la blogosfera y que consiste en el lanzamiento de una conversación que se va reproduciendo y contagiando de un blog a otro...

Desafiamos todos os nossos seguidores a responderem a este “meme”, única condição que impomos para quem desejar levar consigo este selinho.

Ficaremos ansiosos à espera das vossas respostas para assim nos conhecermos melhor!...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Este blog me faz... Sentir e Pensar

Os prémios não param de chover no nosso Farol. Trata-se desta vez de mais um selinho maravilhoso que nos foi atribuído pela nossa amiga Alma Inquieta do blog com o mesmo nome http://osestadosdealma.blogspot.com/, a quem agradecemos.

As regras a seguir são as seguintes:

- Exibir o selo
- Publicar as suas regras
- Indicar o link de quem nos atribuiu o selo
- Revelar algumas coisas de si mesmo
- Passar o selo a doze blogues que nos fazem sentir e pensar.

Coube desta vez a Argos dizer algumas coisas de si:

Seis características: Solitário; Teimoso; Rigoroso; Inseguro; Sensível; Curioso.

Seis vícios: livros; xadrez; museus; peças para violino; Messenger; utilizar a ironia quando magoado.

Seis coisas que me fazem feliz: Os abraços da minha mãe; o olhar do meu irmão, conversar com os meus amigos no Messenger; passear junto ao mar; o cheiro da chuva na terra quente e seca; ver as aves voar.

Vamos agora passar este selinho a todos os nossos seguidores, pedindo-lhes que, por sua vez, nos revelem seis das suas características, seis vícios e seis coisas que os fazem felizes.

O nosso obrigado a todos aqueles que queiram aceitar este desafio e este lindo selinho.

Selinho Blog Perfeitinho

Este lindo selinho foi-nos atribuído pelo nosso amigo Sight Xperience, do blog do mesmo nome - http://sightxperience.blogspot.com, a quem agradecemos reconhecidos a distinção.

Mas para merecermos este selo e, como é tradição, teremos que cumprir uma “árdua” mas ao mesmo tempo “divertida” tarefa, ou seja, responder ao questionário que se segue:

1. Mania: acreditar e confiar nas pessoas
2. Pecado Capital: se é pecado gostar e abusar do que é bom e delicioso, então o meu pecado é ser “chocoólica”
3. Melhor cheiro do mundo: o cheiro do mar
4. Se o dinheiro não fosse problema: comprava uma ilha deserta para lá viver o resto dos meus dias
5. História de Infância: durante anos seguidos escrevi ao Pai Natal para me dar um irmão e era sempre com uma enorme ânsia e esperança que abria os embrulhos maiores que encontrava na chaminé…
6. Habilidade na cozinha: tenho algum jeito, mas detesto cozinhar
7. O que não gosto de fazer em casa: disse... Cozinhar!...
8. Frase preferida: “Somos senhores das palavras que não pronunciamos mas escravos das que nos escapam”
9. Passeio para o corpo: uma caminhada à beira mar
10. Passeio para a alma: ouvir uma boa música, só e em silêncio absoluto
11. O que me irrita: Falsidade, Injustiça, Hipocrisia
12. Frases ou palavras que uso muito: duas bastante contraditórias: “Meu Deus!” e “C’os Diachos!”
13. Palavrão mais usado: “Porreiro”
14. Talento oculto: tenho um mas é segredo!...
15. Não importa que esteja na moda, eu nunca usaria: a mentira e a falsidade para prejudicar os outros e obter proveitos próprios
16. Queria ter nascido a saber: como distinguir uma pessoa verdadeira duma falsa

Respondido o questionário, tarefa que esteve a cargo de Tétis, há que passar o testemunho a outros blogues. Como é nosso hábito gostaríamos de passá-lo a todos os nossos seguidores mas desta vez colocando uma condição e ao mesmo tempo um desafio: a resposta a este questionário.

Ficaremos a aguardar para ver quem serão os nossos seguidores mais corajosos!...

Selo "Blog Instigante"

Mais um selinho bastante original e bonito que recebemos da nossa amiga Teresa do "Blogcronicasdateresa" - http://blogcronicasdateresa.blogspot.com/ a quem agradecemos do coração.

Segundo a amiga Teresa "Este selinho tem por finalidade distinguir blogs que, além da assiduidade das postagens e do esmero com que são feitos, nos provocam a necessidade de reflectir, questionar, aprender e – sobretudo – que instigam almas e mentes à procura de conhecimento e sabedoria."

Como habitualmente e porque muitos são os blogues nossos amigos que consideramos "instigantes", oferecemos este selinho a todos os nossos seguidores.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Felicidad, ¿Después?


Felicidad
¿Después?

Nos convencemos a nosotros mismos de que la vida será mejor después...

Después de terminar la carrera, después de conseguir trabajo, después de casarnos, después de tener un hijo, y entonces después de tener otro.

Luego nos sentimos frustrados porque nuestros hijos no son lo suficientemente grandes, y pensamos que seremos más felices cuando crezcan y dejen de ser niños.
Después nos desesperamos porque son adolescentes, difíciles de tratar.

Pensamos:

Después seremos
más felices cuando
salgan de esa etapa.

Luego decidimos que nuestra vida será completa cuando a nuestro esposo o esposa le vaya mejor, cuando tengamos un mejor coche, cuando nos podamos ir de vacaciones, cuando consigamos el ascenso, cuando nos retiremos.

La verdad es que

NO HAY MEJOR MOMENTO PARA SER FELIZ QUE
AHORA MISMO.

Si no es ahora, ¿cuándo?
La vida siempre estará llena de luegos, de retos, de después
Es mejor admitirlo y decidir ser felices ahora de todas formas.
No hay un después, ni un camino para la felicidad, la felicidad es el camino y es AHORA.

ATESORA CADA MOMENTO QUE VIVES

Y atesóralo más, porque lo compartiste con alguien especial;
tan especial que lo llevas en tu corazón y recuerda que:
EL TIEMPO NO ESPERA POR NADIE.

Así que deja de esperar hasta que termines la universidad, hasta que te enamores, hasta que encuentres trabajo, hasta que te cases, hasta que tengas hijos, hasta que se vayan de casa, hasta que te divorcies, hasta que pierdas esos diez kilos....

....hasta el viernes por la noche o hasta el domingo por la mañana, hasta la primavera, el verano, el otoño o el invierno, o hasta que te mueras, para decidir que no hay mejor momento que justamente este
¡¡PARA SER FELIZ!!

LA FELICIDAD
ES UN TRAYECTO,
NO UN DESTINO.

TRABAJA COMO SI NO NECESITARAS DINERO,
AMA COMO SI NUNCA TE HUBIERAN HERIDO,
Y BAILA COMO SI NADIE TE ESTUVIERA VIENDO.

Recuerda ...
Se Féliz ¡HOY!


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Milú - Um tributo

(24/04/1926 – 05/11/2008)

Este post pretende ser uma singela mas justa e sincera homenagem àquela que entre nós, portugueses, ficou conhecida como “a menina da rádio” e que nos deixou faz hoje um ano.

Aqui deixo uma das muitas notícias publicadas no dia da sua morte, notícia essa que nos dá a conhecer um pouco da vida e da carreira desta actriz portuguesa da “sétima arte”. Completam este tributo a Milú, algumas fotos e dois vídeos do filme “O Costa do Castelo” (1943) em que ela aparece cantando duas lindas canções que ficaram célebres: “Cantiga da Rua” e “A Minha Casinha”.


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Mais uma estrela que brilha no céu

Milú, a actriz portuguesa que recusou Hollywood

Aquela que foi a maior vedeta do cinema português, que fez suspirar milhares de fãs, morreu só, esquecida por todos: público e o seu país

A actriz Milú, que ficou popularizada no cinema como a Luisinha de "O Costa do Castelo", morreu hoje em Cascais aos 82 anos na sequência de uma infecção respiratória, disse à agência Lusa fonte familiar.

Milú, nome artístico de Maria de Lurdes de Almeida Lemos, participou em alguns dos mais populares filmes portugueses dos anos 1940 e 1950 e foi presença assídua na rádio portuguesa e no teatro de revista.
Nascida em Lisboa em 1926, estreou-se no cinema aos 12 anos em "Aldeia da Roupa Branca" em 1939, mas foi em "O Costa do Castelo" que se notabilizou no grande ecrã.Ainda na década de 50, "O Leão da Estrela", "Os três da vida airada" e "O grande Elias" são outros filmes onde entrou. Na década de 60 protagoniza ao lado de Virgílio Teixeira o filme “Dois dias no Paraíso”, filme de Arthur Duarte (…) obtendo estrondoso sucesso, a que se juntam a "Kilas, o mau da fita", a sua última aparição no cinema.
Popularizou as canções "A minha casinha" e "Cantiga da rua".Em 2007 foi condecorada pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
O corpo de Milú vai estar em câmara ardente hoje à tarde na igreja de São João do Estoril e funeral realiza-se quinta-feira às 16:00 para o cemitério daquele localidade.

Elegância, beleza e popularidade sem limites

Extremamente bonita e elegante, Milú era a vedeta de cinema por excelência. Casou pela primeira vez, em Dezembro de 1943, aos dezassete anos. Lisboa despovoou-se para ir ver a “noiva de Portugal” à igreja de São Sebastião da Pedreira. Interrompeu a sua carreira artística, mas os fãs obrigaram-na a regressar. A popularidade das canções que interpretava nos filmes andavam de boca em boca nas décadas de 40, 50 e 60, uma das mais criativas do cinema português.

A canção "A minha Casinha", popularizada pela actriz Milú, é ainda hoje um dos grandes sucessos dos Xutos & Pontapés (…). Numa reacção à morte de Milú, hoje aos 82 anos, Tim recordou à agência Lusa que os Xutos & Pontapés começaram a tocar uma versão rock dessa canção quando actuavam no Rock Rendez Vous, no início dos anos 1980 (…)
Desde então, "A minha casinha" é o tema que fecha praticamente todos os concertos dos Xutos & Pontapés em jeito de celebração. Tim recordou ainda o momento em que Milú assistiu a um dos recentes concertos dos Xutos & Pontapés no coliseu de Lisboa e que foi ovacionada pelo público.

A única actriz do cinema português reconhecida em Hollywood

Milú foi a primeira vedeta do cinema português que Hollywood convidou mas a protagonista de "O Costa do Castelo" recusou por medo. O convite repetiu-se por três vezes, mas Milú sempre recusou "por medo de não corresponder às expectativas", afirmou numa das muitas entrevistas que deu. Em 1982, numa entrevista ao jornalista Neves de Sousa, confessaria ter-se arrependido. Forrester, da Universal Pictures, apresentou-lhe um contrato em branco e o projecto de dois filmes, contou.

Nascida em 24 de Abril de 1926, baptizada Maria de Lourdes Almeida Lemos, tomou o nome artístico de Milú que chama logo a atenção na Emissora Nacional, integrando um quarteto feminino ou cantando a solo. Todavia, desde menina que já actuava em emissões radiofónicas, tendo-se estreado aos 12 anos, simultaneamente, no teatro e no cinema. No Éden Teatro integra a peça infantil "O preto mazalipatão" e consegue um pequeno papel na "Aldeia da roupa branca" de Chianca Garcia, protagonizado por Beatriz Costa.

A sua popularidade na Emissora leva o realizador Arthur Duarte convidá-la, em 1943, para protagonizar "O Costa do Castelo" que se transformou num êxito, designadamente a canção "Cantiga da rua", que interpretava ao lado de "A minha casinha". Seguiu-se outro sucesso popular com o filme "O Leão da Estrela" ao lado de António Silva. Milú torna-se um caso sério de popularidade, partindo nesse ano para Espanha onde filma "Doce lunas de miel" de Ladislao Vajda, ao lado de María Brú, Ana María Campoy e Raúl Cancio.

Casa-se em Dezembro desse ano e logo correu a notícia que se afastava da cena para "grande tristeza dos seus fãs", como escreveu a imprensa da época. Porém, regressa ao cinema três anos mais tarde em "O Leão da Estrela" em que volta a contracenar com António Silva.

Até à década de 1950 trabalha ininterruptamente no cinema, em filmes como "A volta do José Telhado", "O grande Elias" ou "Os três da vida airada". Em 1952 estreia-se na revista "Ó rosa arredonda a saia" no Teatro Avenida; passando a primeira figura dos palcos portugueses até à década de 1960. Em 1960 é vedeta em Barcelona na revista "Ven y ven" e surgem os primeiros rumores de que foi convidada para Hollywood.

Volta a casar-se, no mesmo ano, e a afastar-se da cena artística até 1968. Durante este período viveu no Brasil onde esporadicamente fez umas aparições nas televisões e gravou alguns discos. Regressa a Portugal em 1968 para estrelar o filme "Dois dias no Paraíso", e ainda como protagonista com António Calvário do filme "Afinal o diabo era outro", de Constantino Esteves, voltando depois aos palcos em peças como "A casa das cabras" (1970) ou "Quarenta quilates" (1971) e em revistas como "Lisboa acordou" (1975), tendo-se despedido em 1978 na revista "Meninos, vamos ao vira".

O realizador Fonseca e Costa convida-a para uma participação especial em "Kilas, o mau da fita", que é exibido em 1980. Numa entrevista, afirmaria que gostou sempre de cinema e que tinha "sido sempre, essencialmente, uma actriz de cinema".

A sua última aparição em público foi no ano passado, numa gala de homenagem, no Teatro S. Luiz, em Lisboa, no mesmo ano em que filmou o documentário "Milú, a menina da rádio" de António-Pedro Vasconcelos. Em declarações à imprensa afirmou: "Fiz um nome à minha custa, com muito trabalho", sublinhando "acho que valeu a pena".

Milú foi "um sopro de vida", mas esquecida pelo país, diz António-Pedro Vasconcelos

A actriz Milú foi "um sopro de vida no cinema", uma "figura solar" esquecida pelo país, disse hoje à agência Lusa o realizador António-Pedro Vasconcelos. O realizador, que fez em 2007 o documentário "Milú, a menina da rádio", referiu-se à actriz como "a primeira grande vedeta do cinema", um caso único e insólito "num ambiente salazarista. Nós não temos noção da popularidade dela na época, tinha imenso talento e foi com Amália um dos rostos da música, mas ela era o rosto da alegria, era solar", sublinhou António-Pedro Vasconcelos, que lhe prestou homenagem com o documentário feito em 2007.

O cineasta lamenta que "o país seja ingrato com as pessoas que foram importantes" e destacou a homenagem que lhe foi prestada em 2007 no Teatro São Luiz como "um momento comovente num final de vida solitário". Fez carreira no cinema, no teatro de revista e na rádio e é dela a interpretação das famosas canções "A minha casinha" e "Cantiga da rua", interpretadas no filme "O Costa do Castelo" e mais tarde interpretadas por outros cantores igualmente famosos.

Milú, nome artístico da actriz de Maria de Lurdes de Almeida Lemos, nasceu em Lisboa em 1926 e morreu a 05 de Novembro de 2008, em Cascais, aos 82 anos de idade.

(In: “Algarve Repórter”, Quarta-feira, 5 de Novembro de 2008)