Aqui deixo uma das muitas notícias publicadas no dia da sua morte, notícia essa que nos dá a conhecer um pouco da vida e da carreira desta actriz portuguesa da “sétima arte”. Completam este tributo a Milú, algumas fotos e dois vídeos do filme “O Costa do Castelo” (1943) em que ela aparece cantando duas lindas canções que ficaram célebres: “Cantiga da Rua” e “A Minha Casinha”.
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Mais uma estrela que brilha no céu
A actriz Milú, que ficou popularizada no cinema como a Luisinha de "O Costa do Castelo", morreu hoje em Cascais aos 82 anos na sequência de uma infecção respiratória, disse à agência Lusa fonte familiar.
Nascida em Lisboa em 1926, estreou-se no cinema aos 12 anos em "Aldeia da Roupa Branca" em 1939, mas foi em "O Costa do Castelo" que se notabilizou no grande ecrã.Ainda na década de 50, "O Leão da Estrela", "Os três da vida airada" e "O grande Elias" são outros filmes onde entrou. Na década de 60 protagoniza ao lado de Virgílio Teixeira o filme “Dois dias no Paraíso”, filme de Arthur Duarte (…) obtendo estrondoso sucesso, a que se juntam a "Kilas, o mau da fita", a sua última aparição no cinema.
Popularizou as canções "A minha casinha" e "Cantiga da rua".Em 2007 foi condecorada pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
O corpo de Milú vai estar em câmara ardente hoje à tarde na igreja de São João do Estoril e funeral realiza-se quinta-feira às 16:00 para o cemitério daquele localidade.
Elegância, beleza e popularidade sem limites
Extremamente bonita e elegante, Milú era a vedeta de cinema por excelência. Casou pela primeira vez, em Dezembro de 1943, aos dezassete anos. Lisboa despovoou-se para ir ver a “noiva de Portugal” à igreja de São Sebastião da Pedreira. Interrompeu a sua carreira artística, mas os fãs obrigaram-na a regressar. A popularidade das canções que interpretava nos filmes andavam de boca em boca nas décadas de 40, 50 e 60, uma das mais criativas do cinema português.
A canção "A minha Casinha", popularizada pela actriz Milú, é ainda hoje um dos grandes sucessos dos Xutos & Pontapés (…). Numa reacção à morte de Milú, hoje aos 82 anos, Tim recordou à agência Lusa que os Xutos & Pontapés começaram a tocar uma versão rock dessa canção quando actuavam no Rock Rendez Vous, no início dos anos 1980 (…)
Desde então, "A minha casinha" é o tema que fecha praticamente todos os concertos dos Xutos & Pontapés em jeito de celebração. Tim recordou ainda o momento em que Milú assistiu a um dos recentes concertos dos Xutos & Pontapés no coliseu de Lisboa e que foi ovacionada pelo público.
A única actriz do cinema português reconhecida em Hollywood
Milú foi a primeira vedeta do cinema português que Hollywood convidou mas a protagonista de "O Costa do Castelo" recusou por medo. O convite repetiu-se por três vezes, mas Milú sempre recusou "por medo de não corresponder às expectativas", afirmou numa das muitas entrevistas que deu. Em 1982, numa entrevista ao jornalista Neves de Sousa, confessaria ter-se arrependido. Forrester, da Universal Pictures, apresentou-lhe um contrato em branco e o projecto de dois filmes, contou.
Nascida em 24 de Abril de 1926, baptizada Maria de Lourdes Almeida Lemos, tomou o nome artístico de Milú que chama logo a atenção na Emissora Nacional, integrando um quarteto feminino ou cantando a solo. Todavia, desde menina que já actuava em emissões radiofónicas, tendo-se estreado aos 12 anos, simultaneamente, no teatro e no cinema. No Éden Teatro integra a peça infantil "O preto mazalipatão" e consegue um pequeno papel na "Aldeia da roupa branca" de Chianca Garcia, protagonizado por Beatriz Costa.
A sua popularidade na Emissora leva o realizador Arthur Duarte convidá-la, em 1943, para protagonizar "O Costa do Castelo" que se transformou num êxito, designadamente a canção "Cantiga da rua", que interpretava ao lado de "A minha casinha". Seguiu-se outro sucesso popular com o filme "O Leão da Estrela" ao lado de António Silva. Milú torna-se um caso sério de popularidade, partindo nesse ano para Espanha onde filma "Doce lunas de miel" de Ladislao Vajda, ao lado de María Brú, Ana María Campoy e Raúl Cancio.
Casa-se em Dezembro desse ano e logo correu a notícia que se afastava da cena para "grande tristeza dos seus fãs", como escreveu a imprensa da época. Porém, regressa ao cinema três anos mais tarde em "O Leão da Estrela" em que volta a contracenar com António Silva.
Até à década de 1950 trabalha ininterruptamente no cinema, em filmes como "A volta do José Telhado", "O grande Elias" ou "Os três da vida airada". Em 1952 estreia-se na revista "Ó rosa arredonda a saia" no Teatro Avenida; passando a primeira figura dos palcos portugueses até à década de 1960. Em 1960 é vedeta em Barcelona na revista "Ven y ven" e surgem os primeiros rumores de que foi convidada para Hollywood.
Volta a casar-se, no mesmo ano, e a afastar-se da cena artística até 1968. Durante este período viveu no Brasil onde esporadicamente fez umas aparições nas televisões e gravou alguns discos. Regressa a Portugal em 1968 para estrelar o filme "Dois dias no Paraíso", e ainda como protagonista com António Calvário do filme "Afinal o diabo era outro", de Constantino Esteves, voltando depois aos palcos em peças como "A casa das cabras" (1970) ou "Quarenta quilates" (1971) e em revistas como "Lisboa acordou" (1975), tendo-se despedido em 1978 na revista "Meninos, vamos ao vira".
O realizador Fonseca e Costa convida-a para uma participação especial em "Kilas, o mau da fita", que é exibido em 1980. Numa entrevista, afirmaria que gostou sempre de cinema e que tinha "sido sempre, essencialmente, uma actriz de cinema".
A sua última aparição em público foi no ano passado, numa gala de homenagem, no Teatro S. Luiz, em Lisboa, no mesmo ano em que filmou o documentário "Milú, a menina da rádio" de António-Pedro Vasconcelos. Em declarações à imprensa afirmou: "Fiz um nome à minha custa, com muito trabalho", sublinhando "acho que valeu a pena".
Milú foi "um sopro de vida", mas esquecida pelo país, diz António-Pedro Vasconcelos
A actriz Milú foi "um sopro de vida no cinema", uma "figura solar" esquecida pelo país, disse hoje à agência Lusa o realizador António-Pedro Vasconcelos. O realizador, que fez em 2007 o documentário "Milú, a menina da rádio", referiu-se à actriz como "a primeira grande vedeta do cinema", um caso único e insólito "num ambiente salazarista. Nós não temos noção da popularidade dela na época, tinha imenso talento e foi com Amália um dos rostos da música, mas ela era o rosto da alegria, era solar", sublinhou António-Pedro Vasconcelos, que lhe prestou homenagem com o documentário feito em 2007.
O cineasta lamenta que "o país seja ingrato com as pessoas que foram importantes" e destacou a homenagem que lhe foi prestada em 2007 no Teatro São Luiz como "um momento comovente num final de vida solitário". Fez carreira no cinema, no teatro de revista e na rádio e é dela a interpretação das famosas canções "A minha casinha" e "Cantiga da rua", interpretadas no filme "O Costa do Castelo" e mais tarde interpretadas por outros cantores igualmente famosos.
Milú, nome artístico da actriz de Maria de Lurdes de Almeida Lemos, nasceu em Lisboa em 1926 e morreu a 05 de Novembro de 2008, em Cascais, aos 82 anos de idade.
(In: “Algarve Repórter”, Quarta-feira, 5 de Novembro de 2008)
Meus queridos,nós,portugueses,temos esse terrível defeito de só reconhecer,em muitos casos,o valor de alguém,depois da morte.
ResponderEliminarDeu-se isso com a Milú e com tantos outros.
Obrigada por a terem trazido ao vosso blog e parabéns,pq.está cada vez mais agradável.
Beijo.
isa.
No conozco a esta artista pero me ha gustado mucho los videos era muy buena actriz...precioso homenaje a esta gran artista de vuestro bello pais, un abrazo amigos...
ResponderEliminarAs Casa -Antologia Poética.
ResponderEliminarEssa eu não conhecia,pois verdade seja dita,não li toda a vasta obra dele.
É sempre um prazer ver estes posts
tão minuciosos sobre os assuntos tratados.
Beijo
Precioso homenaje. Que belleza de mujer. Un beso grande
ResponderEliminarOlá Amigos do Farol!
ResponderEliminarPassem pelo meu blog!
Tem lá um selinho para vocês!
Beijos!
Merecido homenaje a tan gran artista, y gracias por el gesto de compartirlo con todos nosotros.
ResponderEliminarun abrazo y buen fin de semana.
SILÊNCIO
ResponderEliminarO silêncio é um momento vivificante de graça,
em que a criatura se cala, mais o espírito fala.
Calar sobre sua própria pessoa, é humildade
Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade
Calar quando agente está sofrendo, é heroísmo
Calar diante do sofrimento alheio, é covardia
Calar diante da injustiça, é fraqueza
Calar quando o outro está falando, é delicadeza
Calar quando o outro espera uma palavra, é omissão
Calar quando não há necessidade de falar, é prudência
Calar quando Deus nos fala no coração, é silêncio
Calar diante do mistério que não entendemos, ainda é sabedoria!
( desconheço o autor)
Meu amigos do Farol....
ResponderEliminarNão conhecia Milú, foi muito bom conhecer um pouco de sua história.
Sempre muito bonitas as postagens que nos apresentam!Parabéns!
Um grande beijo e ótimo final de semana à todos!!
Reggina Moon
Eu gosto tanto daki
ResponderEliminarMas num sei prq num consigo te seguir
Sempre dá erro na página...
Sniff... sniff...
Bjinnn
Um fds mara pra ti!
=D
Um extenso trabalho que resultou num post de grande qualidade e serviço. Artistas como a Milu, com ou sem homenagens, nunca deixarão de ser recordados por aqueles que anónimamente apreciam o seu trabalho. ESte publico, também ele esquecido pelos media...saberá ser prestar o seu tributo a quem for dele mereedor.
ResponderEliminarTetis...tem um desafio lá no meu canto!
Bj
Hola mi amiga Tétis,
ResponderEliminarMilú, una estrella bien bonita.
Sabes con tu post no solo haces recordarla, tb das vida con tu testimonio a esta artista.
Parabens amiga y parabens a mi querido Portugal por tener arstistas tan buenos y queridos..
Besos y descansa este fin de semana.
Mil vezes obrigado, amiga, por estas canções!
ResponderEliminarQue saudade desses grandes actores doutros tempos!
Beijinho
Olá Tétis
ResponderEliminarNão conheço muito bem a Milú. O mesmo se passa com os da minha geração e os das gerações mais novas.
Julgo que não se devia esquecer estes artistas que tanto contribuíram para o cinema. Da minha parte, comecei este fim-de-semana a ver “filmes antigos portugueses”.
Um abraço grande e obrigado
Olá Isa
ResponderEliminarTens toda a razão, nós portugueses somos assim. E até há aqueles cujo nome é totalmente "apagado" e, penso, propositadamente esquecido. Uns penso que por serem "personas non gratas", outros porque "mexeram demais" com as ideias e os poderes instituídos, outros só e simplesmente porque foram e continuam a ser mesmo depois de mortos, alvo daquele "pecado mortal" que tanto afecta os portugueses!...
Obrigada amiga pelas tuas palavras e pela tua linda Amizade.
Beijinhos
Salvé minha querida
ResponderEliminarAndamos desencontradas...oje o blog parei-me com um coment+´rio d alguém que s anda a faz passar por mim. Outrora fo ao blog da Céci dizer que ela era gorda e tinha o caelo empastado! Uma vergonha!
as eu não me ralo, pque esta gente vaicair e bem!
Gostava que passasses com urgência no meu blog e lesses o que escrevi no topo do mesmo; e a seguir que abrisses os comentários do post e observasses in loco ambas as "Mariz's!"
Se clikares no nome ou foto não vão dar ao meu blog! - porque não possuem a palavra-passe!
Quanto a este post está de tal forma bem redigido, ilustrado,
preciso e sentido que a Milu onde estiver está a sorrir para ti.
Ainda bem que a homenagearam em tempo útil
Deixo-te o meu carinho e amizade, simbolos do amor que sei dar
Sempre...
Mariz
E...
ESPAVO!
Hola Arwen
ResponderEliminarGracias por tu comentario y tus palabras siempre tiernas y amigas.
Perdemos Milú pero estará siempre en nuestros corazones.
Besitos
Olá Mestre
ResponderEliminarObrigada por teres vindo e teres marcado a tua presença.
É sempre um prazer ver-te por aqui.
Beijinhos
Hola Luciernagadeluz
ResponderEliminarGracias amiga.
Milú era muy bonita y fue una grande artista para su época.
Besitos
Alma Inquieta
ResponderEliminarObrigada, já passamos pelo teu blog e já recolhemos o teu selinho.
Beijinhos dos amigos do Farol
Hola Maria Rosa
ResponderEliminarGracias por tus simpaticas palabras.
Es siempre un placer para nosotros compartirmos algo con nuestros amigos.
Besitos de los amigos del Farol
Olá Lira
ResponderEliminarObrigada por essa "lição" magnífica que nos deste sobre o "Silêncio".
São conselhos muito úteis e que nos fazem reflectir.
Beijinhos dos amigos do Farol
Hola Rosa
ResponderEliminarGracias por tus palabras y por tu Amistad.
Deseamos lo mejor para ti y para tu madre y estaremos siempre aqui para te apoyar y dar mucha fuerza y ánimo.
Besitos de los amigos del Farol
Olá Reggina
ResponderEliminarFicamos sempre muito felizes quando te vemos por aqui.
Estamos satisfeitos por te dar a conhecer uma grande senhora do mundo da "sétima arte" portuguesa. Se tiveres oportunidade de ver algum filme da sua época, não percas pois decerto irás gostar.
Beijinhos
Olá Bia
ResponderEliminarEspero que o problema que tens com a abertura da página do nosso blog já esteja resolvido. Até aqui não temos tido queixas.
Estamos muito contentes por te ter como amiga, seguidora e visitante do nosso Farol.
Beijinhos de Argos, Poseidón e Tétis
Amigo SightXperience
ResponderEliminarTem toda a razão, Milú será sempre apreciada e recordada com ou sem homenagens. Ela foi e será sempre a nossa "menina da rádio". Felizmente ainda tive a oportunidade de a conhecer pessoalmente no começo do ano passado, meses antes do seu falecimento.
Obrigada pelo desafio a que já respondi. Gostou das respostas???
Um grande abraço amigo
Querido amigo Poseidón
ResponderEliminarEu sei que já conhecias Milú, ou melhor, eu já ta tinha dado a conhecer, não é verdade?
Sim, Milú era bem bonita e, acredita, já com muita idade ela continuava a ter aquele seu rostinho suave, aquele seu ar de "menina".
Je t'embrasse, mon ami
Olá Vieira Calado
ResponderEliminarFicamos felizes por termos contribuído para que pudesse recordar as canções e os "tempos áureos" do cinema português.
Apareça sempre aqui pelo Farol que nos dará um imenso prazer.
Abraços dos amigos Poseidón, Argos e Tétis
Amigo Argos
ResponderEliminarPois, é natural que os da tua geração já não estejam tão familiarizados com os artistas da época da Milú. Mas acredita que vale a pena conhecer o cinema português do seu tempo, a sua "época áurea". Decerto te irás admirar como foi possível com tão poucos recursos e tantos "entraves", de toda a ordem, terem sido produzidos filmes tão fantásticos e agradáveis de se verem.
Fico feliz em saber que começaste a ver "filmes antigos portugueses".
Um grande abraço
Olá querida amiga Mariz
ResponderEliminarNem preciso de te dizer o quanto fiquei feliz de receber a tua visita. Sabes que és muito querida por todos nós e que quando apareces o nosso Farol fica mais iluminado e a sua luz projecta-se para muito mais longe!...
Quanto a isso que está a acontecer de alguém andar a fazer-se passar por ti, amiga, não ligues, "os cães ladram e a caravana passa", não é mesmo assim? E já sabes como é, há sempre "ovelhas ranhosas" por onde quer que vamos e onde quer que nos encontremos. E depois a "inveja" é, infelizmente, um sentimento vil e mesquinho que está bem instalado entre nós.
Mas, será como dizes, "esta gente vai cair e bem...". Podes estar certa que irão envenenar-se com o seu próprio veneno.
Quanto a Milú, acredito mesmo que ela esteja a sorrir para mim. Aliás, conheci pessoalmente esse seu belo e terno sorriso.
Beijinhos muito amigos.