terça-feira, 22 de outubro de 2019

Impressão digital



Impressão digital

Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.

Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

(António Gedeão, “Poesias Completas”)

domingo, 6 de outubro de 2019

Yo no borro nada en mi vida…


“Yo no borro nada en mi vida…
Cada cosa,
Cada mínima cosa,
Me hizo lo que soy ahora…
Las cosas buenas me han
Enseñado a amar la vida.
Las cosas malas a saberla
Vivir…”



Me quedo con estas cosas buenas: