Quando posso vou visita-lo.
Sigo por uma estrada em mau estado até a um mosteiro beneditino abandonado.
Pedra cinzenta, aqui e além caída por terra. O telhado quase não existe e uma das paredes laterais está escorada por vigas de ferro.
Os campos em redor estão abandonados, cobertos de ervas daninhas e o muro não se distingue por entre o silvado.
Sinto a aragem no meu rosto, ali corre sempre um ventinho fresco. Consigo sentir também, aquele odor característico a folhas caídas, humidade do solo e o “fresco” de uma mina de água abandonada.
E ouço o silêncio, quebrado aqui e além, pelo assobio de um melro escondido nos arbustos.
Eu quero ouvir outro som e “procuro-o”. Olho na direcção de um velho poste de telefone, desactivado, de madeira muito seca e cinzenta – a sua casa. Nada, vazio e solitário, o poste destaca-se naquela paisagem como uma aberração.
Não desisto e espero com todos os meus sentidos alerta. Tenho medo, muita coisa lhe pode ter acontecido desde a última vez que o visitei.
Aguardo, e como das outras vezes, ouço-o primeiro antes de o conseguir ver: Um grito ténue e um ponto lá no alto, quase imperceptível no céu, depois, o ponto vai crescendo em círculos alargados e o grito torna-se mais forte.
Agora consigo vê-lo em toda a sua grandeza, a planar, asas abertas e fortes, cauda bifurcada e plumagem escura.
Pousa no poste e este deixa de ser uma aberração, agora parece bem integrado na natureza. Um totem vivo de Março a Agosto, vigiando um rincão que é só dele.
Só dele não, também é meu sempre que o visito e me empresta as asas.
El Condor Pasa
Sigo por uma estrada em mau estado até a um mosteiro beneditino abandonado.
Pedra cinzenta, aqui e além caída por terra. O telhado quase não existe e uma das paredes laterais está escorada por vigas de ferro.
Os campos em redor estão abandonados, cobertos de ervas daninhas e o muro não se distingue por entre o silvado.
Sinto a aragem no meu rosto, ali corre sempre um ventinho fresco. Consigo sentir também, aquele odor característico a folhas caídas, humidade do solo e o “fresco” de uma mina de água abandonada.
E ouço o silêncio, quebrado aqui e além, pelo assobio de um melro escondido nos arbustos.
Eu quero ouvir outro som e “procuro-o”. Olho na direcção de um velho poste de telefone, desactivado, de madeira muito seca e cinzenta – a sua casa. Nada, vazio e solitário, o poste destaca-se naquela paisagem como uma aberração.
Não desisto e espero com todos os meus sentidos alerta. Tenho medo, muita coisa lhe pode ter acontecido desde a última vez que o visitei.
Aguardo, e como das outras vezes, ouço-o primeiro antes de o conseguir ver: Um grito ténue e um ponto lá no alto, quase imperceptível no céu, depois, o ponto vai crescendo em círculos alargados e o grito torna-se mais forte.
Agora consigo vê-lo em toda a sua grandeza, a planar, asas abertas e fortes, cauda bifurcada e plumagem escura.
Pousa no poste e este deixa de ser uma aberração, agora parece bem integrado na natureza. Um totem vivo de Março a Agosto, vigiando um rincão que é só dele.
Só dele não, também é meu sempre que o visito e me empresta as asas.
El Condor Pasa
Amigo Argos,
ResponderEliminarTu tb amas los animales y la naturaleza..
POR ESO TE FELICITO.
Despues de andar con tu barco por eso mares y oceanos..galaxias, etc.
Resulta que tb pisas el suelo en la Tierra para despues volar por el cielo..
Y lo haces asi como dices :
"Não desisto e espero com todos os meus sentidos alerta. Tenho medo, muita coisa lhe pode ter acontecido desde a última vez que o visitei."
Es eso, tines razon, al final para apreciar, gustar y amar los sentidos en alerta ayudan en esa busca..
Espero que encontrastes tu amigo?
Um abraço
Um abrazo
A bientôt mon ami!
Agradezco vuestra atención y me alegra conocer vuestro espacio.
ResponderEliminarPermanecemos en contacto,
Saludos.
Lindo texto,Argos.
ResponderEliminarA minha atenção voou,tb.com o Condor,num voo belíssimo e vi(imaginei)coisas diferentes e belas.
Beijo.
isa.
Me gusta, me gusta esa idea del poste como aberración que cobra vida y sentido cuando un ave se posa en ella. Felicidades.
ResponderEliminarSaludos
Que bonito, é o teu Condor! Gostaria de percorrer esses teus caminhos e ir conhecê-lo. Não sei se já te apercebes-te que adoro animais mas, principalmente, aves. Invejo-as na sua beleza, na sua liberdade, na sua leveza.
ResponderEliminarNão deixes de usufruir dos momentos únicos que esse teu amigo te oferece.
Bj
Es una bello relato, Argos, también me ha gustado el detalle del poeste horrible que se vuelve bello cuando el ave se posa en él.
ResponderEliminarAmo la naturaleza y sus animales y he disfrutado mucho tu descripción... ¿Qué pasó con tu amigo?
Un abrazo enorme.
Amigo Poseidón,
ResponderEliminarObrigado pelas tuas palavras.
É verdade que navego muito tempo por oceanos e galáxias, mas ás vezes desço à terra e quando isso acontece, descubro que aqui também há coisas belas para respeitar e amar.
Quanto à tua pergunta, sim, encontrei o meu amigo e encontrei paz…
Abraços
Olá Yuria,
ResponderEliminarObrigado pela visita.
Também gostamos de conhecer o teu “cantinho” e claro que nos mantemos em contacto!
Abraço
Isa,
ResponderEliminarFico feliz por ter gostado do texto e ainda mais feliz por, através dele, ter conseguido voar e imaginar.
É bom “voar”, só não devemos perder de vista a terra!
Abraço e volte sempre
Olá amigo XoseAntón!
ResponderEliminarObrigado pelos seus comentários sempre tão simpáticos.
Quanto ao poste como aberração (uma metáfora ou não, deixo ao critério de quem lê), a natureza quase sempre tenta encontrar maneira de “curar” as inconsequências do ser humano!
Abraços
Teresa,
ResponderEliminarPor acaso já tinha reparado que gosta de animais: Boneca, Miuzinho…
E fico feliz por gostar muito de aves, destaco até duas frases do seu comentário:
“Invejo-as na sua beleza, na sua liberdade, na sua leveza.”
“Não deixes de usufruir dos momentos únicos que esse teu amigo te oferece.”
Não deixo não, porque nesses momentos ganha-se liberdade e quebra-se a solidão!
Para terminar posso confessar uma coisa?
A “minha” ave é um falcão, só que não encontrei nenhum vídeo com uma canção dedicada a ele!
E como gosto muito de flauta e adoro esta música, achei que o condor (e o falcão) não se importavam de a compartilhar!
Teresa, obrigado pelo seu comentário e pelo seu blog, eu já adquiri o hábito de ir até lá ler as suas crónicas.
Abraço
Olá Luísa,
ResponderEliminarFico contente por saber:
Que somos um grupo que ama a natureza.
Que desfrutou do meu texto. Também conseguiu voar?
Quanto à sua pergunta, até agora o meu amigo permanece lá, sobrevoando o seu território.
Gosto de o visitar, mas as vezes prefiro não o fazer.
Será melhor imaginar que ele continuará a voar para sempre?
Abraço
Olá Argos,
ResponderEliminarQue mais te poderei dizer sobre este magnífico texto que já não te tenha dito?
Parabéns não só pelo texto em si como por o teres colocado. Sabes bem o que quero dizer...
Força!... Para a frente é que é o caminho!...
Um grande abraço.
Tétis,
ResponderEliminarObrigado!
Eu sei...Navegar é preciso...e voar também...
Obrigado pelo apoio, a ti e ao Poseidón
Abraço grande