Do neo-realismo à modernidade
Júlio Pomar é um pintor e escultor português que nasceu em Lisboa, em 1926. Frequentou a escola secundária António Arroio e as Belas Artes de Lisboa e Porto.
No início da carreira foi influenciado por neo-realistas como Alves Redol ou Soeiro Pereira Gomes, ligados ao Partido Comunista. Fora do país, tem como referência o brasileiro Cândido Portinari e os grandes muralistas mexicanos Orozco, Rivera e Siqueiros, que o encorajaram a fazer da arte um veículo de intervenção sociopolítica.
Em 1945, Pomar expôs uma das suas obras paradigmáticas, “O Gadanheiro”, na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA). O crítico Mário Dionísio escreveu a propósito o artigo “O princípio de um grande pintor?”
Pomar assumiu-se então como um agitador da contestação do regime, promovendo a I Exposição da Primavera no Ateneu Comercial do Porto, onde se agruparam artistas que recusavam qualquer colaboração com o salazarismo.
A sua intervenção nas lutas estudantis custou-lhe a interdição da frequência na Escola de Belas Artes do Porto.
Para a decoração do Cinema Batalha naquela cidade, foi-lhe encomendado um grande mural, mandado destruir pela polícia política poucos meses depois da abertura da sala ao público.
Pomar regressou a Lisboa, onde foi preso durante quatro meses. Nesse período, o seu quadro “Resistência” foi apreendido na I Exposição Geral de Artes Plásticas.
Em 1950, realizou uma exposição individual na SNBA, em Lisboa, onde apresentou obras marcantes da pintura portuguesa do século XX como o célebre “O Almoço do Trolha”. Esta obra valeu-lhe o título de principal cultor do Neo-Realismo na pintura portuguesa.
Nos anos 60 radicou-se em Paris. Em 1968, inspirado pela revolta dos estudantes, pintou uma série subordinada ao tema da insurreição.
Quando se deu o 25 de Abril de 1974, Júlio Pomar encontrava-se em Lisboa, onde permaneceu nos meses seguintes, vivendo os acontecimentos revolucionários.
Mantém-se activo, enquanto artista, escultor, ilustrador e, mais recentemente, também como escritor, trabalhando em Paris e Lisboa.
Júlio Pomar foi consagrado, há muito, como um dos nomes maiores da arte europeia.
Júlio Pomar e Fernando Pessoa
Até a década de 50, o artista plástico Júlio Pomar manteve-se fiel à corrente do neo-realismo. As suas telas eram marcadas pelo teor político e pela crítica social. Depois passou a experimentar estilos variados, pinturas, gravuras, desenhos e esculturas, evidenciam essa posterior diversidade.
Destaca-se a ligação de Pomar com a literatura, onde surgem ilustrações com pinturas e desenhos sobre temas literários e retratos de escritores. É o caso do nosso Poeta do Parque – Fernando Pessoa, presente em muitos desenhos, retratos e pinturas de Júlio Pomar.
Se há pintores para quem nunca fez sentido “pintar sempre o mesmo quadro”, um deles será indubitavelmente Júlio Pomar. Com efeito, a sua obra é caracterizada por uma enorme diversidade de linguagens pictóricas, processos e materiais, todos eles reunidos numa constante interrogação da pintura e do quadro, nos tempos vários das suas realizações. Na sua obra encontram-se períodos distintos, aparentemente contraditórios nos seus paradoxos, séries em cuja autoria se revela o exercício de uma “heteronímia” consequente dos momentos de vida e de trabalho diferenciados em que ocorreram.
Será esta “heteronímia” que aproxima estas dois grandes nomes das artes portuguesas ?
Apresentam-se algumas imagens da interessantíssima obra de decoração mural em azulejo para a Estação Alto dos Moinhos do Metropolitano de Lisboa, (1983-84), em que Fernando Pessoa é uma dos grandes vultos portugueses ali representados por Júlio Pomar.
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COMO SIEMPRE UN PLACER VIISTARTEE, ESPERO ESTES BIENN, UN ABRAZO PARA VOS Y QUE TENGAS UN BUEN DIA
CHRISSSS
Que belíssimos trabalhos e ainda junto à Fernando Pessoa? Magnífico!
ResponderEliminarBeijos e boa semana para todos!
Tétis,
ResponderEliminarQue maravilha de postagem...
Vou pesquisar uma tela desse pintor para colocar no meu Blog Portal...e salvei pra mim um dos esboços feitos por ele de Pessoa!!Maravilha!
Beijos,
Reggina Moon
Acho o traço dele, incrível...
ResponderEliminarcomparado a Picasso.
O desenho de Picasso e de Júlio Pomar,
no meu entendimento, superam as
suas pinturas.
Beijo
He estado leyendo la traduccion del texto y me ha gustado mucho saber de este gran pintor que se dedico a la politica y la critica social, haciendose de oir aunque le costo la carcel sus ideas revolucionarias, muy interesante...muchosss besosss amigoss los quieroooo muchoooo!!!!
ResponderEliminarTétis
ResponderEliminarMais uma vez um belo post!
Sabes que gostei muito e sobre este assunto, lembras da conversa que tivemos há muito no Messenger?
Pesquisei sobre a estação e “descobri” que:
Na estação Alto dos Moinhos, o pintor Júlio Pomar partiu da ideia de homenagear quatro nomes das letras portuguesas, Camões, Bocage, Pessoa, Almada e, sabendo que nos espaços públicos surgem quase sempre graffitis, resolveu antecipar-se colocando aí imagens dos quatro poetas em que o traço recorda os graffitis.
Com esses desenhos foi feita uma exposição em 1984, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, com o título "1 Ano de desenho, 4 poetas no Metropolitano de Lisboa".
Espero que não te importes com este pequeno acrescento!
Um grande, grande abraço de amizade
No conocía este artísta, muy bueno gracias por compartir la información, saludos.
ResponderEliminarTétis
ResponderEliminarSentiste o que é verdade.
O mar é imenso único e mágico...
gosto muito de te ver lá...
Um beijo para ti e para o Argos
Olá! Venho lhe agradecer a visita e por acompanhar meu blog. Gostei muito daqui também. Bj.
ResponderEliminarOlá Amiga,
ResponderEliminarObviamente que ias juntar dois grandes nomes: Pessoa e Júlio Pomar. Após a descrição do percurso de Pomar aí temos, o nosso Pessoa, retratado pelo seu traço único.
Sinceramente, já tinha pensado que ias "pegar" nos dois. Não me enganei: foi só uma questão de esperar e, eles aí estão.
Abraço.
Hola Estrellita y Christian
ResponderEliminarPara mi también es un placer visitar vuestro blog y tener vuestra Amistad.
Besitos
Olá Serena
ResponderEliminarEste artista plástico, Júlio Pomar, é bastante diversificado, tal como Fernando Pessoa, é um em muitos!...
Estes painéis duma estação de Metro de Lisboa são lindíssimos. Convido-a a vir cá conhecê-los "ao vivo"!...
Beijos amigos
Reggina
ResponderEliminarPomar e Pessoa formam uma dupla magnífica. Ambos são grandes nas suas artes!...
Fico feliz por saber que você gostou do artista e que vai colocá-lo, assim como a Fernando Pessoa, no seu "Portal".
Beijinhos
Olá Mestre
ResponderEliminarPois, de desenho, traço, pinturas, és tu o Mestre!...
Eu apenas sei dizer se gosto ou se não gosto. E digo gosto quando "sinto" o que vejo. Doutra forma é "não gosto". Penso que me entendes...
O traço de Pomar dá para sentir e entender, por isso "gosto".
Obrigada pelo comentário e pela visita.
Beijinhos
Hola Arwen
ResponderEliminarGracias por tu comentario y por intentares entender el texto con la ayuda del traductor.
Muestras que eres una persona culta y interesada en la arte.
El movimento del Neo-Realismo tuve en Portugal grandes nombres de hombres y de mujeres que se destacarán en diversas artes.
Besitos de los amigos del Farol
Olá Argos
ResponderEliminarClaro que não só não me importo com o teu "acrescento" como o aplaudo e agradeço. Tudo que contribua para dar informação, para a divulgação do conhecimento, é sempre louvável e bem vindo.
A intenção de Pomar, em antecipar-se aos graffitis, foi boa e dela resultou esta obra original e maravilhosa. Só é pena e lamentável que as pessoas não tenham civismo, educação (atenção disse "educação", não "ilustração/cultura"...) e não saibam respeitar o que afinal é de todos nós.
Sim, lembro-me perfeitamente e recordo com saudade (lá vem a "lamechas", imagino-te a pensar!...) essa conversa que tivemos a propósito do Neo-Realismo e dos seus cultores.
Um grande abraço muito amigo
Você veio para vencer as adversidades
ResponderEliminare os desafios da vida.
Você já nasceu Vencedor!
Lembre-se que dentre milhões de sementes
Você foi aquela que vingou.
Acredite que ninguém é tratado com
privilégios pela Vida:
Ela trata a todos de modo igual e estamos
todos sob as mesmas leis.
São nossos pensamentos e a força
que neles colocamos
que fazem tudo acontecer.
Pensemos no sucesso e ele virá.
Pensemos na saúde e ela se manisfetará.
Acreditamos no Bem e ele sempre se
mostrará.
Nada é impossível onde existe a Fé!
beijoooooo
Hola Daniel
ResponderEliminarGracias por tus palabras siempre amigas y simpaticas.
Dejo aqui un link aonde podrás ver algunas obras de Júlio Pomar.
http://oseculoprodigioso.blogspot.com/2007/08/pomar-jlio-expressionismo-abstracto.html
Besitos
Olá Lili
ResponderEliminarTambém eu gosto de te visitar e ler os teus belos poemas e ver as lindas imagens que lá colocas.
Não é só o mar que tem magia, o teu blog também a tem, penso que será talvez pelo "cheiro" de África que por lá se sente!...
Também gosto de te ver aqui pelo Farol.
Beijinhos meus e de Argos
Nobre colega Tétis,
ResponderEliminarO pomar artístico de Júlio frutifica com rara beleza nas artes plásticas.
Um grande abraço
Olá Meri
ResponderEliminarObrigada pela sua visita e pelas suas palavras amigas.
Gosto muito do seu blog, é simpático, sério e aborda temas com os quais me identifico.
Um beijinho amigo
Olá Teresinha
ResponderEliminarFico feliz por saber que já começas a conhecer-me, ou será que és "adivinha"???
Então já tinhas pensado que iria juntar Pomar e Pessoa... De facto, como se pode ver, eles têm algo em comum...
Beijinhos
Olá Lira
ResponderEliminarObrigada pela visita e por estes lindos e acertados pensamentos.
Volta sempre, é bom ver-te por aqui.
Beijinhos
Olá amigo "Mar"
ResponderEliminarUm frase, um trocadilho bastante feliz:
"O pomar artístico de Júlio frutifica com rara beleza nas artes plásticas."
Obrigada também pela visita. É sempre um prazer vê-lo por aqui.
Um grande abraço
Sou adivinha!...
ResponderEliminarAbraço, Amiga.