Parabéns e obrigada Argos por este belíssimo excerto do não menos belíssimo texto de Manuel Alegre.
Com o nome "Rosas Vermelhas", ele é, além duma lembrança/pesadelo dum Maio de 1963 em que o poeta estava na prisão, um hino à "Mãe", esse ser doce e terno que sempre lhe acudia nos momentos mais dolorosos.
Desculpa Argos mas não resisto em continuar um pouco o excerto que aqui colocaste.
"E tudo estava certo, nesse tempo, ou, pelo menos, nada tinha o sabor do irremediável (…) E eu dormia poisado sobre a eternidade, como se tudo estivesse certo para sempre, eu dormia com muitos olhos, muitos gestos vigilantes sobre o meu sono. Por vezes tinha pesadelos, acordava, inquieto, a meio da noite, qualquer coisa parecia querer despedaçar-se e então exclamava:
- Mãe!
E logo essa voz, tão calma, entrava dentro de mim, mandava embora os fantasmas, e era de novo o meu quarto, a doce quentura da minha casa no cimo da ternura (…)"
sabes tb me gusta mirar por la ventana y respirar (imaginar tantas cosas perdiendonme con mi mirada a lo lejano...
Eso ya lo hice de pequeño en mi Extremadura y en este momento que escribo mi comentario tb tengo la ventana aqui en francia abierta ( mucho carlo hoy!).
Veo el cielo con las estrellas , las luces a lo lejos ENCENDIDAS EN LA CIUDAD... me pierdo con el cielo, la luna y las estrellas y mis deseos..., consigo mismo recordar el cielo de una noche del mes de marzo de 2006 muy cerca del Pavilhao Atlantico , una noche preciosa de LISBOA , aqui desde mi ventana..
Si, es un bellisimo texto para meditar..
gracias amigo, como siempres eliges muy bonito y interesante.
Como sempre, surpreendes (-me). E, surpreendes, porque tens a capacidade de captar a nossa atenção apenas com duas ou três linhas tiradas de um qualquer poema/texto. O segredo está na sensibilidade com que o fazes, na arte de ir buscar o melhor (neste caso) pedaço de "sonho". E a nossa querida Tétis continua com outro excerto belissimo. Aliás, este "Rosas Vermelhas" é um testemunho lindo e que nos DEVIA fazer pensar.
Se me permitem Amigos Argos e Tétis, e desculpem a ousadia, gostaria de deixar o final deste texto fantástico:
"Porém, nessa manhã (não posso dizer ao certo porque não tinha relógio, mas talvez – quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue, no chão da minha cela."
Eu também acho que dá que pensar! Os textos de Manuel Alegre, quer se goste ou não, não deixam ninguém indiferente. E quanto ao título, estive "tentado" com as janelas da Maluda. Que me diz delas?
Como eu já disse noutro comentário, da nossa janela somos "reis" e podemos sonhar. Dependendo dos sonhos,podemos concretizá-los ou não...mas são sempre a nossa vida!
Muito obrigado pela sua simpatia. "Rosas Vermelhas" sempre me fascinou e o não colocar aqui o texto todo foi deliberado. Para além de tentar que os leitores sonhassem, esperava que algumas pessoas colocassem aqui alguns trechos. Não me enganei e fiquei muito feliz por essas pessoas terem sido a Tétis e a Teresa!
Essa janela me deu inspiração para brincar com algumas palavras. Fui escrevendo, escrevendo e acabei fazendo um "poema", mas depois fechei a minha janela e ninguém vai poder ver o que guardei lá dentro dela.
Adorei tudo. Parabéns pelas imagens e pela delicadeza com que escreves e escolhes os textos aqui postados. Também tenho um blog. Lá coloco minhas ideias, opiniões, criações...desde já convido vc a conhecer.
Cada comentário a este post é mais um Facho de Luz que nos ilumina. Mas, se apenas quiser assinalar a sua presença, dar-nos um recadinho ou dizer-nos um simples “olá”, poderá também fazê-lo no nosso Mural de Recados. A equipa do Farol agradece o vosso carinho e Amizade.
Olha o que a tua janela e o nome de Manuel Alegre me fez lembrar, é muito bonito este poema não é?
ResponderEliminarTrova do vento que passa
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
Beijinhos
Flor
Parabéns e obrigada Argos por este belíssimo excerto do não menos belíssimo texto de Manuel Alegre.
ResponderEliminarCom o nome "Rosas Vermelhas", ele é, além duma lembrança/pesadelo dum Maio de 1963 em que o poeta estava na prisão, um hino à "Mãe", esse ser doce e terno que sempre lhe acudia nos momentos mais dolorosos.
Desculpa Argos mas não resisto em continuar um pouco o excerto que aqui colocaste.
"E tudo estava certo, nesse tempo, ou, pelo menos, nada tinha o sabor do irremediável (…)
E eu dormia poisado sobre a eternidade, como se tudo estivesse certo para sempre, eu dormia com muitos olhos, muitos gestos vigilantes sobre o meu sono. Por vezes tinha pesadelos, acordava, inquieto, a meio da noite, qualquer coisa parecia querer despedaçar-se e então exclamava:
- Mãe!
E logo essa voz, tão calma, entrava dentro de mim, mandava embora os fantasmas, e era de novo o meu quarto, a doce quentura da minha casa no cimo da ternura (…)"
Um grande abraço
Me gustan las miradas desde la ventana y, creo que es cierto, de ahí parten todos los caminos.
ResponderEliminarDá que pensar....
ResponderEliminarAbraço
hola meu amigo ARGOS,
ResponderEliminarsabes tb me gusta mirar por la ventana y respirar (imaginar tantas cosas perdiendonme con mi mirada a lo lejano...
Eso ya lo hice de pequeño en mi Extremadura y en este momento que escribo mi comentario tb tengo la ventana aqui en francia abierta ( mucho carlo hoy!).
Veo el cielo con las estrellas , las luces a lo lejos ENCENDIDAS EN LA CIUDAD... me pierdo con el cielo, la luna y las estrellas y mis deseos..., consigo mismo recordar el cielo de una noche del mes de marzo de 2006 muy cerca del Pavilhao Atlantico , una noche preciosa de LISBOA , aqui desde mi ventana..
Si, es un bellisimo texto para meditar..
gracias amigo, como siempres eliges muy bonito y interesante.
um grande abraço
Olá Argos,
ResponderEliminarComo sempre, surpreendes (-me). E, surpreendes, porque tens a capacidade de captar a nossa atenção apenas com duas ou três linhas tiradas de um qualquer poema/texto.
O segredo está na sensibilidade com que o fazes, na arte de ir buscar o melhor (neste caso) pedaço de "sonho".
E a nossa querida Tétis continua com outro excerto belissimo. Aliás, este "Rosas Vermelhas" é um testemunho lindo e que nos DEVIA fazer pensar.
Se me permitem Amigos Argos e Tétis, e desculpem a ousadia, gostaria de deixar o final deste texto fantástico:
"Porém, nessa manhã (não posso dizer ao certo porque não tinha relógio, mas talvez – quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue, no chão da minha cela."
Abraço, Argos e obrigada.
Tétis
ResponderEliminarobrigada pelas tuas palavras meigas...
Eu fui a Lisboa com os netos para assistir ao jogo Sporting -Fiorentina..
As férias deviam ser de descanso mas muita gente acaba as férias mais cansada do que quando começou...
um beijinho com muita ternura...
la luz sale de nosotros y llega hasta el cielo
ResponderEliminarOlá Flor
ResponderEliminarMuito obrigado pelo poema que aqui colocaste.
"Trova do vento que passa" sempre me "arrepiou"!
posso destacar estes versos?
"Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa."
Um grande abraço
Olá Tétis
ResponderEliminarSem mais, acertaste como sempre!Prisão...janela...mãe...esperança...
Um grande, grande abraço
Fonsilleda
ResponderEliminarDe acordo com o que dizes. Da nossa janela somos reis e senhores!
Abraço
Hola Lira
ResponderEliminarUn...gran abrazo desde mi ventana!
Olá Andrade
ResponderEliminarEu também acho que dá que pensar!
Os textos de Manuel Alegre, quer se goste ou não, não deixam ninguém indiferente.
E quanto ao título, estive "tentado" com as janelas da Maluda. Que me diz delas?
Abraço
Olá amigo Poseidón
ResponderEliminarComo eu já disse noutro comentário, da nossa janela somos "reis" e podemos sonhar. Dependendo dos sonhos,podemos concretizá-los ou não...mas são sempre a nossa vida!
Um grande abraço
Teresa,
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua simpatia.
"Rosas Vermelhas" sempre me fascinou e o não colocar aqui o texto todo foi deliberado. Para além de tentar que os leitores sonhassem, esperava que algumas pessoas colocassem aqui alguns trechos. Não me enganei e fiquei muito feliz por essas pessoas terem sido a Tétis e a Teresa!
Abraço grande
Lili,
ResponderEliminarUm grande abraço e bom fim-de-semana!
Quantos às férias...é mesmo assim!
Amor que soy
ResponderEliminarGrato pelas suas palavras.
Costumo passar pelo seu blog, um local óptimo para passear,parabéns e obrigado.
Olá Argos,
ResponderEliminarObrigada pelas tuas palavras e por não te teres zangado por eu ter metido a "foice em seara alheia".
Acredita que percebi a mensagem...
A sugestão do teu post, dirigida ao Andrade, parece-me óptima.
Amigo, que venham as lindissimas janelas da Maluda.
Abraço.
Nobre colega Argos,
ResponderEliminarEssa janela me deu inspiração para brincar com algumas palavras. Fui escrevendo, escrevendo e acabei fazendo um "poema", mas depois fechei a minha janela e ninguém vai poder ver o que guardei lá dentro dela.
Um grande abraço
Teresa
ResponderEliminarUm abraço e pode ficar ciente que não me zango pelas suas participações, pelo contrário!
Amigo Mar,
ResponderEliminarFico feliz pela janela lhe ter dado inspiração!
Quanto à sua janela, todos precisamos de fechar algumas, sentir que o que está dentro é só nosso.
abraço
Adorei tudo. Parabéns pelas imagens e pela delicadeza com que escreves e escolhes os textos aqui postados.
ResponderEliminarTambém tenho um blog. Lá coloco minhas ideias, opiniões, criações...desde já convido vc a conhecer.
Passarei sempre por aqui.
Bjs
Barbara