Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto.Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa), in "Poemas"
Meus Amigos,mais uma postagem de que gostei muito!
ResponderEliminarDos heterónimos Álvaro de Campos é o meu preferido!Admirável!
Beijo.
isa.
Ojalá yo fuese, como Pessoa o uno de sus heterónimos, capaz de transcribir con mis propias palabras las sensaciones que "ellos" exponen en este inquietante poema.
ResponderEliminarBicos.
Magnífico este poema como todos de Fernando Pessoa.
ResponderEliminarAbraços para os três!
Lindissimo poema de Fernando Pessoa.
ResponderEliminarneste caso Àlvaro de Campos.
Beijoa de boa noite
Sonhadora
Precioso poema, este Pesoa es tan profundo e intimista que casi asusta.
ResponderEliminarBesos
Narci
Pessoa foi um excelente escritor capaz de escrever poesia multifacetada, com diferentes nomes e estilos diferentes! Além de críticas de seus próprios atos feito por seus próprios personagens com nomes fictícios simplesmente um gênio. Bom poema. Um beijo.
ResponderEliminarPrecioso, nostalgico y a la vez cierto, que es lo que buscamos de nosotros mismos?
ResponderEliminarBesazos con mucho gusto y gustosos
Olá Argos,
ResponderEliminarQuestões, questões e mais questões! Mas estas, não serão comuns a todos (muitos de) nós? Quem somos, afinal?! Somos como nos vêmos? Como os outros nos vêem? Quem somos, afinal?!
Partilho das dúvidas de Álvaro de Campos, estou em sintonia com ele.
Abraço grande, Amigo.
Hola amigo ARGOS,
ResponderEliminarUn poema maravilloso, muy profundo.
Eso es quienes somos, como sentimos, como hacemos, cuantas preguntas, y interrogaciones nos llegan al cerebro (lembras isso amigo, o cortex!)
Somos lo que somos, todo y nada!
Disfrutemos siempre que podamos es lo mejor.... y el resto hagamos lo posible para enfrentar con sensatez, (tranquilidad, sabiduría)
ES PRECISO SABER VIVIR (lembras isso amigo)
Un grande abrazo muy feliz amigo con un maravilloso fin de semana.
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nb : ame eso :
"O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
por passares em Africa..
ResponderEliminaré bom ler-te pois sinto a magia das palavras e a verdade com que escreves.
O amanhecer tem de ser sempre de Esperança. Eu tenho tido muitas alturas que custa olhar em frente masde repente a força chega e acredito que amanhã é outro dia e ´´e mesmo...
para ti um beijo
Poesia...
SEGREDOS
Segredos meus…
Segredos teus…
Segredos nossos…
Mas sempre segredos…
Segredos calados…
Segredos sofridos…
Segredos escondidos…
Porque são só nossos…
E nestes segredos…
Que doem, por serem segredos…
Não vamos contar…
E vamos calar!...
Lili Laranjo
Olá amigo Argos
ResponderEliminarCá temos de novo o nosso Fernando Pessoa, desta vez o seu heterónimo Álvaro de Campos.
É sempre uma boa escolha, pois não nos cansamos de o ler, de tentar “penetrar” no seu mundo, de, muitas vezes, nos revermos naquilo que nos pretende transmitir.
Este soneto é, no meu entender, um daqueles em que a temática existencial se encontra mais presente, onde o poeta nos confessa a sua grande preocupação em entender o que sente. É pois um poema de “sentires” e de “sensações”.
Álvaro de Campos termina este soneto com uma incredulidade sobre a verdade acerca de si mesmo. Ele dá-nos a ideia de um grande vazio em si e da ausência de uma identidade.
Pronto, mais uma vez me alonguei e perdi, também eu, em divagações!...
Um grande abraço
Maravilhoso Pessoa, que de tanto talento se permitia heterônimos, faces do poeta...lindo!!!
ResponderEliminarGrande beijo,
Reggina Moon
Argos,
ResponderEliminarAcertei o modo de comentários, penso que não haverá mais problemas....
Beijos a todos queridos amigos desse Farol!!
Reggina Moon
Nem nunca, propriamente reparei,
ResponderEliminarSe na verdade sinto o que sinto.Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Maravilhoso texto......Parabéns!
Lindo e abençoado Domingo.
Forte abraço a todosssssss
Hermoso poema, profundo y que demuestra esa búsqueda incansable que todos llevamos dentro.
ResponderEliminarUn abrazo muy cariñoso
Olá Isa
ResponderEliminarAinda bem que acertei no heterónimo, Álvaro de Campos o teu preferido.
O poeta do verso impetuoso e espontâneo.
Beijos de todos nós
Tétis, Poseidón e Argos
Fonsilleda
ResponderEliminarVou confessar uma coisa:
Também eu gostaria muito de ser capaz de colocar por escrito aquilo que sinto.
Ser o poeta da minha condição humana dividido entre o vazio da realidade e o universo dos sonhos.
Abraço grande
Olá Paula
ResponderEliminarConcordo contigo, Fernando Pessoa foi um génio e os seus poemas magníficos!
Entre ele e os seus heterónimos, encontramos sempre um poema que se adapta aos nossos diferentes estados de alma.
Um abraço da equipa do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Sonhadora
ResponderEliminarFico feliz por teres gostado da poesia!
Este poema tem muito para nos fazer reflectir. Será a sensação a realidade da vida?
Vamos pensar!
Um abraço grande
Olá Narci
ResponderEliminarConcordo contigo, um poema profundo e intimista.
O poema assusta ou o que assusta é “saber” onde nos podem levar as sensações?
Beijos
El Drac
ResponderEliminarPelo teu comentário, presumo que Pessoa seja um dos teus autores preferidos.
Um génio sem duvida, mas muito enigmático. Quanto do seu verdadeiro “eu” teria transparecido na sua obra? E este sensacionismo de Álvaro de Campos? Verdadeiro?
Tão real como as diferentes fases deste heterónimo?
Abraço
Olá “Amor”
ResponderEliminarUma boa interrogação:
”que es lo que buscamos de nosotros mismos?”
Eu acrescento:
Será que queremos saber de verdade o que buscamos?
Beijos
Amiga Teresa
ResponderEliminarPois é!
Questões, questões e mais questões!
A vida é feita de interrogações, a maioria sem solução. Umas vezes não conseguimos alcançar a resposta, outras temos medo de a encontrar.
Tu perguntas:
Somos como nos vemos? Como os outros nos vêem? Quem somos, afinal?!
Eu partilho as tuas dúvidas e acrescento:
Não sou certamente como penso ser e na maioria dos dias não me identifico no “espelho” dos meus semelhantes. Também não sou como os outros me vêem, isso é somente a minha “armadura”.
Quem sou afinal? Exactamente como todos os outros, uns dias tudo, outros dias nada!
Um grande abraço
Amigo Poseidón
ResponderEliminarDesta vez não quero ser racional!
Só quero sentir, sentir como o Álvaro de Campos.
Ser o cultor das sensações sem limites, mesmo que algumas delas acarretem solidão, nostalgia ou angústia existencial!
Um grande abraço
Lili
ResponderEliminarMuito obrigado pelo poema.
Claro que o amanhecer tem que ser sempre de Esperança, mesmo quando vem envolto em nevoeiro.
E os segredos? Alguns deles são a nossa vida por desenvolver!
Um grande abraço
Amiga Tétis
ResponderEliminarTinha que ser Fernando Pessoa!
Tinha que ser Álvaro de Campos, o poeta das antíteses e das hipérboles!
Porquê que algumas pessoas não gostam deste heterónimo?
Talvez demasiado reconhecimento?
Um grande, grande abraço
Não te alongaste, gostei da divagação (?)
Olá Reggina
ResponderEliminarGostei da tua conclusão sobre Pessoa. Um poeta tão “grande” que não cabia em si mesmo!
E também aposto que ele é um dos teus autores preferidos, acertei?
Um grande abraço
(Muito obrigado por acertares o modo dos comentários)
Olá Maria
ResponderEliminarConcordo contigo, o poema é magnífico.
Mas será que nunca reparamos no que sentimos ou não queremos reparar?
Um abraço dos três amigos do Farol
Olá Belkis
ResponderEliminarUm repto para ti:
Porque será que nunca alcançamos resposta para esta busca incansável que está dentro de nós?
Um abraço de amizade