Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim: um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram-se de mim, alguns correram para casa, com medo de mim e quando cheguei à praça do mercado, um garoto, de cima do telhado de uma casa gritou: “É um louco!”.
Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou a minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, a minha alma inflamou-se de amor pelo sol e não desejei mais as minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, bendito os ladrões que roubaram as minhas máscaras!”
Assim tornei-me louco. E encontrei tanto liberdade como segurança na minha loucura: a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Khalil Gibran
Obrigado pelo abraço. Obrigado também pelo selinho.
ResponderEliminarAgora receba o me grande abraço!
Muy buen texto, un grito a la libertad sin tapujos, y una vez que la hemos descubierto ya jamás podremos ni sabremos vivir sin ella.
ResponderEliminarMe encanto.
Besos.
Argos,
ResponderEliminarPerfeito esse texto...como sempre mais uma bela postagem!!
Um beijo e tenham todos uma bela semana!!
Reggina Moon
"Yo no creo en brujas...pero que las hay...las hay!!!" [Miguel de Cervantes]
Belo texto e bela música.
ResponderEliminarCasamento mais que perfeito!
Beijo.
isa.
No bater, no quebrar
ResponderEliminare no rolar de tantas
pedras, fiz esses versos
para ti ✿M@RIA✿, no
encontro das águas e na
a poesia que vive dentro
de mim.
o.vasconcelos
Amor & Paz no seus FDS...Beijos meus! M@ria
Olá amigo Argos
ResponderEliminarMagnífico post com a música e o texto adequados e bem enquadrados "no tempo e no espaço!..."
Deixo-te, como sempre gosto de fazer, uma citação de Edgar Allan Poe que "me atrevi" a traduzir.
Science has not yet taught us if madness is or is not the sublimity of the intelligence
A ciência ainda não nos confirmou se a loucura é ou não a sublimidade da inteligência
Um enorme abraço
Parabéns pelo texto!Gosto muito de Khalil Gibran. Obrigada pela visita ao meu Blog.
ResponderEliminarUm abraço!
Neneca
A loucura enquanto refúgio?
ResponderEliminarA loucura como benção, em vez de maldição?
A loucura que possibilita a não necessidade de máscaras?
E a loucura igual a Liberdade!
Abraço, Amigo.
Olá amigo Argos,
ResponderEliminarEn français,
« Mieux vaut écouter la semonce du sage qu'écouter le chant du fou. »
- Les confidences de fous :
Les confidences de fous, je passerais ma vie à les provoquer. Ce sont gens d'une honnêteté scrupuleuse, et dont l'innocence n'a d'égale que la mienne.
Breton (André), Manifeste du surréalisme (Pauvert).
Abraço
Meu querido
ResponderEliminarcomo sempre um texto para reflectir, adorei.
Beijinhos
Sonhadora
Olá Machado,
ResponderEliminarNão tem que agradecer o selinho!
Abraço de toda a equipa do Farol e volte sempre.
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Campoazul,
ResponderEliminarSim, este texto também é um grito de liberdade…desde que se tente saber e respeitar o que isso significa!
Liberdade é: poder escolher e fazer o que julgamos certo (mas será mesmo?), não ser escravizado por coisa alguma, ter auto-domínio, saber perdoar e amar, ter paz…
Liberdade …seremos realmente livres?
Beijos
Olá Reggina,
ResponderEliminarFiquei muito feliz de a “ver” por aqui e por saber que gostou do post!
Loucura e máscaras, tal como as “brujas”…Disfarce ou identidade?
Um beijo e boa semana!
Olá Isa,
ResponderEliminarOs textos de Khalil Gibran não precisam de grande apresentação, quase toda a gente os conhece e deles tiramos grandes lições de vida, mas este poema, quantos o reconhecem? Acredito que muitos o ouviram, mas será que atentaram bem nas palavras?
Abraço
Olá Maria,
ResponderEliminarBelo poema, muito carinhoso!
Parabéns, tu mereces!
Abraço e boa semana com muita paz
Amiga Tétis,
ResponderEliminarConcordo que este texto está bem enquadrado no tempo e no espaço…de todos nós.
Relativamente à citação de Edgar Allan Poe, desconheço de todo se a loucura é ou não a sublimação da inteligência, mas a escolha desta frase de um autor conhecido pelos seus contos “góticos”, inquieta-me!
De qualquer forma vou continuar a ler Damásio e talvez encontre alguma “chave”!
De momento fico-me com uma frase (provérbio) um pouco mais “inócuo”: De sábio e louco todos temos um pouco.
Abraço muito grande
Olá Neneca
ResponderEliminarFico feliz por ter gostado do texto.
Agradecemos a sua visita ao nosso espaço.
Abraço da equipa do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Amiga Teresa
ResponderEliminarA loucura enquanto refúgio? Talvez
A loucura como benção, em vez de maldição? Não
A loucura que possibilita a não necessidade de máscaras? Sim
E a loucura igual a Liberdade! Sempre
Abraço grande
Olá amigo Jean!
ResponderEliminarParece-me descortinar uma certa contradição na escolha das tuas citações…ou será um “jeu de mots”?
Ao primeiro provérbio por ti eleito –“Mieux vaut écouter la semonce du sage qu'écouter le chant du fou” – eu contraponho: “Un fou avise bien un sage”!
Relativamente à segunda citação – “Les confidences de fous, je passerais ma vie à les provoquer. Ce sont gens d'une honnêteté scrupuleuse, et dont l'innocence n'a d'égale que la mienne.” – Não só aplaudo a tua selecção como acrescento mais uma frase de André Breton: “Ce n'est pas la crainte de la folie qui nous forcera à laisser en berne le drapeau de l'imagination.”
Para finalizar, agradeço-te a eleição deste grande autor, que viveu a aventura do surrealismo como uma experiência existencial e que contribuiu para fazer desse movimento o encontro do aspecto temporal do mundo com valores perpétuos tais como o amor, a liberdade e a poesia.
No seu “Premier Manifeste du Surrealisme”, a poesia surge como o único meio de o Homem combater as forças que o oprimem, tanto sociais, como económicas, filosóficas ou religiosas.
Não serei tão radical quanto Breton, mas com ele partilho alguns “pontos” e “defeitos”:
A paixão por Rimbaud, a vontade de acção, a rebeldia, o querer saber mais sobre o homem e o mundo, a poesia, a “combatividade”…
Mais uma vez obrigado e um grande abraço
Olá Sonhadora
ResponderEliminarConcordo contigo, os textos de Khalil Gibran são sempre óptimos para reflectir e reflectir é urgente!
Abraço
Muy bella la música y un texto excelente que invita a reflexionar.
ResponderEliminarBesos. María
Argos,
ResponderEliminarQue linda postagem...adoro Khalil...uma maravilha os seus pensamentos entre Areia e Espuma!!
Grande beijo!!
Reggina Moon