Parte 2
A OBRA
Neste segundo passeio com José Gomes Ferreira pelo Parque dos Poetas, iremos falar um pouco da sua vastíssima obra, com destaque para a obra poética.
Neste segundo passeio com José Gomes Ferreira pelo Parque dos Poetas, iremos falar um pouco da sua vastíssima obra, com destaque para a obra poética.
José Gomes Ferreira, como já anteriormente dissemos (Parte 1), revela em toda a sua obra ser um homem social e politicamente empenhado e atento a todas as mudanças que ocorreram à sua volta, o que se reflecte marcadamente nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo.
POESIA
Toda a obra poética de José Gomes Ferreira apresenta variadas influências, desde o neo-realismo ao visionarismo surrealista e até ao saudosismo, numa dialéctica permanente entre a realidade e a irrealidade, entre tendências quer individualistas quer de necessidade de partilha do sofrimento dos outros.
Da sua obra poética destacam-se:
"Lírios do Monte"
Obra poética publicada em 1918, que marcou a estreia literária de José Gomes Ferreira, tendo mais tarde vindo a ser renegada pelo autor. A propósito desta obra escreveu:
“Aos 17 anos, imberbe e cândido, possuía na gaveta toda a natureza metrificada e escrita, num caderno a que pus este título de sabor botânico: Lírios do Monte. Anos depois (...) parti com um amigo em peregrinação de estudo para o campo (...) - Olha: aqui tens os abrolhos. Já os conhecias? - Não, respondia eu, em êxtase de ignorância lírica. Só sabia que abrolhos rimavam com olhos. E as boninas? As que rimam com as colinas? Onde estão? (...) Um dia encontrámos no vale uma flor entranhadamente roxa. - Que é? perguntei curioso. Nunca vi essa flor! - Nem eu, respondeu o meu companheiro (...) Passados dias (meu Deus! Que vergonha!) entra-me o meu amigo pelo quarto, a gritar: - Sabes que flor é? - Não! - Não fazes ideia, pá? - Não! - Faz um esforço! - Não! - Pois ouve e não desmaies: é um lírio do monte! (...) Quando lembro este episódio e folheio, colérico, os ignóbeis Lírios do Monte, sinto ganas de ir à procura de todos os meus antigos professores do liceu para pedir-lhes explicações e quebrar-lhes a cara! (...) Vocês são os responsáveis de tudo: das boninas, das avenas, dos abrolhos a rimarem com olhos, dos lírios a rimarem com martírios e de toda a minha ignorância do mundo exterior a empurrar-me para a ilusão de só existir beleza dentro de mim.”
Obra poética publicada em 1918, que marcou a estreia literária de José Gomes Ferreira, tendo mais tarde vindo a ser renegada pelo autor. A propósito desta obra escreveu:
“Aos 17 anos, imberbe e cândido, possuía na gaveta toda a natureza metrificada e escrita, num caderno a que pus este título de sabor botânico: Lírios do Monte. Anos depois (...) parti com um amigo em peregrinação de estudo para o campo (...) - Olha: aqui tens os abrolhos. Já os conhecias? - Não, respondia eu, em êxtase de ignorância lírica. Só sabia que abrolhos rimavam com olhos. E as boninas? As que rimam com as colinas? Onde estão? (...) Um dia encontrámos no vale uma flor entranhadamente roxa. - Que é? perguntei curioso. Nunca vi essa flor! - Nem eu, respondeu o meu companheiro (...) Passados dias (meu Deus! Que vergonha!) entra-me o meu amigo pelo quarto, a gritar: - Sabes que flor é? - Não! - Não fazes ideia, pá? - Não! - Faz um esforço! - Não! - Pois ouve e não desmaies: é um lírio do monte! (...) Quando lembro este episódio e folheio, colérico, os ignóbeis Lírios do Monte, sinto ganas de ir à procura de todos os meus antigos professores do liceu para pedir-lhes explicações e quebrar-lhes a cara! (...) Vocês são os responsáveis de tudo: das boninas, das avenas, dos abrolhos a rimarem com olhos, dos lírios a rimarem com martírios e de toda a minha ignorância do mundo exterior a empurrar-me para a ilusão de só existir beleza dentro de mim.”
Apesar de nesta obra estar patente um certo saudosismo bucólico (denunciado pelo próprio poeta), já é possível encontrar nela um princípio de solidariedade contestatária:
"Longe"
É a sua segunda obra, um livro de sonetilhos lançado em 1921 que, apesar de ter sido considerada pelo próprio autor uma obra menor (“Longe… para quando o Perto?”, interroga-se), teve grande sucesso entre o público, esgotando-se rapidamente. Foi reeditado em 1927 pela "Seara Nova".
Nestes poemas o vocabulário e a temática utilizados enquadram-se nos moldes de Teixeira de Pascoaes, do início dos anos 20, mas já com semelhanças com Mário de Sá-Carneiro e com a desmistificação histórica de Álvaro de Campos e a própria sebastiânica mitologia de Fernando Pessoa, apesar de só se ter revelado mais tarde, com "Mensagem":
"Longe"
É a sua segunda obra, um livro de sonetilhos lançado em 1921 que, apesar de ter sido considerada pelo próprio autor uma obra menor (“Longe… para quando o Perto?”, interroga-se), teve grande sucesso entre o público, esgotando-se rapidamente. Foi reeditado em 1927 pela "Seara Nova".
Nestes poemas o vocabulário e a temática utilizados enquadram-se nos moldes de Teixeira de Pascoaes, do início dos anos 20, mas já com semelhanças com Mário de Sá-Carneiro e com a desmistificação histórica de Álvaro de Campos e a própria sebastiânica mitologia de Fernando Pessoa, apesar de só se ter revelado mais tarde, com "Mensagem":
embalaste a Nau da Fama;
mas hoje dormes na praia,
mas hoje dormes na praia,
a tua doirada cama.
...Depois a Nau Catrineta
que é Portugal, ó Poeta,
...encalhou então no Mundo...
E há mais de quinhentos anos
que vós andais, Lusitanos,
a evitar que vá ao fundo..."
"Marchas, Danças e Canções"
Obra publicada em 1946 em que José Gomes Ferreira aparece como colaborador.
"Poesia I"
Colectânea de poesia editada pela primeira vez em 1948 e considerada pelo próprio autor o seu verdadeiro livro de estreia. Desta edição foi feita uma tiragem especial de 30 exemplares, numerada, em papel de linho, de uma edição do autor, com um poema autógrafo e um retrato de José Gomes Ferreira por Maria Keil.
Considerado o primeiro livro de adulto do escritor, reflecte já o seu "ódio ao fascismo, cólera e protesto contra injustiças".
Aqui, nesta praia amarela
(no dia do tratado de Munique)
"Aqui, nesta praia amarela,
ainda fúria acesa
do sol da criação,
no princípio do mundo
um homem surgiu nela
- espanto vagabundo
sem pátria e sem inferno,
feliz na sem-razão -
e olhou para o mar
surpreendido
que é Portugal, ó Poeta,
...encalhou então no Mundo...
E há mais de quinhentos anos
que vós andais, Lusitanos,
a evitar que vá ao fundo..."
"Marchas, Danças e Canções"
Obra publicada em 1946 em que José Gomes Ferreira aparece como colaborador.
"Poesia I"
Colectânea de poesia editada pela primeira vez em 1948 e considerada pelo próprio autor o seu verdadeiro livro de estreia. Desta edição foi feita uma tiragem especial de 30 exemplares, numerada, em papel de linho, de uma edição do autor, com um poema autógrafo e um retrato de José Gomes Ferreira por Maria Keil.
Considerado o primeiro livro de adulto do escritor, reflecte já o seu "ódio ao fascismo, cólera e protesto contra injustiças".
Aqui, nesta praia amarela
(no dia do tratado de Munique)
"Aqui, nesta praia amarela,
ainda fúria acesa
do sol da criação,
no princípio do mundo
um homem surgiu nela
- espanto vagabundo
sem pátria e sem inferno,
feliz na sem-razão -
e olhou para o mar
surpreendido
de ver o céu caído
e mais natureza
a nascer-lhe no olhar.
Hoje, nesta praia do sul
ao pé dum velho Forte,
quando a luz outoniça
e parda do poente
voa no céu azul
todo o mistério dos fossos
- um poeta altivo e mudo,
com pátria,
com inferno,
com morte
e, principalmente,
com esta dor da justiça,
olha com espanto para tudo:
caos de lágrimas e ossos,
cóleras de Primavera,
raivas de mar profundo...
E os homens de novo à espera
do princípio do mundo."
"Homenagem Poética a Gomes Leal"
Colaborou na homenagem a Gomes Leal numa obra que foi publicada pela primeira vez em 1948.
"Líricas"
Colabora com Fernando Lopes-Graça em Líricas, obra publicada em 1950
"Poesia II"
Colectânea de poesia cuja primeira edição saiu em 1950. Mais tarde, de uma edição do autor, fez-se uma tiragem especial de 30 exemplares, numerada, em papel de linho, com um poema autógrafo e um retrato do autor por Manuel Ribeiro de Pavia.
Menino que vais na rua
(Serenata cínica para o Bettencourt cantar:)
"Menino que vais na rua,
não cantes nem chores: berra!
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.
Aprende a pisar o Mundo.
Deixa a lua aos violinos
e parda do poente
voa no céu azul
todo o mistério dos fossos
- um poeta altivo e mudo,
com pátria,
com inferno,
com morte
e, principalmente,
com esta dor da justiça,
olha com espanto para tudo:
caos de lágrimas e ossos,
cóleras de Primavera,
raivas de mar profundo...
E os homens de novo à espera
do princípio do mundo."
"Homenagem Poética a Gomes Leal"
Colaborou na homenagem a Gomes Leal numa obra que foi publicada pela primeira vez em 1948.
"Líricas"
Colabora com Fernando Lopes-Graça em Líricas, obra publicada em 1950
"Poesia II"
Colectânea de poesia cuja primeira edição saiu em 1950. Mais tarde, de uma edição do autor, fez-se uma tiragem especial de 30 exemplares, numerada, em papel de linho, com um poema autógrafo e um retrato do autor por Manuel Ribeiro de Pavia.
Menino que vais na rua
(Serenata cínica para o Bettencourt cantar:)
"Menino que vais na rua,
não cantes nem chores: berra!
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.
Aprende a pisar o Mundo.
Deixa a lua aos violinos
dos olhos dos vagabundos
e dos poetas caninos.
Aprende a pisar a vida.
Deixa a lua às costureiras
- pobre moeda caída
de quem não tem algibeiras.
Aprende a pisar no chão
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.
Pisa a lua sem remorsos,
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.
Pisa-a, frio, com coragem,
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.
Menino que vais na rua,
não chores, nem cantes: berra!
ou, então, salta p'rá lua
e mija de lá na terra."
"Eléctrico"
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.
Pisa a lua sem remorsos,
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.
Pisa-a, frio, com coragem,
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.
Menino que vais na rua,
não chores, nem cantes: berra!
ou, então, salta p'rá lua
e mija de lá na terra."
"Eléctrico"
Colectânea de poemas publicada pela primeira vez em 1956. Depois da 2ª edição, em 1957, estes poemas foram incluídos em “Poesia III”.
O nome desta obra deve-se ao facto de José Gomes Ferreira se ter inspirado e escrito durante uma viagem de eléctrico, dado que trazia sempre no bolso um bloquinho de apontamentos. Isto mostra a importância e atenção que o autor prestava a tudo o que o rodeava.
"Poesia III"
Colectânea de poesia publicada pela primeira vez em 1961.
Esta foi a sua primeira obra premiada com o “Grande Prémio de Poesia” da Sociedade Portuguesa de Escritores, o que viria a ser um marco decisivo para a afirmação de José Gomes Ferreira no seio da Literatura Portuguesa.
Ah! Como te invejo
Ah! Como te invejo,
pássaro que cantas
o silêncio das plantas
-- alheio à tempestade.
Vives sem chão
ao sol a cantar
a grande ilusão
da liberdade...
(...com algemas de ar.)
"Poesia IV"
Colectânea de poemas publicada em 1970.
Ousaram fechar um homem na treva
(No túnel antes de chegar à estação de S. Bento, no Porto)
"Ousaram
fechar um homem na treva
promovê-lo ao silêncio
impor-lhe muros de sede.
E agora?
Ei-lo sozinho,
terror de olhos secos
com uma lâmpada de lágrimas no coração
a furar um túnel de névoa na parede.
Ousaram
iluminar a treva com homens."
Colectânea de poesia publicada pela primeira vez em 1961.
Esta foi a sua primeira obra premiada com o “Grande Prémio de Poesia” da Sociedade Portuguesa de Escritores, o que viria a ser um marco decisivo para a afirmação de José Gomes Ferreira no seio da Literatura Portuguesa.
Ah! Como te invejo
Ah! Como te invejo,
pássaro que cantas
o silêncio das plantas
-- alheio à tempestade.
Vives sem chão
ao sol a cantar
a grande ilusão
da liberdade...
(...com algemas de ar.)
"Poesia IV"
Colectânea de poemas publicada em 1970.
Ousaram fechar um homem na treva
(No túnel antes de chegar à estação de S. Bento, no Porto)
"Ousaram
fechar um homem na treva
promovê-lo ao silêncio
impor-lhe muros de sede.
E agora?
Ei-lo sozinho,
terror de olhos secos
com uma lâmpada de lágrimas no coração
a furar um túnel de névoa na parede.
Ousaram
iluminar a treva com homens."
"Poesia V"
Colectânea de poemas publicada em 1973.
Dantes os Pastores das Éclogas
"Dantes os Pastores das éclogas
perfumavam a solidão
com endechas de amor límpido
punham capelas nas tranças de Belisa,
as pastoras perdiam os chapins de cristal nos outeiros,
banhavam-se nos rios
em busca das formas iniciais,
pedras de rostos nus
- e as bem-amadas
dormiam nos olhos das ovelhas
a mastigarem o silêncio
de sombras resignadas.
Hoje, o meu vaqueiro
não suspira por Jana
nem canta os amores de Lia
- solidão de bosta,
peles repelentes,
mijo seco,
sémen repelido,
só as pedras de lavam,
o orvalho cheira a suor
no sexo das urtigas
- o galo desce do seu trono de lama,
orgulhoso do trilho das pegadas
com estrelas de três pontas
a chapinharem no lodo, pústulas, minhocas, lesmas, lixo, vasas...
Enquanto ao longe
na melodia da manhã
as aves erguem devagar
os horizontes nas asas."
"Poeta Militante"
Os três volumes de “Poeta Militante”, editados em 1978, englobam toda a poesia de José Gomes Ferreira publicada desde 1931.
Toda a obra é caracterizada pelo paradoxo da realidade objectiva interiorizada das suas próprias observações subjectivas. O poeta impõe a sua interpretação da realidade, uma visão muito particular das vicissitudes, traduzida numa irracionalidade poética muito própria.
Outra característica importante desta obra encontra-se bem identificada no que nos diz Mário Dionísio no seu prefácio: "É esse talvez o seu segredo mais secreto: escrever não sabendo o que se diz, só o sentindo e só desse sentir sempre imprevisto, mesmo quando se repete - e muitas vezes se repete -, conseguir chegar ao que poderá chamar-se pensamento".
Dantes os Pastores das Éclogas
"Dantes os Pastores das éclogas
perfumavam a solidão
com endechas de amor límpido
punham capelas nas tranças de Belisa,
as pastoras perdiam os chapins de cristal nos outeiros,
banhavam-se nos rios
em busca das formas iniciais,
pedras de rostos nus
- e as bem-amadas
dormiam nos olhos das ovelhas
a mastigarem o silêncio
de sombras resignadas.
Hoje, o meu vaqueiro
não suspira por Jana
nem canta os amores de Lia
- solidão de bosta,
peles repelentes,
mijo seco,
sémen repelido,
só as pedras de lavam,
o orvalho cheira a suor
no sexo das urtigas
- o galo desce do seu trono de lama,
orgulhoso do trilho das pegadas
com estrelas de três pontas
a chapinharem no lodo, pústulas, minhocas, lesmas, lixo, vasas...
Enquanto ao longe
na melodia da manhã
as aves erguem devagar
os horizontes nas asas."
"Poeta Militante"
Os três volumes de “Poeta Militante”, editados em 1978, englobam toda a poesia de José Gomes Ferreira publicada desde 1931.
Toda a obra é caracterizada pelo paradoxo da realidade objectiva interiorizada das suas próprias observações subjectivas. O poeta impõe a sua interpretação da realidade, uma visão muito particular das vicissitudes, traduzida numa irracionalidade poética muito própria.
Outra característica importante desta obra encontra-se bem identificada no que nos diz Mário Dionísio no seu prefácio: "É esse talvez o seu segredo mais secreto: escrever não sabendo o que se diz, só o sentindo e só desse sentir sempre imprevisto, mesmo quando se repete - e muitas vezes se repete -, conseguir chegar ao que poderá chamar-se pensamento".
Como praticamente todas as obras do autor, esta é também uma obra autobiográfica, inclusivamente um dos seus mais conhecidos subtítulos é "Viagem do Século Vinte em Mim". Como refere também Mário Dionísio: "...a sua poesia não avança - ideologicamente falando -, aprofunda. E, quanto mais fundo vai chegando, mais desvenda o rosto mutilado dum homem preso nas algemas que ele próprio forja e que resiste, delas tentando libertar-se, sendo ele próprio esse rosto, as algemas e a ânsia de liberdade."
O próprio José Gomes Ferreira que a comentava, numa entrevista que deu a 12 de Janeiro de 1978: "Como vê, em mim, a expressão 'Poeta Militante' não tem uma conotação puramente política, ou apenas política (...) é uma militância poética, mais do que qualquer outra coisa. Não escrevo poesia militante. Sou um poeta militante. (...)Um homem que reage politicamente diante das coisas da vida..."
Estes poemas, cuja organização em séries e conjuntos com datas desfazadas do momento de publicação, mais parecem “diários em verso” onde, o protesto, a apaixonada denúncia e a perseguição da “revolução impossível” os aproxima indubitavelmente do Neo-Realismo.
Choro!
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
as crianças violadas
nos muros da noite
húmidos de carne lívida
onde as rosas se desgrenham
para os cabelos dos charcos.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
diante desta mulher que ri
com um sol de soluços na boca
— no exílio dos Rumos Decepados.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
este sequestro de ir buscar cadáveres
ao peso dos poços
— onde já nem sequer há lodo
para as estrelas descerem
arrependidas de céu.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
a coragem do último sorriso
para o rosto bem-amado
naquela Noite dos Muros a erguerem-se nos olhos
com as mãos ainda à procura do eterno
na carne de despir,
suada de ilusão.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
todas as humilhações das mulheres de joelhos nos tapetes da súplica
todos os vagabundos caídos ao luar onde o sol para atirar camélias
todas as prostitutas esbofeteadas pelos esqueleto de repente dos espelhos
todas as horas-da-morte nos casebres em que as aranhas tecem vestidos para o sopro do
silêncio
todas as crianças com cães batidos no crispar das bocas sujas
de miséria...
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro...
Mas não por mim, ouviram?
Eu não preciso de lágrimas!
Eu não quero lágrimas!
Levanto-me e proíbo as estrelas de fingir que choram por mim!
Deixem-me para aqui, seco,
senhor de insónias e de cardos,
neste ódio enternecido
de chorar em segredo pelos outros
à espera daquele Dia
em que o meu coração
estoire de amor a Terra
com as lágrimas públicas de pedra incendiada
a correrem-me nas faces
— num arrepio de Primavera
e de Catástrofe!
Quero voar
Quero voar
-mas saem da lama
garras de chão
que me prendem os tornozelos.
Quero morrer
-mas descem das nuvens
braços de angústia
que me seguram pelos cabelos.
E assim suspenso
no clamor da tempestade
como um saco de problemas
-tapo os olhos com as lágrimas
para não ver as algemas...
(Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade)
Acordai!
Acordai!
Acordai, homens que dormis
A embalar a dor
Dos silêncios vis!
Vinde, no clamor
Das almas viris,
Arrancar a flor
Que dorme na raíz!
Acordai!
Acordai, raios e tufões
O próprio José Gomes Ferreira que a comentava, numa entrevista que deu a 12 de Janeiro de 1978: "Como vê, em mim, a expressão 'Poeta Militante' não tem uma conotação puramente política, ou apenas política (...) é uma militância poética, mais do que qualquer outra coisa. Não escrevo poesia militante. Sou um poeta militante. (...)Um homem que reage politicamente diante das coisas da vida..."
Estes poemas, cuja organização em séries e conjuntos com datas desfazadas do momento de publicação, mais parecem “diários em verso” onde, o protesto, a apaixonada denúncia e a perseguição da “revolução impossível” os aproxima indubitavelmente do Neo-Realismo.
Choro!
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
as crianças violadas
nos muros da noite
húmidos de carne lívida
onde as rosas se desgrenham
para os cabelos dos charcos.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
diante desta mulher que ri
com um sol de soluços na boca
— no exílio dos Rumos Decepados.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
este sequestro de ir buscar cadáveres
ao peso dos poços
— onde já nem sequer há lodo
para as estrelas descerem
arrependidas de céu.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
a coragem do último sorriso
para o rosto bem-amado
naquela Noite dos Muros a erguerem-se nos olhos
com as mãos ainda à procura do eterno
na carne de despir,
suada de ilusão.
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
todas as humilhações das mulheres de joelhos nos tapetes da súplica
todos os vagabundos caídos ao luar onde o sol para atirar camélias
todas as prostitutas esbofeteadas pelos esqueleto de repente dos espelhos
todas as horas-da-morte nos casebres em que as aranhas tecem vestidos para o sopro do
silêncio
todas as crianças com cães batidos no crispar das bocas sujas
de miséria...
Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro...
Mas não por mim, ouviram?
Eu não preciso de lágrimas!
Eu não quero lágrimas!
Levanto-me e proíbo as estrelas de fingir que choram por mim!
Deixem-me para aqui, seco,
senhor de insónias e de cardos,
neste ódio enternecido
de chorar em segredo pelos outros
à espera daquele Dia
em que o meu coração
estoire de amor a Terra
com as lágrimas públicas de pedra incendiada
a correrem-me nas faces
— num arrepio de Primavera
e de Catástrofe!
Quero voar
Quero voar
-mas saem da lama
garras de chão
que me prendem os tornozelos.
Quero morrer
-mas descem das nuvens
braços de angústia
que me seguram pelos cabelos.
E assim suspenso
no clamor da tempestade
como um saco de problemas
-tapo os olhos com as lágrimas
para não ver as algemas...
(Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade)
Acordai!
Acordai!
Acordai, homens que dormis
A embalar a dor
Dos silêncios vis!
Vinde, no clamor
Das almas viris,
Arrancar a flor
Que dorme na raíz!
Acordai!
Acordai, raios e tufões
Que dormis no ar
E nas multidões!
Vinde incendiar
De astros e canções
As pedras e o mar,
O mundo e os corações...
Acordai!
Acendei, de almas e de sóis,
Este mar sem cais,
Nem luz de faróis!
E acordai, depois
Das lutas finais,
Os nossos heróis
Que dormem nos covais.
ACORDAI!
E nas multidões!
Vinde incendiar
De astros e canções
As pedras e o mar,
O mundo e os corações...
Acordai!
Acendei, de almas e de sóis,
Este mar sem cais,
Nem luz de faróis!
E acordai, depois
Das lutas finais,
Os nossos heróis
Que dormem nos covais.
ACORDAI!
FICÇÃO
- "O Mundo Desabitado" - 1960
- "O Mundo dos Outros - histórias e vagabundagens" - 1950
- "Os segredos de Lisboa" - 1962
- "Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" - 1963
- "O Irreal Quotidiano - histórias e invenções" - 1971
- "Gaveta de Nuvens - tarefas e tentames literários" - 1975
- "O sabor das Trevas - Romance-alegoria" - 1976
- "Coleccionador de Absurdos" - 1978
- "Caprichos Teatrais" - 1978
- "O Enigma da Árvore Enamorada - Divertimento em forma de Novela quase Policial" - 1980
CRÓNICAS
- "Revolução Necessária" - 1975
- "Intervenção Sonâmbula" - 1977
MEMÓRIAS E DIÁRIOS
- "A Memória das Palavras - ou o gosto de falar de mim" - 1965
- "Imitação dos Dias - Diário Inventado" - 1966
- "Relatório de Sombras - ou a Memória das Palavras II" - 1980
- "Passos Efémeros - Dias Comuns I" - 1990
- "Dias Comuns II - A Idade do Malogro" – 1998
- “Dias Comuns III – Ponte Inquieta” - 2000
CONTOS
- "Contos" - 1958
- "Tempo Escandinavo" - 1969
- "O Mundo Desabitado" - 1960
- "O Mundo dos Outros - histórias e vagabundagens" - 1950
- "Os segredos de Lisboa" - 1962
- "Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" - 1963
- "O Irreal Quotidiano - histórias e invenções" - 1971
- "Gaveta de Nuvens - tarefas e tentames literários" - 1975
- "O sabor das Trevas - Romance-alegoria" - 1976
- "Coleccionador de Absurdos" - 1978
- "Caprichos Teatrais" - 1978
- "O Enigma da Árvore Enamorada - Divertimento em forma de Novela quase Policial" - 1980
CRÓNICAS
- "Revolução Necessária" - 1975
- "Intervenção Sonâmbula" - 1977
MEMÓRIAS E DIÁRIOS
- "A Memória das Palavras - ou o gosto de falar de mim" - 1965
- "Imitação dos Dias - Diário Inventado" - 1966
- "Relatório de Sombras - ou a Memória das Palavras II" - 1980
- "Passos Efémeros - Dias Comuns I" - 1990
- "Dias Comuns II - A Idade do Malogro" – 1998
- “Dias Comuns III – Ponte Inquieta” - 2000
CONTOS
- "Contos" - 1958
- "Tempo Escandinavo" - 1969
ENSAIOS E ESTUDOS
- "Guilherme Braga" (colaboração na "Perspectiva da Literatura Portuguesa do séc. XIX") - 1948
- "Líricas" (colaboração) - 1950
- "Folhas Caídas" de Almeida Garrett (introdução) - 1955
- "Contos Tradicionais Portugueses" (colaboração na escolha e comentação; prefácio) - 1958
- "A Poesia de José Fernandes Fafe" (prefácio a “Poesia Amável”) - 1963
- "Situação da Arte" (colaboração) - 1968
- "Vietnam (os escritores tomam posição)" (colaboração) - 1968
- "José Régio" (colaboração no "In Memorium de José Régio") - 1970
- "A Filha do Arcediago" de Camilo Castelo Branco (nota preliminar) - 1971
- "Lisboa na Moderna Pintura Portuguesa" (colaboração) - 1971
- "Uma Inútil Nota Preambular" de Aquilino Ribeiro (introdução a "Um Escritor confessa-se") - 1972
TRADUÇÕES
- "A Casa de Bernarda Alba" de Frederico Garcia Lorca (colaboração)
- "O Livro das Mil e Uma Noites" - 1926
DISCOGRAFIA
- "Poesia" - série "Poesia Portuguesa", Philips - 1969
- "Poesia IV" - série "Poesia Portuguesa", Philips - 1971
- "Poesia V" - série "A Voz e o Texto", Decca / Valentim de Carvalho - 1973
- "Guilherme Braga" (colaboração na "Perspectiva da Literatura Portuguesa do séc. XIX") - 1948
- "Líricas" (colaboração) - 1950
- "Folhas Caídas" de Almeida Garrett (introdução) - 1955
- "Contos Tradicionais Portugueses" (colaboração na escolha e comentação; prefácio) - 1958
- "A Poesia de José Fernandes Fafe" (prefácio a “Poesia Amável”) - 1963
- "Situação da Arte" (colaboração) - 1968
- "Vietnam (os escritores tomam posição)" (colaboração) - 1968
- "José Régio" (colaboração no "In Memorium de José Régio") - 1970
- "A Filha do Arcediago" de Camilo Castelo Branco (nota preliminar) - 1971
- "Lisboa na Moderna Pintura Portuguesa" (colaboração) - 1971
- "Uma Inútil Nota Preambular" de Aquilino Ribeiro (introdução a "Um Escritor confessa-se") - 1972
TRADUÇÕES
- "A Casa de Bernarda Alba" de Frederico Garcia Lorca (colaboração)
- "O Livro das Mil e Uma Noites" - 1926
DISCOGRAFIA
- "Poesia" - série "Poesia Portuguesa", Philips - 1969
- "Poesia IV" - série "Poesia Portuguesa", Philips - 1971
- "Poesia V" - série "A Voz e o Texto", Decca / Valentim de Carvalho - 1973
- "Entrevista 12 - José Gomes Ferreira" série "Disco Falado", Guilda da Música / Sassetti - 1973
A mensagem que nos deixou José Gomes Ferreira continua actual e reflecte a vivência real de um homem com os cinco sentidos bem despertos para tudo o que o rodeia. Um autor que acima de tudo coloca o seu individualismo ao serviço da urgência do social. A sua vasta obra mostra bem esse seu desejo de mudar o Mundo, o que acredita conseguir fazer com o poder da palavra.
A mensagem que nos deixou José Gomes Ferreira continua actual e reflecte a vivência real de um homem com os cinco sentidos bem despertos para tudo o que o rodeia. Um autor que acima de tudo coloca o seu individualismo ao serviço da urgência do social. A sua vasta obra mostra bem esse seu desejo de mudar o Mundo, o que acredita conseguir fazer com o poder da palavra.
Autores: Argos e Tétis
Ele era uns anitos mais velho do que o meu Pai e foram Amigos. Ainda o conheci e,com aquele acanhamento que se sente, perante uma figura desta
ResponderEliminarenvergadura,disse-lhe quanto o admirava...
Figuras que partiram para outro espaço, deixando-nos um valioso tesouro: uma Obra!!
Beijo.
isa.
Gracias amigo por dejarnos tantas información de este poeta.
ResponderEliminarAñoro volver a ese jardin...
Beijos.
muy interesante, cuánta información... saludos
ResponderEliminarAmigos!!!
ResponderEliminarQue maravilha de postagem me deparei!!Muita coisa boa para ler, passei bons momentos aqui, ótimas e preciosas informações...!!!
Parabéns pelo belíssimo trabalho!
Um grande beijo e ótimo Domingo!
Reggina Moon
Precioso e Fabuloso Amigo:
ResponderEliminarFez uma resenha fabulosa de
José Gomes Ferreira, um dos Poetas do Parque.
Fê-lo de forma magistral em que tudo foi dito. Importante momento cultural que transmite de forma admirável e fabulosa. Registei:"...como já anteriormente dissemos (Parte 1), revela em toda a sua obra ser um homem social e politicamente empenhado e atento a todas as mudanças que ocorreram à sua volta, o que se reflecte marcadamente nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo..."
Perfeito.
Bem-Haja, extraordinário amigo.
É talentoso e genial.
Abraço de parabéns sinceros pela intensa e deslumbrante pesquisa imensa.
Sempre a admirá-lo pela preciosidade humana que é em tudo o que faz.
pena
MUITO OBRIGADO pela amável visita.
É um GIGANTE do sentir só seu.
Parabéns.
Meus querido
ResponderEliminarUm belo texto, com muita informação, adorei o post.
Beijinhos
Sonhadora
Que bela entrada nos deixas.
ResponderEliminarObrigada Tetis pela tua visita ao meu blogue. Deste-te conta que estas minhas ultimas entradas foram dedicadas ao meu marido que morreu no dia 28 ?.
Beijinhos
Flor
Tétis:
ResponderEliminarVim lhe agradecer sua visita:
Parabéns!!!
Belo trabalho que vocês fizeram
sobre José Gomes Ferreira
Grande Homem de Létras figura Publica sou um grande Fã:
Deixo aqui Meu presénte a todos!
Quero voar
Quero voar
-mas saem da lama
garras de chão
que me prendem os tornozelos.
Quero morrer
-mas descem das nuvens
braços de angústia
que me seguram pelos cabelos.
E assim suspenso
no clamor da tempestade
como um saco de problemas
-tapo os olhos com as lágrimas
para não ver as algemas...
(Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade.)
José Gomes Ferreira
Tenham um Otimo Fim de Semana
De Paris um grande Abraço a Todos
Antònìo Manuel
Vejo q seu blog é movido a poesia e o conteúdo q o aproria é bastante interessante.
ResponderEliminarParabéns.
Um beijo grande.
Os maiores pensadores são as pessoas que passam seu maior tempo presos à duvidas e à tristezas, porém são as pessoas mas felizes que já vi.
ResponderEliminarBruno Plagiato
Uma semana de paz e muita poesia.
Beijos...........M@ria
"Que o sussurrar do vento te leve um beijo carinhoso e eterno e me deixe em seus pensamentos para que a distância não apague em ti minha existência."
ResponderEliminar(Autor desconhecido)
Obs:Tem selinho aqui prá voce, pegue o seu......Beijos!!
COMEÇO, AGRADECENDO A GENTIL VISITA DA TETIS AO 'IVANCEZAR' - DEPOIS DIGO QUE O POST TEM DUPLO VALOR : PRIMEIRO PELA DIVULGAÇÃO DA OBRA LITERÁRIA DE INEGÁVEL QUALIDADE ; SEGUNDO , PORQUE RENDE UMA JUSTA HOMENAGEM E FICOU MUITO LINDO O VISUAL DAS IMAGENS QUE ACOMPANHAM O POST. PARABÉNS !!
ResponderEliminarQue interessante: parece que de repente muiuta gente se lembrou de Gomes Ferreira na Net!
ResponderEliminarFico contente por tal!
Boa semana.
Que entrada mas bonita y completa, Argos y Tetis... es verdad que lo he conocido a través vuestro y que como todo lo portugués me apasiona, esto no iba a ser menos y mas de la mano de vuestra sensibilidad y cariño, que agradezco pues en conocer un poco mas a un país hermano, hermoso al que amo mucho y no digamos a sus desconocidos maestros, y digo desconocidos para España.
ResponderEliminarUn beso a los dos de cariño y coraźon, amigos del alma
Hola queridos amigos Tétis y Argos,
ResponderEliminarun post que vale mucho por ser tan completo.
Un bello y justo homenaje a José Gomes Ferreira.
Bravo por vuestro trabajo
Parabéns!
Abraço grande
Me perco na poesia,
ResponderEliminarela fala por si
e nada preciso dizer
só calar e ouvir...
Feliz noite e feliz semana com beijos meus!!M@ria
¡Madre mía qué trabajo más laborioso!
ResponderEliminarGracias por darnos tantos datos.
Besos.
ARGOS
ResponderEliminargostei de te ver aqui meu querido amigo
espero que gostes da poesia que deixei.
O coração e o Amor são assim...
amigos para sempre.
Para ti no teu coração
Um beijo
Uau, quanta informação por aqui :)
ResponderEliminarTetis
ResponderEliminaraqui esteve muita gente dos blogues que eu adorei conhecer.
quanto ao ir aí está complicado o Sorting nem faz nem deixa fazer e está a deixar-me verde...pois o livro fui eu que o escrevi e parece que foi escrito por eles...
AGUARDO_Te....
Um beijo Para ti e ARGOS
Olá Isa
ResponderEliminarDeve ter sido maravilhoso conhecer pessoalmente José gomes Ferreira.
Sabe? José Gomes Ferreira não partiu, vive na sua obra!
Abraço grande da Tétis e do Argos
Olá Gaia
ResponderEliminarFico feliz por teres gostado do post, estás convidada para os próximos passeios!
Abraço da Tétis e do Argos
Olá Daniel
ResponderEliminarObrigado pelas tuas sempre simpáticas palavras!
A equipa do farol também aprende muito sempre que visita os tus cantinhos!
Abraço
Tétis e Argos
Olá Reggina
ResponderEliminarO teu comentário deixou-nos sorridentes!
Vindo de alguém como tu que amas a poesia, é uma grande honra!
Abraço grande da Tétis e do Argos
Olá Pena
ResponderEliminarDe facto José Gomes ferreira foi um homem empenhado e atento socialmente, principalmente quando havia injustiças.
Deveríamos seguir o seu exemplo, há coisas que não devemos calar ou fingir cegueira.
Um grande abraço da equipa do farol que muito aprende socialmente consigo, quando visita o seu espaço
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Sonhadora
ResponderEliminarSe gostaste do post, estás convidada para os outros passeios no Parque!
Abraço
Tétis e Argos
Olá Flor
ResponderEliminarToda a equipa do Farol está contigo, muita força.
Um grande abraço do Poseidón e do Argos e beijinhos da Tétis
Olá António Manuel
ResponderEliminarPara nós é um prazer visitar o seu blog, não precisa de agradecer.
Ficamos felizes por admirar José Gomes Ferreira, um homem por vezes injustamente esquecido.
Adoramos o seu presente, obrigado pela lembrança e apareça mais vezes é sempre bem-vindo!
Abraços da equipa do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Pérola
ResponderEliminarA poesia alimenta o nosso blog, alimenta a nossa alma e une toda a equipa do Farol e a maioria dos nossos seguidores!
Um grande abraço de toda a equipa e aparece para os outros passeio pelo parque da poesia!
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Maria
ResponderEliminarÈ sempre um prazer ler as frase e os poemas que aqui nos deixas!
Obrigado pelo selinho e por favor continua a cuidar dos teus blogs como o tens feito até aqui, para nós é uma alegria visitar os teus cantinhos!
Abraços da Tétis e do Argos
Olá Ivancezar
ResponderEliminarNão em que agradecer a visita da Tétis ao seu espaço, é com agrado que todos vamos lá.
Se quiser, está convidado para os outros passeios no Parque, onde daremos a conhecer grandes figuras da poesia portuguesa.
Seja bem-vindo
Abraço da Tétis e do Argos
Olá São
ResponderEliminarSe muita gente se lembrou de José Gomes ferreira na Internet, a nós parece-nos bem, porque todas as homenagens serão poucas perante a magnitude da sua obra!
Este post pertence a um conjunto que temos vindo a publicar e tem como objectivo dar a conhecer alguns dos grandes vultos da poesia portuguesa, está a tenta porque estás convidada para os próximos passeios no Parque!
Abraço
Tétis e do Argos
Olá Estrella Altair
ResponderEliminarAinda bem que os nossos passeios pelo parque são tão bem aceites e servem para dar a conhecer ao mundo o que de melhor tem Portugal.
Abraço e estás convidada para os próximos passeios poéticos, fica atenta
Tétis e Argos
Amigo Poseidón
ResponderEliminarObrigado pelo apoio e simpáticas palavras.
Mas diz-nos uma coisa, que outros poetas, depois destes passeios pelo Parque, já juntaste no teu coração junto com o Fernando Pessoa?
Abraço grande dos amigos Tétis e Argos
Olá Mar
ResponderEliminarSempre que um post é feito com amor e carinho deixa de ser cansativo!
Obrigado pela visita e aqui fica o convite para os próximos passeios poéticos no parque.
Abraço
Tétis e Argos
Olá Lili
ResponderEliminarObrigado pela poesia deixada ao Argos e pelas simpáticas palavras deixadas à Tétis.
Quanto ao Sporting, vai se fazer, verás!
Abraço grande de uma sportinguista, Tétis, … e de um benfiquista, Argos
Olá Vanessa
ResponderEliminarEspero que tenhas gostado da informação e dos poemas, depois diz qualquer coisa!
Abraço
Tétis e Argos