Depus a Máscara
Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Olá Argos!
ResponderEliminarParabéns pela escolha de Álvaro de Campos.
O heterónimo de Fernando Pessoa que mais gosto de ler..., na fase intimista ou Abúlica em que manifesta a desilusão com o Mundo em que vive, a tristeza, o cansaço...
"O que há em mim é sobretudo cansaço" e que o leva a reflectir, de modo saudosista, sobre a sua infância, para ele a fase da felicidade plena... passada na "velha casa"...
Um beijo e bom domingo.
P.S. obrigada pelo carinho
Álvaro de Campos,o heterónimo com que
ResponderEliminarme identifico!
Gostei de reler!
Beijo.
isa.
Olá, amiga!
ResponderEliminarPassei para rever seu cantinho e saber das novidades...
Seu cantinho está cada vez mais surpreendente!...
Um ótimo fim de semana!
Ótimo Carnaval!
Só alegria!...
Beijinhos.
Itabira - Brasil
Lindo poema
ResponderEliminarMuito bela escolha...desilusão...tristeza, num belo poema.
Beijinhos
Sonhadora
Olá, querido!
ResponderEliminarAdorei a sua visita! Gosto de pessoas amáveis e gentis. São raras hoje em dia. Obrigada pelo carinho!
Adoro Fernando Pessoa! Álvaro de Campos é demais e este poema e simplesmente tudo! Lindíssima escolha a sua! Obrigada pela partilha!
Ser criança é permitir-se sonhar sempre, pois sem os sonhos o que seríamos? É a partir deles, que re.construímos a nós e ao mundo.
Deixo-lhe um sonho meu + Beijos*************
*VAMOS SONHAR
Conosco há sempre uma força invisível um anjo que nos orienta nos impele constantemente para frente*
Tagore
Não me procures
É só um momento
Eu só me perco
No espaço e no tempo
Acalentada pelo lume de Deus
Com a minha pele multicores
Eu danço giro em meio às flores
Emitem ondas de luz o corpo meu
Acima das nuvens
Além das tormentas
Sempre sinto a estranha
Necessidade de sonhar
Leva-me ao Paraíso
No meio das árvores
Aqui não há espinhos
Nas flores e nas rosas
Lá frutas impenetráveis
Tapetes verdinhos
Esse canto de Paraíso existe
Eu tenho certeza*
Adorei o seu espaço! Há Paz e Amor*
Boas-Vindas!
Renata
Lindo poema.Não fosse de Fernando Pessoa
ResponderEliminarAbraço
Olá amigo Argos,
ResponderEliminarComo muito bem diz o poema... todos nós usamos uma máscara. A mascara do trabalho, a do amante a do amigo, a do bloguista... O mais importante, tal como inicia o poema Depus a máscara e vi-me ao espelho. ...no fim de cada dia, no fim da vida...nada tenha mudado, e que todas as mascaras sejam apenas rostos de uma mesma alma coerente e em paz!
Lindo poema.Parabéns pela escolha e por compartilhar.
ResponderEliminarBOM FDS......Beijos M@ria
El poema nos induce a la reflexión.
ResponderEliminarHemos de ser auténticos en todos los momentos de la vida..A veces nos sobreponemos a la circunstancisas y utilizamos la máscara de la fortaleza interior,que es digna,respetuosa y equilibrada..También utilizamos la máscara de la educación,cuando a veces estamos heridos y deseamos estallar..Creo,que estas máscaras nos ayudan a ser mejores y no dejarnos llevar por el instinto y el cansancio.
Mi felicitación y mi abrazo para Argos,Tetis y Poseidón.
M.Jesús
Ola... bom dia..
ResponderEliminarNao gosto de canaval..
Gosto... a sinceridade e o falso self... não...
Ainda que tambien uma sinceridade educada.. e cuidadosa..
Beijinhos
Olá amigo Argos
ResponderEliminarFernando Pessoa é daqueles que é sempre bem-vindo, nunca cansa!...
As "máscaras" de que ele se socorreu para conseguir viver, sobreviver, são talvez uma das mais poderosas facetas da sua genialidade.
Quem como ele soube tão bem utilizá-las? Quem com tão grande arte soube colocá-las e tirá-las de acordo com as mais variadas situações?
Deixo aqui um excerto da "Tabacaria" (de Álvaro de Campos) onde também está bem patente essa sua forma de tirar e colocar "as máscaras".
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime...
Parabéns.
Um grande abraço muito amigo
¿Crees en el Amor Eterno? En Más allá de los Sueños, te invitamos a soñar con un relato desgarrador, que seguro te hará desear que exista. He tenido el placer de participar esta vez con mi compañero Montxu. Esperamos que os guste.
ResponderEliminarLa dire del blog: http://gara-dreams.blogspot.com/
Besos
Hola Poseidón:
ResponderEliminarSoy un "haz de luz" un tanto confuso ;0) pues he usado el traductor de Google para leer tu poema...
¡creo que no me he enterado gran cosa, lo siento :0)!
Aunque por mi intuición te puedo decir que es bello quitarnos alguna vez nuestras máscaras, pues veremos nuestro verdadero ser reflejado en el espejo...
Bueno eso es lo que me ha inspirado a mí...
Un abrazo, amigo.
que buen poema, muy buena la metáfora de la máscara... un gran saludo desde Buenos Aires.. daniel
ResponderEliminarMeu amigo Argos,
ResponderEliminarPues también pienso como M.Jesús, debemos ser auténticos en todos los momentos de la vida, de esa manera estamos más en acuerdo con nosotros mismos para no engañarnos y sentir equilbrio.
Es tb cierto que la vida es como un teatro y tenemos un papel que jugar, por veces en esos momentos usamos las mascaras siguientes :
La que queremos enseñar para enfrentar.
La que los otros ven
La que creemos tener
O las tres a la vez para hacer una sola !
Y tal vez esas del carnaval para jugar, disfrutar y olvidar…
Te dejo aqui este lindo poema de
PAUL VERLAINE
Poème
Clair de lune
Votre âme est un paysage choisi
Que vont charmant masques et bergamasques
Jouant du luth et dansant et quasi
Tristes sous leurs déguisements fantasques
Tout en chantant sur le mode mineur
L'amour vainqueur et la vie opportune,
Ils n'ont pas l'air de croire à leur bonheur
Et leur chanson se mêle au clair de lune,
Au calme clair de lune triste et beau,
Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres
Et sangloter d'extase les jets d'eau,
les grands jets d'eau sveltes parmi les marbres
Um grande abraço amigo
Tem Selinho prá voce......venha buscar
ResponderEliminar"Seu blog é um luxo"
Com carinho lhe ofereço...Beijos!
Boa noite.
ResponderEliminarMuito obrigado por tua visita.
Gostei da sua postagem.
Alvaro de Campos,estudei esse texto na faculdade.
Parabéns pela escolha.
Um beijo grande.
Argos,
ResponderEliminarSempre maravilhoso Álvaro/Pessoa....
Gratíssima por sua visita, o que muito me honra e alegra, sempre!
Uma ótima semana!!
Beijos,
Reggina Moon
A veces necesitamos de las máscaras para acercarnos mas a nuestra, porque las encontramos más adecuada para el ser que la cara que tenemos. Hermoso lo escrito. Un abrazo a los tres
ResponderEliminarNobre colega Argos,
ResponderEliminarA máscara que esconde um rosto é apenas uma falsa verdade, mas a máscara que não esconde o rosto é uma verdade falsa.
Um grande abraço
Nobre colega Tétis,
ResponderEliminarOutro precioso post.
Um grande abraço
Nobre colega Argos,
ResponderEliminarDesculpe ter colocado indevidamente (apenas pelo destino do comnetário)a mensagem acima em sua postagem, quando deveria ser uma resposta do post acima.
Um grande abraço
Olá Alma Inquieta
ResponderEliminarFico feliz por a escolha de Álvaro de Campos ser do teu agrado.
Relativamente ao “saudosismo”, julgo que é uma faceta inerente a todos os portugueses.
E a infância? A maioria de nós tem saudades desses anos despreocupados em que nos sentíamos protegidos de todos os malefícios do mundo.
Um grande abraço
Olá Isa
ResponderEliminarPorque será?
Porque é que nos identificamos e nos sentimos inquietos com Álvaro de Campos?
Um grande abraço
Olá Inês
ResponderEliminarAinda bem que gostas de visitar o nosso cantinho!
Volta sempre, és bem-vinda.
Obrigado pela simpatia e um grande abraço dos amigos do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Sonhadora
ResponderEliminarConcordo contigo, um bom poema para reflectir.
Mas será tudo desilusão e tristeza?
Não haverá também uma tentativa de reencontro?
Um grande abraço
Renata
ResponderEliminarA equipa do Farol ficou feliz por teres gostado da nossa visita.
Tentamos, entre os três, visitar todos os amigos e agradecer a vossa simpatia que nos faz seguir em frente, mas por vezes é complicado ir a todos os blogs.
Agradecemos o poema que aqui nos deixaste e vamos tentar sempre SONHAR!
Um abraço dos amigos do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Andrade
ResponderEliminarConcordo consigo: tinha que ser Fernando Pessoa!
As mensagens dele são sempre actuais!
Abraço
Olá Sight
ResponderEliminarConcordo consigo. Todos nós usamos máscaras.
Mas…ao depor a máscara em frente ao espelho…o que vemos?
Um grande abraço
Hadaluna
ResponderEliminarAgradeço, ainda que um pouco atrasado, os votos de um feliz dia de Namorados.
Todos os dias devem ser felizes e sem máscaras!
Um abraço
Olá Maria
ResponderEliminarUma das coisas boas da blogosfera é isso mesmo que dizes: compartilhar!
Obrigado eu, pelos teus blogs e pelos poemas que lá publicas.
Um grande abraço
M. Jesus
ResponderEliminarConcordo, este poema induz a uma profunda reflexão sobre a nossa autenticidade.
O pior é que perante todas as exigências da sociedade, são cada vez mais as máscaras que utilizamos e cada vez maior o perigo de perdermos o nosso verdadeiro rosto!
Um abraço dos amigos do farol
Tétis, Poseidón e Argos
Olá Estrella Altair
ResponderEliminarVou confessar uma coisa: Também não gosto do Carnaval.
Gosto de sinceridade e amizade. Gosto de poder confiar nos amigos!
Um grande abraço dos amigos
Tétis, Poseidón e Argos
Amiga Tétis
ResponderEliminarFernando Pessoa não cansa!
Fernando Pessoa é uma constante em todos o momentoso da vida, assim como (infelizmente?) as máscaras…os elmos…os muros…as paredes…
Saberemos nós manuseá-las tão bem como ele?
Soube mesmo?
Abraço muito grande
Olá Gara
ResponderEliminarCreio pelo menos num amor eterno!
Visitaremos “Más allá de los Sueños” e com certeza que vamos gostar!
Um grande abraço da equipa do Farol
Tétis, Poseidón e Argos
Hola Mar Solana
ResponderEliminarDaqui Argos, amigo de Poseidón e um dos membros da equipa do Farol!
Para que seja mais fácil entender este profundo poema de Álvaro de Campos, deixo aqui a tradução em castelhano de “Depus a Máscara”.
Espero que gostes!
Depuse la máscara y me vi al espejo. —
Era el niño de hace cuántos años.
No había cambiado nada...
Es esa la ventaja de saber sacar la máscara.
Se es siempre el niño,
El pasado que fue
El niño.
Depuse la máscara, y volví a ponerla.
Así es mejor,
Así sin la máscara.
Y vuelvo a la personalidad como a un términus(*) de línea.
(*) N.d.T: En latín en el original.
Um abraço de todos os amigos do Farol
Tétis, Póseidón e Argos
Olá Daniel
ResponderEliminarUm Repto para ti:
Uma foto tua com esta denominação – Máscaras – aceitas o desafio?
Um grande abraço dos Amigos do Farol
Tétis, Póseidón e Argos
Grande amigo Poseidón
ResponderEliminarObrigado pelo poema de Verlaine, tu bem sabes que gosto de todos os poetas malditos!
Quanto ás máscaras...hoje depus a minha, as minhas... estou demasiado cansado.
Abraço de amizade
Maria
ResponderEliminarOlá outra vez!
Foi com enorme prazer que a equipa do Farol recebeu esta mensagem sobre o selinho!
Muito obrigado, ficamos sensibilizados e um grande, grande abraço
Tétis, Póseidón e Argos
Pérola
ResponderEliminarNão tem que agradecer, o seu blog merece todas as visitas.
Fico feliz por ter gostado do poema!
Um abraço
Olá Reggina
ResponderEliminarNão tem que agradecer o facto de nós visitarmos o seu blog, o prazer, acredite, é nosso!
Álvaro/Pessoa...máscara/ máscara?
Abraço
Olá Belkis
ResponderEliminarSe precisamos de máscaras para esconder o nosso rosto, o que significa o nosso “eu”?
Um abraço dos três amigos
Tétis, Póseidón e Argos
Amigo Mar
ResponderEliminarCom uma “falsa verdade” e uma “verdade falsa” onde fica a “verdade verdadeira”?
Abraço
Amigo Mar
ResponderEliminarCom uma “falsa verdade” e uma “verdade falsa” onde fica a “verdade verdadeira”?
Abraço
Nobre colega Argos,
ResponderEliminarA verdade verdadeira é aquela que não utiliza nenhum tipo de disfarce.
Um grande abraço
Amigo Mar
ResponderEliminarUma óptima resposta!
abraço e obrigado
Lamento, mas o poema diz "assim SOU a máscara" e não "sem a máscara".
ResponderEliminarLeiam aqui: http://arquivopessoa.net/textos/263
Assim muda o sentido todo.
Abraço, Isabel