Como alguém que por mares desconhecidos viajou,
assim sou eu entre os que nunca deixaram a sua pátria;
os dias cheios estão sobre as suas mesas
mas para mim a distância é puro sonho.
Penetra profundamente no meu rosto um mundo,
tão desabitado talvez como uma lua;
mas eles não deixam um único pensamento só,
e todas as suas palavras são habitadas.
As coisas que de longe trouxe comigo
parecem muito raras, comparadas com as suas —:
na sua vasta pátria são feras,
aqui sustém a respiração, por vergonha.
Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"Tradução de Maria João Costa Pereira
Querido Argos.
ResponderEliminarUm poema desencantado, mas muito belo nas palavras que habitam no pensamento de quem se sente distante de tudo!
Como eu entendo esse sentir de Rainer Maria Rilke!
Gostei muito, muito, muitíssimo!
Beijinhos e abraço enorme, Argos amigo!
Um belo momento de poesia.
ResponderEliminarAbraço
Olinda
Hola ARGOS,
ResponderEliminar" Un guerrero de la luz usa la soledad, pero no es usado por ella."
Paulo Coelho
Abraço amigo
Amigo Argos,
ResponderEliminarDuas boas escolhas, a do poeta e a do poema.
Rilke e o seu eterno tema da solidão.
"O Solitário"... com quem muitas vezes nos identificamos mesmo no meio duma multidão.
Um grande abraço amigo
Gostei muito do poema.
ResponderEliminarQuanto às pistas , não me foram suficientes para arriscar um nome ...
Bom final de semana