Retomando as nossas conversas sobre “Gemas-Cristais-Minerais...”, vamos hoje tratar de uma gema que pertence a um grupo que se diferencia da maioria devido à sua origem orgânica. Estamos a falar do Âmbar.
Este grupo, a que pertence o Âmbar, é o das gemas
propriamente ditas que, pela sua origem, não podem ser consideradas pedras
preciosas. Neste grupo encontramos o coral, a pérola natural, a pérola
cultivada, a madrepérola, o marfim e o âmbar, além de algumas outras gemas
menos conhecidas.
O âmbar é uma substância mineral da classe dos compostos orgânicos. É a única gema orgânica de origem vegetal, sendo o produto da oxidação de hidrocarbonetos. Apresenta-se em massas irregulares com fractura concoidal e cor habitualmente amarela e, às vezes, avermelhada ou acastanhada, com uma densidade muito baixa.
Trata-se de uma resina fóssil, segregada por coníferas como Pinus succinifer, pinheiro da Era Terciária cuja resina se formou entre 30 a 50 milhões de anos atrás. Esta árvore, devido a um aumento da temperatura ambiente, começou a produzir grande quantidade de resina, característica não detectada em nenhum pinheiro da actualidade.
O âmbar tem ainda uma particularidade não encontrada
em nenhuma outra gema, o poder conter no seu interior insectos e outros animais
da época em que se formou, o que constitui um repositório paleontológico de
grande valor.
Como curiosidade convém recordar que o argumento do filme Jurassic Park tratava precisamente de um mosquito conservado em âmbar que teria mordido um dinossauro, podendo assim ser-lhe extraído o ADN e reconstruído os dinossauros.
Um pouco de História
Conhecido desde o início da humanidade, já na Idade da Pedra o âmbar era
objecto de adoração, sempre se lhe atribuiram propriedades sobrenaturais sendo,
talvez por esse motivo, considerada a substância mais antiga utilizada como
objecto de adorno.
Pequenos pedaços de âmbar e colares foram encontrados em sepulturas do
Norte da Europa datadas de 8000 A.C.
Existem muitos mitos sobre a origem do âmbar
Homero fala na sua Odisseia de jóias de âmbar, brincos e colares de âmbar como presentes de princesa.
Outro antigo escritor ateniense, Nicias, diz que o âmbar é o sumo ou a
essência do sol poente congelado no mar e lançado para a praia.
Conta-se, na mitologia romana, que Phaeton, filho de Phoebus, saiu um dia com
a charrete que conduz o Sol e aproximou-se tanto da Terra que o nosso planeta pegou fogo. Para salvar a Terra, Júpiter tirou Phaeton do céu com seus raios, matando-o. Sua mãe e sua irmã revoltadas viraram as árvores e o âmbar são as lágrimas que elas choraram pela morte de Phaeton.
Os romanos enviavam exércitos para conquistar e controlar as regiões
produtoras de âmbar. No tempo do imperador Nero, grande conhecedor e admirador do âmbar, o historiador Plínio conta que o âmbar era tão valioso que um pequeno pedaço valia mais que um escravo.
No início da Idade Média o âmbar era usado em cruzes e rosários. Por volta
de 1400, na maior parte da Europa, era ilegal a posse não autorizada desta substância. Contudo, nos séculos XVII e XVIII, o seu uso tornou-se popular em obras de arte.
Entre 1895 e 1900 produziu-se para joalharia um milhão de quilos de âmbar
do Mar Báltico.
Depois de um período de menos prestígio, o âmbar voltou a ser valorizado
após a Segunda Guerra Mundial, principalmente graças ao designer e escultor lituano Feliksas Daukantas que, com o seu trabalho, encorajou artistas a mostrar a beleza do âmbar natural.
A peça de âmbar mais antiga que se conhece é um prato encontrado perto
de Hamburgo, na Alemanha, num acampamento de caçadores de renas.
O âmbar forma blocos arredondados que chegam a ter mais de 10 kg. A maior peça conhecida desta gema é o Âmbar Birmânia que tem 15,250 kg e está no Museu de História Natural de Londres. No Museu de Ciências Naturais de Berlim existe uma peça de 9,810 kg e 47 cm de comprimento.
Os fósseis do âmbar
A característica mais interessante do âmbar é a grande possibilidade de se encontrar no seu interior animais, principalmente insectos (86,7%) e aracnídeos (11,6%), que viveram na época em que a resina se formou e que nela ficaram aprisionados, por se tratar de uma resina pegajosa, ou que por ela foram englobados depois de mortos. O âmbar deste tipo é muito valorizado como peça de museu pelo seu valor científico..
Cerca de 3.000 espécies animais já foram encontradas fossilizadas no âmbar, sendo 85% espécies já extintas. Mais de 1.000 dessas espécies extintas são insectos..
Além de insectos, o âmbar pode ainda conter restos de vegetais, bolhas de ar e pirite, requisitos estes que, além de lhe aumentarem a beleza, lhe conferem características de grande valiosidade e raridade.
Usos e costumes
O âmbar é muito usado como gema e em objectos ornamentais, podendo receber lapidação facetada, como as gemas minerais transparentes, lapidação em cabuchão ou simples polimento.
De todo o âmbar produzido, cerca de 15% tem qualidade que permite o seu aproveitamento como gema.
Actualmente é comum a utilização do âmbar na manufactura de pequenos objectos ornamentais, bem como de amuletos, boquilhas para cigarros e cachimbos.
O âmbar é ainda queimado como incenso e muito utilizado como ingrediente em perfumaria.
Verifica-se em certos países da Europa um emprego curioso do âmbar, é usado como talismã contra o mau-olhado, utilizando-se sob a forma de letras com as iniciais dos nomes.
Sendo tida como uma gema que dá sorte, o âmbar está associado ao tempo, aos ciclos da vida e à longevidade. É também considerado o seu poder sensual e magnético, atribuindo-lhe qualidades de captação de energias positivas e de estimulação mental.
Acredita-se que o âmbar é excelente para prevenir doenças dos olhos e problemas relacionados com a garganta e os pulmões. O âmbar equilibra as glândulas endócrinas e o sistema digestivo.
Assim como acontece com muitas gemas minerais, o âmbar é imitado por substâncias como o plástico, o celulóide e a baquelite. Porém, todas essas imitações diferem dele pela densidade que apresentam. Pode também ser imitado por alguns vidros que, embora se possam assemelhar bastante, são reconhecidos por terem dureza e densidade bem maiores, além da frieza que apresentam ao tacto.
É muito conhecido no mercado o âmbar prensado, obtido através do aquecimento a 200-250ºC de pequenos fragmentos procedentes do Mar Báltico, sendo a seguir submetidos a uma pressão de até 3.000 atmosferas. Este assemelha-se bastante ao âmbar normal, mas difere dele por conter bolhas de ar alongadas e orientadas, enquanto que no normal elas são esféricas e também porque sob acção de uma gota de éter apresenta uma mancha fosca..
Principais produtores
O âmbar é produzido principalmente na Alemanha e na Rússia, vindo a seguir a Itália, a costa da Sicília. O maior centro produtor é Samland,
península do enclave russo de Kaliningrado, onde ocorre numa argila rica em glauconita, chamada de terra azul. Cada metro cúbico dessa terra azul tem 0,5 a 2,5 kg de âmbar. Como essa jazida está 40 cm abaixo do nível do mar, a erosão provoca constantemente a libertação de blocos de âmbar que ficam flutuando na água do mar, podendo ser levados até longas distâncias.
Cerca de 90% do âmbar encontrado hoje em todo o mundo provém da região do mar Báltico. O maior depósito do mundo está na península de Samland e na lagoa Courland, onde há 3.000 hectares de solo contendo esta gema..
Podem ainda ser encontradas ocorrências de âmbar, embora em menor escala, na República Dominicana, Canadá, México, Myanmar, Roménia e Escandinávia.
Já sabia alguma coisa sobre o âmbar, mas dou-lhe os parabéns amiga Tétis por este post tão completo.
ResponderEliminarbeijinho
Fê
Peç o desculpa por assar tão rapido e nem ler a postagem, mas durante a semana sempre tou correndo por conta do trabalho, mas fiel a Ilha e aos amigos observei que alguns que se inscreveram para a brincadeira do TOP Blogueiro merecem só um avisozinho kkkk Amiga Tétis Hoje a meia noite se encerra o prazo para tu indicar um internauta para o blogueiro de ouro, lembrando que é genérico o termo, pois pode ser indicado uma menina ou menino caso não indiques até meia noite serás desligada da brincadeira do TOP Blogueiro pois esta eleição é parte integrante da brincadeira. Beijos no coração.
ResponderEliminarOi bom dia!! Muito instrutivo saber mais sobre o âmbar. posso dizer que conhecia pouco ou nada. Grata pela partilha. Bjosss
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ResponderEliminarHola Tétis,
Precioso, total y completo este post sobre el AMBAR.
Gracias por compartir con nosotros , ya sé que tú sabes mucho sobre estas cosas que nos vienen de la naturaleza..
Beijos, Bisous mon amie
Bom dia Tétis.. grato pela visita.. e desculpe pela demora..
ResponderEliminarestou ainda com problemas fora da net..
uma bela postagem.. já muito li sobre esta pedra..
sou apaixonado por cristais.. tenho vários deles.. gosto muito de hematitas.. porém esta não consegui nem quando fui a chapada diamantina.. acho que é uma pedra meio dificil de ser conseguida né.. bjs e um lindo dia
Um artigo muito interessante sobre o âmbar do qual desconhecia muita coisa. Gosto da cor e do aroma.
ResponderEliminarBeijo e bom fds
Graça
Me ha encantado... Es interesantísima tu entrada, me gustaría conocer el salon de Ambar de Catalina... tiene que ser una maravilla... No entiendo como las personas pueden destruir cosas así...
ResponderEliminarEs una pena que en los pinos de ahora no haya...
Muchos besos
Excelente tratado sobre esta resina fossilizada , que depois de lapidada é usada como belos objectos de adorno. Muito interessante, mesmo!
ResponderEliminarComo sói dizer-se, o saber não ocupa lugar e gostei de saber mais pormenores acerca desta gema fabulosa, cujos poderes aqui descritos, desconhecia. Nomeadamente, os de prevenção nas doenças referidas.
Só sei que não me importaria nada de possuir um colar de belas pedras de âmbar, como já vi alguns, oriundos da República Dominicana!
Obrigada, pela maravilhosa publicação, rica em detalhes, Tétis!
Beijinhos.
Janita
Estou aqui para deixar um carinhoso abraço ,
ResponderEliminartambém desejar um feliz e abençoado final de semana.
Estou feliz em estar em sua companhia no blog da Lindalva.
Tétis,
ResponderEliminarGostei do teu post, já sabes que gosto de minerais, e por este, tenho um carinho especial, mas, não sei se demos chamar "principais produtores" aos paises que o extraem, porque estamos a destruir um enorme depósito de informação relativo à fauna e flora de épocas passadas.
Abraço grande
Es un artículo muy interesante, he quedado sorprendido con todo lo que he leído y conocido.
ResponderEliminarCordial saludo.
Muy buen trabajo.
ResponderEliminarMe encanta el ambar.
Besitos
Tengo una amiga dominicana que me trajo una maravilla de ambar, es mi totem y he leído sobre ella pero tu post es completisimo y ameno. ¡te felicito¡
ResponderEliminarBesos muchos,
tRamos
Obrigada a todos que comigo fizeram esta viagem ao mundo do âmbar.
ResponderEliminarBeijinhos