quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Kátia Guerreiro e Martinho da Vila


Na série "Duetos musicais" de novo duas vozes da Lusofonia - Kátia Guerreiro e Martinho da Vila, com uma canção que considero uma "delícia"!...

Katia Guerreiro é uma fadista e médica oftalmologista portuguesa.

Nascida a 23 de Fevereiro de 1976, na África do Sul, Katia Guerreiro vai, ainda criança, para a ilha de S. Miguel, nos Açores. É com a idade de 15 anos, a tocar a “Viola da Terra” - um instrumento tradicional do Arquipélago – no Rancho Folclórico de Santa Cecília, que dá início ao seu percurso musical. Lisboa é o seu próximo destino, onde frequenta o curso de Medicina, que termina em 2000. Mas mantém sempre uma intensa ligação à música durante estes anos académicos, como vocalista na banda rock “Os Charruas”.

É em Outubro desse mesmo ano, num concerto de homenagem a Amália Rodrigues, realizado no Coliseu de Lisboa, que Katia abraça o Fado pela primeira vez e encanta a assistência com a sua interpretação, sendo unanimemente considerada a melhor actuação da noite. Começa assim, nesse dia, a sua carreira como cantora de Fado.

Editado em Junho de 2001, “Fado Maior” é o seu primeiro CD. Disco de Prata, nomeado para o Prémio José Afonso e pioneiro na Coreia do Sul (onde atinge de imediato o Top de Vendas), é representado, no Japão, pela editora Latina, e na Europa pela Empreinte Digitale.

“Nas Mãos do Fado” é o seu segundo CD, lançado no mercado em Dezembro de 2003. Katia selecciona para esta obra um repertório rico e cuidado, privilegiando a poesia dos maiores nomes da literatura portuguesa, entre os quais se destacam Luís de Camões, Florbela Espanca, Ary dos Santos e António Lobo Antunes. Com uma nova nomeação para o Prémio José Afonso, este segundo trabalho é a confirmação de uma carreira promissora.

Reconhecendo em Katia Guerreiro um valor incontornável da música portuguesa, a cadeia japonesa de televisão NHK faz deslocar a Portugal uma equipa de jornalistas, e produz um documentário de uma hora à sua vida e à sua carreira. Também o prestigiado canal cultural francês TV Mezzo produz, em 2004, um filme que lhe é inteiramente dedicado, o qual vem a ser transmitido em Setembro do mesmo ano. Nos dois tours que faz durante esse ano, Katia brinda a França e o Japão com dez actuações em cada um dos países.

Ao longo de 2004, por diversas vezes é convidada pelo Governo Português para representar a canção portuguesa, não só em recepções oferecidas a Presidentes e Ministros de outros países, de visita a Portugal, mas também fazendo parte da comitiva oficial portuguesa em visitas oficiais por todo o mundo.

Nas comemorações do 30º aniversário da Revolução de Abril, Katia Guerreiro é uma das 30 personalidades distinguidas entre as que se notabilizaram, nas mais diversas actividades, nestas primeiras décadas da democracia portuguesa.

Em Fevereiro de 2005, Katia é convidada por Martinho da Vila para gravar, em dueto, uma das faixas do seu novo CD: Brasilatinidade. O cantor brasileiro considera-a a melhor voz da nova geração do Fado.

Em Outubro de 2005, Katia Guerreiro lança no mercado o seu terceiro CD “Tudo ou Nada”, desta vez com poemas de Vinicius de Moraes, Sophia de Mello Breyner e António Lobo Antunes, entre outros.

Igualmente no decurso deste ano, Katia recebe um convite para inaugurar uma nova Sala de Concertos em Berna, na Suiça, e também para um espectáculo na Ópera de Lyon, em França.

Participa ainda, a convite do Ministro da Cultura e Comunicação de França, nos “Rencontres pour l’Europe de la Culture”, realizados na Comédie Française, em Paris, a par com grandes nomes da cultura europeia e mundial, tais como Tereza Berganza, Jeanne Moreau, Costa Gavras, Barbara Hendricks. A sua eloquente defesa da identidade cultural de cada estado membro da União Europeia vale-lhe a nomeação, no ano seguinte, de Membro do Parlamento Europeu da Cultura.

A convite do Director do Centro Cultural Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, Katia apresenta nesta instituição uma Conferência/Concerto denominada “O Fado” (o primeiro evento do género, para este tipo de música), com o musicólogo e Professor da Universidade de Évora, Ruy Vieira Nery.

Em 2006 é relançado o álbum “Tudo ou Nada”, que conta com dois temas bónus gravados com Ney Matogrosso, durante a passagem do artista brasileiro por Lisboa.

Katia Guerreiro é hoje uma intérprete consagrada e reconhecida como uma notável embaixadora da música portuguesa. Como corolário da excelência do seu trabalho recebeu, em Fevereiro de 2006, o prémio “Personalidade Feminina 2005”, disputado pelos nomes mais importantes do panorama musical português. O público que a elegeu considerou-a “uma das mais bonitas vozes da actualidade, aliada a uma invulgar capacidade vocal”.

Em Outubro 2008 é lançado um novo álbum de originais de nome “Fado”, com os seus músicos de sempre e o habitual rigor no critério de escolha das letras. Além da presença de alguns poetas já cantados nos seus trabalhos anteriores, o álbum inclui dois poemas de Fernando Tavares Rodrigues, uma canção de Charles Aznavour dedicada a Lisboa e ainda um poema da autoria da própria Katia, musicado por Rui Veloso.

Em Dezembro de 2009 lança “Os Fados do Fado”, um álbum em que recria alguns dos mais célebres fados dos reportórios de Tony de Matos, Max, Tristão da Silva, Hermínia Silva, Teresa Silva Carvalho, João Ferreira-Rosa e Amália Rodrigues.

Desde o início da sua carreira, Katia tem apresentado o Fado um pouco por todo o mundo: França, Marrocos, Bélgica, Inglaterra, País de Gales, Egipto, Suiça, Espanha, Noruega, Polónia, Suécia, Grécia, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Itália, África do Sul, Tunísia, Nova Caledónia, Turquia e Índia, para além de Portugal, são países que já aplaudiram as suas actuações nos mais belos Palcos e nos mais importantes Festivais de música.

Em Maio de 2010 - ano em que celebra os seus dez anos de carreira artística - Katia recebe o prémio de "Melhor Intérprete" da Fundação Amália Rodrigues, que atribui anualmente os Prémios Amália. Após um ano intenso de concer tos por todo o mundo, as comemorações do 10º aniversário de carreira culminam com dois espectáculos grandiosos: em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, e em Paris, no Alhambra.

“10 Anos na Asas do Fado” é o título do álbum duplo lançado em Novembro de 2010, um best of que regista os melhores momentos da discografia anterior e ainda um CD composto de sete duetos, entre os quais três originais com Simone de Oliveira, Amina Alaoui e Rui Veloso.

Muito recentemente, no dia 23 de Janeiro deste ano, Kátia estreia-se no Olympia, em Paris, com uma actuação apoteótica, lotação esgotada e aplausos longos desde o primeiro fado à ovação de pé antes do final do alinhamento.

Fonte: http://katiaguerreiro.blogs.sapo.pt/ - O espaço oficial de Katia Guerreiro



Martinho da Vila é um cantor, compositor e músico brasileiro.

Martinho José Ferreira nasceu em Duas Barras, Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1938. Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, veio para o Rio de Janeiro com apenas 4 anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que chama de “Meu off-Rio”.

Cidadão carioca criado na Serra dos Pretos Forros, sua primeira profissão foi como Auxiliar de Químico Industrial, função aprendida no curso intensivo do SENAI.

Um pouco mais tarde, enquanto servia o exército como Sargento Burocrata, cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional.

Pai de oito filhos e avô de sete netos, Martinho conservou o estado civil de solteiro até conhecer a jovem Clediomar Corrêa Liscano, que é conhecida como Cléo, e Martinho a chama de Preta Pretinha. O Da Vila sempre disse que nenhuma mulher iria levá-lo à um cartório ou a uma igreja e realmente não foi. O seu enlace com Cléo, 33 anos mais jovem, foi realizado em ato civil na sua Fazenda Cedro Grande no dia 13 de maio de 1993 e o ato religioso em uma grande festa, com a noiva de véu e grinalda, em sua propriedade denominada Fazenda do Pacau, no dia 31 do mesmo mês e ano.

O compositor surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com o partido alto Menina Moça e no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando o clássico samba Casa de Bamba.

Sua carreira de cantor profissional iniciou-se no início de 1969 quando lançou o LP intitulado Martinho da Vila, que foi o maior sucesso do Brasil em execução e vendagem, com grandes sucessos como Casa de Bamba e O Pequeno Burguês e outras que se tornaram clássicos - Quem é Do Mar Não Enjoa, Iaiá do Cais Dourado e Tom Maior.

Logo tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o primeiro sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD “Tá delícia, Tá gostoso” lançado em 1995.

Hoje, é impossível saber de cor todos os prêmios que ganhou. Toda essa história está no rico acervo em sua cidade natal, Duas Barras. Entre os títulos guardados com carinho estão os de Cidadão Carioca, Cidadão benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Comendador da República em grau de oficial, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e as comendas mineira Tiradentes e JK.

Sua vida de sambista (ritmista, passista, compositor, puxador de samba enredo, presidente de ala e administrador) começou na extinta Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato.

Ingressou e passou a dedicar-se de corpo e alma à Escola do Bairro de Noel em 1965 e a história da Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho que passou a seu chamado de o Da Vila. Nunca exerceu a presidência administrativa da escola, mas por vária vezes esteve à frente da agremiação da qual é o Presidente de Honra.

Os sambas de enredo mais consagrados da escola são de sua autoria. Também criou vários enredos para desfiles, dentre os quais Kizomba, a Festa da Raça que está entre os mais memoráveis da história dos carnavais e garantiu para a Vila, em 1988, seu consagrado título de Campeã do Centenário da Abolição da Escravatura e colaborou em outros temas, entre os quais o Soy Loco Por Ti América, elaborado em parceria com os carnavalescos Alexandre Louzada e Alex Varela, que deu a Vila o título máximo do carnaval de 2006.

Nacionalmente conhecido como sambista, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB, com várias composições gravadas do exterior e considerado por muitos críticos como o melhor cantor do Brasil, interpretando músicas dos mais variados ritmos.

Embora compositor indutivo e cantor sem formação acadêmica, tem uma grande ligação com a música erudita e idealizou, em parceria como Maestro Leonardo Bruno o Concerto Negro, espetáculo sinfônico que enfoca a participação da cultura negra na música erudita, participou do projeto Clássicos do Samba sob a regência do saudoso Maestro Sílvio Barbato.

Além de compositor e cantor, é escritor e autor de 10 livros.

Fonte: http://www.martinhodavila.com.br/ - Martinho da Vila site oficial


Dar e Receber

Com o meu canto
Eu quero lhe encantar
Lhe embalar com o meu som
Embriagar
Fazer você ficar feliz
Cantarolar
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá...

Capitando a energia
Desse seu lalalalá
Sigo a filosofia
Que é bom receber e dar...

Eu quero dar
Eu quero dar
Eu quero dar
E receber
E receber
E receber
Fazer, fazer
Me refazer fazendo amor
Sem machucar seu coração
Sem me envolver...

Mas se você se apaixonar
Me quiser numa total
Vai ter que ficar comigo
Coladinho a meu umbigo
De maneira visceral
Vou expor minhas entranhas
Lhe darei muito prazer
E bem prazerosamente
Vou abrir mão dos meus sonhos
Prá viver só com você...

Mas se você se apaixonar
Me quiser numa total
Vai ter que ficar comigo
Grudadinha ao meu umbigo
De maneira visceral
Vou expor minhas entranhas
Lhe darei muito prazer
E bem prazerosamente
Vou abrir mão de meus sonhos
Prá viver só com você...

Eu quero dar
Eu quero dar
Eu quero dar
E receber
E receber
E receber
Fazer, fazer
Me refazer fazendo amor
Sem machucar seu coração
Sem me envolver...



6 comentários:

  1. Mas que delícia!
    Que escolha excelente.
    Beijo.
    isa.

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  2. Cresci ouvindo Martinho da Vila..
    Gosto muito de suas músicas..
    Bom Fim de Semana..
    abraços

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  3. Quem diria que da junção de dois estilos tão diferentes o resultado seria tão fabuloso!
    Não conhecia (a música...) e ADOREI! Vou gravar no meu pc.
    Parabéns pela postagem. Está óptima!

    Gostaria que me visitassem no dia 14... tá?

    Beijinhos para os três.

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  4. Olá Tétis,

    Um dueto improvável mas que resultou na perfeição!

    Abraço grande

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  5. Un duo perfecto, amigos. Bellísimo, gracias por compartir tan hermosa entrada.

    besos. María

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  6. Hola amiga Tétis,

    Martinho da Vila yo le conocia, Kátia Guerreiro no, pero me gusto.
    gracis por compartir con nosotros.

    Beijos

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