segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Solidão




Ó solidão! À noite, quando, estranho,
Vagueio sem destino, pelas ruas,
O mar todo é de pedra... E continuas.
Todo o vento é poeira... E continuas.
A Lua, fria, pesa... E continuas.
Uma hora passa e outra... E continuas.
Nas minhas mãos vazias continuas,
No meu sexo indomável continuas,
Na minha branca insónia continuas,
Paro como quem foge. E continuas.
Chamo por toda a gente. E continuas.
Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas.
Invento um verso... E rasgo-o. E continuas.
Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho!


Pedro Homem de Mello

11 comentários:

  1. Argos querido.
    Você é um querido.
    Profundo teu poema, mas muito belo.

    Beijinho

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  2. Bellísimo, son precisamente en esas continuidades donde surgen letras tan hermosas.

    Abrazos

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  3. A escolha do poeta, fantástica!
    Realmente, a solução, é sermos tão grandes ou maiores que a solidão.
    Beijo.
    Graça

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  4. E opto por te fazer companhia, e continuas.
    E quero-te, cúmplice, e mesmo assim...? Continuas!
    E torna-mo-nos num só, e...?
    E reparo que te venci!

    Abraço grande.

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  5. amigo,

    que poema de qual poeta que nos enche a alma.

    bj

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  6. "A recordação é
    o perfume da alma.
    É a parte mais delicada e
    mais suave do coração,
    que se desprende para abraçar
    outro coração e segui-lo por toda a parte."

    (by Darlan)

    Beijos poéticos e meu carinho...M@ria

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  7. Olá Argos

    Belíssimo poema dum poeta que nos legou alguns dos mais lindos versos da poesia portuguesa contemporânea.

    Boa escolha, como sempre.

    Um abraço muito amigo

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  8. e na solidão olho para a lua cheia que me faz companhia... Boa noite aos 3 queridos do Farol... Querida Tetis ocorreu contratempos para eu honrar o horários das brincadeiras, mas a poeira sentou e já começou a prova dos 7 erros, pega teu navio e vai ao mar :) beijos no coração!

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  9. HOLA AMIGO ARGOS,

    En français :

    Solitude et intelligence

    Personne ne déploiera jamais les facultés de son intelligence s'il n'intercale, pour le moins, quelques moments de solitude dans sa vie.

    (No man ever will unfold the capacities of his own intellect, who does not at least checker his life with solitude.)

    De Quincey (Thomas)

    Abraço grande amigo

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