quinta-feira, 11 de novembro de 2010

S. Martinho

Neste fim de dia de S. Martinho…

Convido todos os amigos a comerem umas castanhas bem assadinhas e quentinhas!


Na Praça da Figueira,
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono,à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida,
e apregoa como um desafio.

É um cartucho pardo a sua vida,
e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.

Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.

A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.

Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.

(poema de Ary dos Santos ; voz de Carlos do Carmo


31 comentários:

  1. Meu querido amigo

    As castanhas estão com um aspecto agradável e a música do Carlos do Carmo complementa.

    Deixo um beijinho
    Sonhadora

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  2. Pegue a esperança e viva na sua luz. Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar. Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo"

    Mahatma Gandhi

    Beijos & Flores...Bem vindos! M@ria

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  3. Lindo lindo o poema... calmo... sereno!

    Beijos!

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  4. Que ricas y lindas castañas....besos amigos

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  5. O amigo: um ser que a vida não explica
    Que só se vai ao ver outro nascer
    E o espelho de minha alma multiplica...

    Vinicius de Moraes

    Bom dia com amor e poesia...M@ria

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  6. Tem selinho "Amor Feito Poesia"

    Beijussssssssss

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  7. ¿Os animáis?
    He vuelto a poner un nuevo reto y vengo a avisaros por si queréis participar en él. Ya que la otra vez no avisé y muchos no se enteraron.

    Un besote enorme.

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  8. Hola querido amigo, yo me apunto, sabes que soy un recojedora de castañas increible, por lo menos este año, unos 500 kilos hemos recogido en 4 dias y me quedan todavia castañas.

    ME ENCANTA ESTA ENTRADA.

    Y luego comerlas para mi como mas buenas están y digestivas es asadas, en un vieja sarte y a que salten..

    cocidas me gustan menos..pero tambien con hinojo las como..

    Un beso muy fuerte de castañaros de campo.

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  9. Olá Argos,

    pois eu aceito o convite, porque gosto delas de qualquer maneira... até cruas...!
    Que tentação a foto que colocaste e o poema é lindo!

    Obrigada Amigo.

    Um beijo para ti, para Tétis e Poseidón.

    Bom fim de semana.

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  10. Esse poema e a voz de Carlos do Carmo são excelentes companhias!
    Beijo.
    isa.

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  11. La intensidad y belleza del poema, crea un nudo en la garganta.
    Cuando nos acercamos a comprar ese cartucho de castañas, pocas veces pensamos en lo que hay detrás.
    Gracias por recordarme con tanta ternura, la dureza de vidas errantes que puede haber detrás del gesto de la mano tendida con unas castañas.
    Un beso, Argos.

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  12. Só? E a merenda doce? E o cálice de jeropiga?
    Tanto que me apetecia estar aí desse lado, convosco, petiscando umas belas castanhitas.
    Bom proveito para os três meninos.
    Comam uma por mim, combinado?

    Abraço grande, Argos.

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  13. Olá Argos

    Surpreendido???

    Pois é verdade, regressei após uns dias atribulados e de "isolamento". A Net prega-nos cada partida!...

    E, pelo que me é dado ver, parece que ainda sobraram umas castanhitas para poder saborear.

    Boa escolha para comemorar o Dia de S. Martinho.

    Sempre gostei deste poema de Ary dos Santos cantado por Carlos do Carmo.

    Um grande abraço

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  14. Sou a ave que voa no sonho,
    Sou o vento que canta risonho,
    Sou o riacho que renova a alegria,
    Sou o sol que nasce cada dia.

    Mardilê Friedrich Fabre

    Bom Fds...Beijos & Flores! M@ria

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  15. Dois senhores da canção, dão mais relevo a uma tradição que se esvai...
    Abraço

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  16. Amigo Argos

    es una beLleza de poema y adoro comer las castañadas asadas.

    Gracias por compartir.

    um abraço

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  17. Olá sonhadora,

    Não podia deixar passar este dia sem o assinalar!
    Castanhas assadas bem quentinhas, num fim de tarde lisboeta, acompanhadas pela poesia de Ary dos Santos na voz de Carlos do Carmo, consegues imaginar melhor S. Martinho?

    Abraço grande

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  18. Olá Maria!

    Agradeço de coração a frase de Mahatma Gandhi, sem esperança e amor não se pode viver.

    Abraço

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  19. Olá “Solfejando Poesia”,

    Este poema também é solfejado!
    Fiquei feliz por teres gostado do poema.

    Abraço e volta sempre!

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  20. Olá Carmen

    Espero que tenhas gostado das castanhas quentinhas!

    Abraço

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  21. Maria, olá de novo!

    Obrigado por este pequeno grande poema, óptimo para reflectir.
    Obrigado também pelo selinho lindo!

    Abraço de toda a equipa do Farol

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  22. Olá Printova

    Obrigado por nos avisares do desafio no teu blog. Passaremos por lá.

    Abraço

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  23. Olá Estrella Altair,

    Quantas novidades me contas, não sabia que eras “una recojedora de castañas”!
    500 quilos de castanhas em quatro dias? Fico cansado só de imaginar!
    Também fiquei feliz por teres gostado deste post e por gostares de castanhas.
    Gostas delas assadas, não gostas muito cozidas. E com chocolate? São muito boas!

    Abraço grande

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  24. Olá Amélia,

    Obrigado por te juntares a nós neste pequeno magusto!
    Sabes, vou contar-te um pequeno segredo: mais que comer castanhas, adoro o cheirinho delas assadas!

    Abraço grande meu e de toda a equipa

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  25. Olá Isa,

    Permites que acrescente algo à tua frase?
    “Esse poema e a voz de Carlos do Carmo são excelentes companhias…para as castanhas assadas!!!

    Abraço grande

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  26. Olá Maria

    Tens toda a razão no que escreves.
    Quantos de nós param para se interrogar sobre o “outro”que cruza o nosso caminho?

    Abraço

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  27. Olá Teresa

    Confesso que para mim, o melhor é mesmo aquele cheirinho bom das castanhas a assar!
    Quanto ao comer as castanhas por ti…preferimos aguardar a tua visita; mesmo “atrasados” podemos fazer um magusto. Se natal é quando um homem quiser, porque não o S. Martinho?

    Abraço grande

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  28. Olá Tétis,

    Surpreendido não é bem a palavra, é mais estupefacto!
    Mas fiquei muito feliz, espero que de hoje em diante tudo comece a melhorar com a “tua Internet”.
    Minha menina, não “sobraram umas castanhitas”, foram guardadas especialmente para ti, ou não sabes o quanto és importante para nós?

    Abraço grande

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  29. Maria,

    Um bom fim-de-semana para ti também!

    Abraço

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  30. Olá Andrade

    Porque deixamos morrer as tradições?
    Desencanto? Falta de valores? Indiferença?

    Abraço

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  31. Poseidón,

    Só gostas de castanhas assadas?
    Aposto que sabes umas receitas bem variadas com castanhas!

    Abraço

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