segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sem remédio


Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou ...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar! 

(Florbela Espanca)

7 comentários:

  1. Hola amiga Tétis,

    Bello poema, pero muy triste..

    Bisous tendres mon amie

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  2. Há muito que não lia Florbela....
    Uma maravilha....
    Beijo

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  3. Uma escolha perfeita de uma das nossas maiores poetizas..."aquela que queria amar só por amar"...
    Um beijo e boa semana
    Graça

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  4. Triste, como todos os sonetos de Florbela, mas muito belo!

    Parabéns pela escolha, Tétis.

    Um beijo amigo.

    Janita

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  5. Querida Amiga..
    Hoje consegui liberar e ler seu comentário
    que me deixou profundamente feliz.
    Desde , conheci você tenho um carinho muito especial
    por si porém meu problema de saúde tem limitado minha vida.
    A algum tempo as coisas vem ficando cada dia mais limitado
    diante da dor .
    Ah!..Como daria tudo para deixar essa bagagem de dor
    e voltar a viver de uma forma mais humana .
    Obrigada pelo seu carinho e por nunca se esquecer de mim,
    pois tudo isso me conforta da animo e vontade de viver .
    Um dia de paz e luz ..Que , Deus abençoe você com saúde abençoada semana beijos fia com Deus.
    Evanir.

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  6. E na realidade Florbela Espanca, que nasceu na época errada como mulher e no tempo certo como poetisa, nunca teve força de superar a tragédia dessa mesma vida,
    as agruras, os desgostos e a morte e escolheu a morte "Senhora Dona Morte"
    e repudiou continuar num lugar onde o melhor de sua vida não voltava mais...E ela sabia que aquela tremenda saudade nunca iria passar...ela sabia e perdeu o interesse por uma vida tão mal vivida e nos deixou seus belos poemas de amor, únicos e maravilhosos e os encheu de seu grande sofrimento e saudade...bendita seja, por seu legado à humanidade! Descansa em Paz!

    Maria Luísa "os7degraus"

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  7. Sem remédio? Depende de nós!

    Abraço grande

    ( gosto de Florbela, mas não hoje)

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