Tu dizes:
Escreve! Escreve!
Tens de escrever!
Não quero escrever.
Para que serve o que escrevo? Só eu vou entender aquelas frases.
Achas que alguém quer saber do raiar do dia por entre a persiana?
Das gaivotas que voam à noite, fantasmagóricas, à luz dos candeeiros?
Dos livros que tenho dentro de mim?
Dos meus sonhos e pesadelos?
Das minhas frustrações e alegrias?
Dos meus devaneios?
Se escrever, coloco nas palavras parte de mim.
E essa parte deixa de ser minha.
Fico menos eu…
Escreve! Escreve!
Tens de escrever!
Não quero escrever.
Para que serve o que escrevo? Só eu vou entender aquelas frases.
Achas que alguém quer saber do raiar do dia por entre a persiana?
Das gaivotas que voam à noite, fantasmagóricas, à luz dos candeeiros?
Dos livros que tenho dentro de mim?
Dos meus sonhos e pesadelos?
Das minhas frustrações e alegrias?
Dos meus devaneios?
Se escrever, coloco nas palavras parte de mim.
E essa parte deixa de ser minha.
Fico menos eu…
Olá Argos,
ResponderEliminarAlguém que escreve, escreve apenas para si próprio? Que tipo de exercício é esse?
A escrita não será uma (das) forma perfeita de partilha?
Partilhar sonhos, sentimentos. Partilhar alegrias e devaneios, e frustrações e sucessos, isso é irrelevante?
Mas...?
Mas quem escreve nunca se desnuda completamente, nunca se esvazia por muito que fale de si.
O seu "eu" intrínseco continua intocável
Alguém pode dizer que conhece integralmente um escritor? Não há nele muita verdade que está vedada a quem lê?
Abraço muito grande.
Querido amigo
ResponderEliminarÉ claro que digo e sempre direi "Escreve! Escreve! Tens de escrever!"... (apesar de este texto não ser dirigido a ninguém em especial eu posso assumi-lo como dirigido "também" a mim pois já por diversas vezes te disse essa palavra e essa frase imperativas...).
E, se o disse foi porque penso que, ao contrário do que aqui dizes, existe quem entende aquilo que escreves, existe quem quer saber do "teu" raiar do dia por entre a persiana, das "tuas" gaivotas que voam à noite..., dos livros que tens dentro de ti e também dos teus sonhos e pesadelos, das tuas frustrações e alegrias e até dos teus devaneios.
Os amigos, os verdadeiros (sejam eles "reais" e/ou "virtuais") existem também para isso, para nos entenderem, para com eles compartilharmos os nossos sonhos/pesadelos, frustrações/alegrias...
E não temas, não receies em dar a esses amigos parte de ti, pois a vida é isso mesmo dar e receber, é partilha, é dádiva de Amor... e não é por isso que deixamos de ser "menos nós", antes pelo contrário, enriquecemo-nos ao partilhar, ao darmo-nos aos outros.
Bem, chega de conversa, chega de escrever...
Um enorme abraço muito amigo e um obrigada pela partilha e dedicação.
Amigo Argos,
ResponderEliminarTal vez te guste este pensamiento en francés:
. À la question toujours posée «Pourquoi écrivez-vous ?», la réponse du Poète sera toujours la plus brève : «Pour mieux vivre.».
Saint-John Perse (Alexis Léger, dit Alexis Saint-Léger Léger, puis), Réponse à un questionnaire sur les raisons d'écrire (Gallimard).
Abraço grande meu amigo