segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Liberdade


— Liberdade, que estais no céu... 
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga, in 'Diário XII'

40 comentários:

  1. Já vi que estás mesmo recuperado.

    Liberdade? Já mais de uma vez citei Fichte - " a liberdade não é nada. Tornar-se livre é tudo!"

    Para aqui também se adapta.

    A liberdade no céu, não sei. (O verso nº 4 não será Pão de cada dia?)
    Mas na terra estou ao lado de todos os que fazem da liberdade a sua religião.

    Quando aprisionados, da palavra, das ideias, do ser e da vontade, só temos que quebrar as marras e saborear, enfim, o pão da nossa fome!!!

    Abraço grande
    (Belo post na conjuntura actual)

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    1. amarras, naturalmente e não marras!

      Abraço

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    2. JP,

      Foi no teu cantinho que senti a "inspiração", ia colocar outro poema, mas ficou este.

      E tens razão, é o que faz copiar da internet sem ler tudo em vez de escrever tendo à frente o livro.
      Vou emendar, obrigado.

      Abraço grande

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    3. Acho que não estou mesmo, mesmo recuperado,estou lentinho.
      :)
      O melhor é ir dormir.

      Abraço grande

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  2. Liberdade... nascemos tão livres e mesmo assim tendemos a por amarras em tudo e todos! beijinhos!

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    1. Olá Alexandra,

      E esse é o mal, não é?
      Gritamos por liberdade mas não tiramos as grilhetas.
      Porquê essa necessidade?

      Abraço

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    2. Argos,

      obrigada pelo comentário que me deixaste no blog a propósito do meu aniversário! Eu gosto de mimos e os teus votos poderiam ter chegado com um mês de atraso que teria o mesmo significado! Quanto à tua questão... usamos mal a nossa liberdade, o nosso livre arbítrio! Gritamos por liberdade, mas continuamos enraizados no degredo, na presunção, na sensação de que nada nos chega, que nada nos satisfaz... e afinal com tão pouco podemos ser felizes!

      Beijinhos

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    3. Olá Alexandra,

      Temos medo, é isso?
      Ou somos gananciosos?

      abraço grande

      (vou sempre ao "ouso ecrever" ler os posts novos, há alguns que vou lá para reler)

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    4. Gostei de saber que me "visitas" regularmente!

      Sabes, acho que é um misto de ganância e medo! Espero de coração que tudo se modifique!

      beijinho e abraço grande!

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    5. Alexandra,

      Hoje respondi a alguns. Preciso de tempo.

      Abraço grande

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    6. Sou meio introvertido.

      Outro Abraço

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    1. Teresa?

      Ponto? Só um pontinho?

      Então pronto, pontos e tracinhos!

      .- -... .-. .- -.-.. ---

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    2. Eheheh...estou a gostar desta quase briga!

      Teresa, só um pontinho?

      Argos, porquê os tracinhos?

      Abraço aos dois

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    3. Morse, meu caro, somente morse!
      os espaçoa não estão muito bem, mas deve dar para perceber oq ue está escrito!

      Abraço grande

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    4. Agora és especialista és?

      Pronto, morse não é a minha especialidade....vou ser expulso?

      Abraço grande

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    5. Claro que não és expulso, assim como eu não sou especialista (só sou arquitecto de sonhos, lembras?), foi só para impressionar a Teresa, pode ser que tenha direito a um abraço!
      :)

      Abraço grande para ti

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    6. Aquela do expulso era para provocar a Teresa....

      Se me lembro? Meu amigo, sabes quem te deu o titulo?

      A Teresa dar-te um abraço? Ela é dura, mas não a tenho por insensível....

      Abraço grande
      (Argos, estou a dizer isto da Teresa porque tenho medo das brasitas:)

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    7. Só um pontinho e pequeno.

      Escreveste o quê? Até tenho medo de ler.
      Vai dar briga, vai!

      JP,
      Help! O que é que o Argos disse?
      Não sabes morse?
      Aprende.
      Faz um curso por correspondência, faz o mestrado, o doutoramento, tudo que quiseres, mas APRENDE morse.
      É que o nosso amigo Argos não é de fiar!...

      Achas que é só arquitecto de sonhos? Será?
      Ai, valha-me...
      Qual é o santo da tua devoção, JP? Achas que me acode?

      E provocam-me, e falam nas minhas costinhas, e pintam a manta tal como o Carapauzito, e...?

      ... e vou-me embora.

      Agora:

      Por ordem de chegada.

      Argos,

      Abraço semi-grande.
      Como é? Não sei, imagina.

      JP,

      Beijinho pequenininho.

      Mais alguma coisa, cavalheiros?

      Digam lá, mas digam, se não tenho uma paciência muitíssimo superior à de Jó?

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    8. Respondo eu.....tudo de enfiada!

      Morse só nas equivalências!
      O santo da minha devoção nem a mim me acode.
      Aceito o beijinho pequenino e ....fujo!É que hoje acho que me vais bater, não sei porquê, mas estou cá com um pressentimento.....

      -...-'=-...

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    9. JP,

      Quê?

      Abraço na mesma


      Teresa,

      Sabes ou não sabes que brincamos contigo porque gostamos muito de ti?

      Abraço grande, grande

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    10. Morse, meu caro....cumpro ordens da Teresa. Vim aqui três vezes e aprendi....equivalências!

      Abraço grande
      (A Teresa? Não sei....Golegã, acho eu!)

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    11. Elementar!

      :)

      Abraço grande

      Vê lá se a Teresa emigrou...

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    12. Não emigrou....já a vi sherlock:)


      Abraço grande

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    13. Com licença.

      JP,
      Os teus pressentimentos costumam cumprir-se? É que estou com vontade de...?
      ... de te dar aquele abraço.
      Não é que mereças muito, mas a correria das respostas redime-te de todos os "pecados".
      O santo da tua devoção não te acode?

      Ah!
      Ai não?
      Por que será?
      Peste tu.

      O morse não se compadece com equivalências, ouviu?

      Agora o menino Argos.

      Tenho a comunicar que não emigrei, nada disso.

      Gostam de mim e escrevem de forma que eu não entendo? Malvados, é que os meninos são.

      JJJPPPP,

      OBRIGADA. Deste-me uma ideia genial.
      GOLEGÃ? É isso mesmo. Logo que possa vou visitar os cavalinhos.

      Tão lindos, os dois!

      Mas que fique claro. Se voltam a utilizar o morse fujo, ok?!

      Abraço aos dois?

      Está bem!...


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    14. Que gritaria vem a ser esta?

      Argos, tu não te impões? Vai menina, vai visitar os cavalinhos, mas fica atenta, não vá o santo da minha devoção estar distraído.....

      Nada de morse. Combinado!

      Abraço aos dois

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  4. eu diria que Miguel Torga nesse poema sem nenhuma intenção...faz dele uma oração...é sublime...

    desejo que estejas bem...



    meu carinho,Argos...

    Zil

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    1. Olá ZilMar,

      Ainda bem que gostaste do poema!
      Miguel Torga é aquele poeta!

      Eu estou bem e prometo visitar o seu cantinho

      abraço


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  5. Hola Amigo Argos,

    "Si l'homme échoue à concilier la justice et la liberté, alors il échoue à tout."

    Camus (Albert)

    Abraço grande

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    1. Olá Poseidón,

      Uma boa frase de Camus, mas achas mesmo que o homem faz isso?

      Abraço grade

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  6. Felicidades, amigo por este canto a la libertad.

    Besos. María.

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    1. Olá maría,

      Um belo canto à liberdade, sem dúvida, mas alguém o ouve?

      Abraço

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  7. Tenho de escrever alguma coisa diferente da de Torga.
    Assim,

    "— Liberdade, que nem estais no céu...
    — Liberdade, que nem estais na terra...
    — Liberdade, que nem estais em mim,

    procuro-te!"


    Beijo

    Laura

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  8. Laura,

    Tens a certeza que não está dentro de ti? Procuraste bem?

    Abraço

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  9. Um belissimo canto de liberdade de Miguel Torga.
    Beijinhos
    Maria

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  10. Olá Maria,

    Todos os "cantos" de Torga são belos, podem até ser "rudes", mas todos têm beleza.

    Abraço

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  11. Olá carmen,

    Obrigado por estas palavras, gosto de voar até ás estrelas!

    abraço

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  12. Amigo Argos

    Torga é sempre aquela escolha que nunca cansa, que podemos usar e abusar.

    Sou suspeita, é verdade, tenho "um fraquinho" por Miguel Torga, mas penso que não sou caso único!...

    Transcrevo aqui, se mo permites, a última sextilha pois resume o que penso e sinto - a liberdade está em nós

    Até que um dia, corajosamente,
    Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
    Saborear, enfim,
    O pão da minha fome.
    — Liberdade, que estais em mim,
    Santificado seja o vosso nome.


    Um abraço amigo



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  13. Olá Tétis,

    Relativamente ao Torga és tão suspeita quanto eu!
    Quanto à liberdade, por vezes não a sabemos utilizar, magoamos os outros e...nós!

    Abraço grande

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