“Divagações” sobre uma fotografia que me enviaram

A "minha" Flor Azul

Confesso que não percebo nada de flores, mas a minha demanda pela Flor Azul começou há muito tempo.
Em menino li um texto em que se comparava uma criança “especial” a uma flor que por ser azul era rara e necessitava de cuidados extras.
Depois disso comecei a olhar com atenção para as flores que encontrava e quando via alguma que se parecia enquadrar na descrição, perguntava esperançado:
-É azul, não é?
Poucas vezes recebi uma confirmação. Muitas vezes ouvi a explicação:
- Não é bem azul, é uma tonalidade do lilás. É arroxeada.
As que eram azuis não eram do tom por mim idealizado.
Acabei por me conformar. Flores Azuis, azulinhas, daquele azul que eu gosto não existem na natureza.

Isto que acabaste de ler era o início do meu post de hoje.
Depois tive uma “branca”, um bloqueio e não consegui continuar.
A tecla DEL foi uma tentação!
O que queria dizer a seguir?
Mais ou menos o seguinte:
Que à medida que fui crescendo, deixei de procurar com tanta obstinação a Flor Azul, mas que sempre me fascinaram as flores das dunas (que eu desejava que fossem do “meu” azul, embora não perguntasse a verdadeira cor para não ficar desapontado).
Queria também dizer que um dia, num passeio, vi uma grande extensão de flores de um azul intenso (pelo menos era azul aos meus olhos), que me fascinou.
Aproximei-me e verifiquei que era de uma trepadeira que tinha coberto quase por completo os escombros de uma casa calcinada.
Nessa altura pensei que todo aquele azul estava a tentar reabilitar uma sombra negra.
Adivinhas que trepadeira era?
Julgo que era igual!


Consegues imaginar o meu sorriso quando vi a fotografia que me mandaste?