
Uma cúpula central rodeada por outras quatro menores, com minaretes em cada ponta que se reflectem num grande lago, são os elementos arquitectónicos que conferem ao Taj Mahal uma simetria perfeita que o torna extremamente belo ao entardecer e ao alvorecer, quando toda a sua construção de mármore reluzente parece flutuar.
Ao longo do dia esta beleza perfeita altera-se. Umas vezes o Taj Mahal aparece envolto numa neblina, noutras reluz numa tonalidade rosada, num cinza pérola ou num amarelo suave, chegando a atingir uma brilhante claridade sob o sol de Agra. Na verdade, a mudança de iluminação e de aparência é um motivo decorativo intencional, já que o Taj Mahal foi projectado para produzir uma diversidade de possibilidades visuais para o seu observador. Além do mais, segundo os princípios da arquitectura mogol, a luz simboliza a presença de Alá.
Construído entre 1630 e 1652 por cerca de 22 mil trabalhadores trazidos de várias cidades do Oriente, o Taj Mahal é uma homenagem do imperador Shah Jahan à memória e para preservar o corpo da sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio" ou a “A eleita do palácio”), falecida após ter dado à luz o seu 14º filho.
Este gigantesco mausoléu, símbolo da maior prova de amor do mundo, contém inscrições retiradas do Corão, é incrustado com pedras semi-preciosas, o lápis-lazúli e outras e a cúpula apresenta-se costurada com fios de ouro.

Tal como um tesouro, o Taj Mahal é protegido por um portão principal construído em arenito vermelho com cerca de 30 metros de altura. Encontra-se rodeado de um grande jardim em estilo mogol, cujo trajecto é simetricamente demarcado e que inclui canteiros de flores, caminhos elevados, avenidas de árvores, fontes, cursos de água, e pilares que reflectem a imagem dos edifícios na água. Os canais de água separam o jardim em quadrantes simbolizando os Jardins do Paraíso islâmico, cujos quatro rios fluem água, leite, vinho e mel. Em tempos passados, havia peixes reluzentes nas águas, os pássaros coloridos pairavam nos ares e, na terra, árvores plantadas com perfeição simbolizavam a morte (os ciprestes) e a vida (as árvores de fruto).
O túmulo é rodeado por uma mesquita em arenito vermelho e, fiel aos princípios mogóis da simetria arquitectónica, tem a forma de um quadrado, cada lado medindo quase 60 metros. O arco central é estabelecido em cada lado por arcos menores. A largura do pedestal de mármore sobre o qual está o túmulo é igual à sua altura. E o peso da cúpula corresponde à altura da fachada inferior.
A câmara principal do túmulo, formada por oito lados, guarda o memorial a Mumtaz Mahal, atrás de uma abertura em mármore que permite uma iluminação tão leve quanto etérea. A câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores.
A coroa do Taj Mahal, a cúpula esplendorosa que surge por cima do edifício, está é rodeada por quatro cúpulas mais pequenas, sobressaindo nos extremos da plataforma quatro torres construídas com uma pequena inclinação para que, em caso de desabamento, nunca caírem sobre o edifício principal.

Os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos feitos com pedras semi-preciosas incrustadas no mármore branco, segundo uma técnica italiana utilizada pelos artesãos hindus. Estas incrustações eram feitas com tamanha precisão que as juntas somente se distinguem à lupa. O mosaico de pedras preciosas é tão bem elaborado que uma simples folha ou flor pode ser formada por 60 ou 70 pequenos fragmentos distintos. O rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço.
São várias as lendas associadas ao Taj Mahal e à sua construção. Mas, talvez a mais impressionante é a que conta que por ordem do imperador e depois de terminado o monumento, aos artesãos, arquitectos e decoradores foram-lhes mutiladas as mãos e mandados cegar para que não pudessem voltar a construir algo que igualasse a superioridade e a sumptuosidade da obra que tinham ajudado a erguer.
O Taj Mahal é, sem dúvida alguma, uma das construções mais perfeitas do mundo, o memorial eterno projectado por um homem em homenagem ao seu amor perdido. É uma ode ao amor que representa toda a eloquência que este sentimento pode ser. Tem sido uma inspiradora de poetas, pintores e músicos que tentaram capturar toda a sua magia em palavras, cores e música.
Com quase quatro séculos, milhões de visitantes têm cruzado continentes inteiros para ver de perto a sua esplendorosa beleza, para conhecerem e reterem a sua aura romântica que não deixa ninguém indiferente.
Esta pérola da arquitectura foi descrita pelo poeta Rabindranath Tagore como "uma lágrima no rosto da eternidade".
