Soneto do amor e da morte
Quando eu morrer murmura esta
canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
(Vasco Graça Moura)
Muito comovente este poema de VGM.
ResponderEliminarA primeira vez que o li foi no blogue de alguém que abandonou a blogosfera.
Um beijinho para si, Tétis.
Parabéns pela bonita escolha .
Um belíssimo poema me aguardava desde criança
ResponderEliminarvem comigo o gosto pela poesia.
Um carinho beijo.
Evanir.