segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mistério



Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas...

Talvez um dia entenda o teu mistério...
Quando inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!

(Florbela Espanca)

8 comentários:

  1. Ainda tinha lido apenas as duas quadras deste Soneto e já sabia que a autora só poderia ter sido a inimitável e inigualável Florbela Espanca!

    Não conhecia e agradeço a partilha de um mistério tão belo, embora triste, Tétis!

    Um beijinho amigo.

    Janita

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  2. Un placer visitaros.
    Un abrazo de buenas noches.

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  3. Los misterios no siempre son comprensibles, cuando lo son ya no son misterios. Un abrazo

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  4. Una poesía con mucho misterios, que tengas un buen día.
    Un grande abrazo.

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  5. Bonito soneto de Florbela, muito sofrido como sempre....
    Obrigado por suas palavras no Andradarte e que a sua
    estadia agora se prolongue ' in eternum'......
    Continuação de rápida recuperação....
    Abraço

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  6. Hermosa poesía de Florbela, es una delicia pasar por tu blog

    Un abrazo.

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  7. hola querida amiga Tétis,

    Sabes que gosto muito de Florbela Espanca..
    Lembras que me regalastes un libro de ella.

    Beijos

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