terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Palavras...

Um e-mail recebido.
Um olhar de esguelha para ver se tem conteúdo.
Um sorriso.
Saborear cada palavra, cada linha.
Prolongar a partilha.
Saber que alguém se importa connosco o suficiente para nos dispensar o seu precioso tempo.

Um e-mail recebido.
Um olhar de esguelha para ver se tem conteúdo.
Uma desilusão.
Uma, duas, três linhas partilhadas com a restante lista de amigos, somos somente um número entre outros.
Uma, duas, três linhas por obrigação.
Abreviaturas das palavras e das emoções.

Um toque na campainha.
Um som surdo na caixa do correio.
Que saudade das cartas manuscritas que recebi até à adolescência e depois disso destronadas pelos sms e correio electrónico.
Cartas com textura, cor e cheiro.
Cada palavra sem corrector ortográfico, cada imperfeição, cada rasura.
Pedaços da alma de alguém. 

39 comentários:

  1. Olha Argos!

    Para começar, eu estou contigo em todos os parágrafos, em matéria de gostos, entenda-se!
    Não gosto nada de receber emails que vêm para mim e mais meio-mundo.
    Adoro quando recebo emails com palavras sentidas ou simplesmente relatos do quotidiano de alguém que se lembra de mim e tem gosto em partilhar os seus momento do dia-a dia, por mais simples que sejam.
    Das cartas que chegavam trazidas pelo carteiro? Que saudades! O simples acto de as abrir e sentir-lhe o toque era uma delícia.
    Ainda nos teens, troquei correspondência com um moço de Zaragosa, fomos grandes amigos e essas cartas tinham um cheiro especial. o pior foi quando ele se lembrou de misturar as coisas e lá se acabaram as cartas.
    Que parva que eu fui!!
    Como cantava o Chico Zé, uns anos antes...cartas de Amor, quem as não tem?

    Beijinho, grande ou pequenino?
    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olha Janita!
      :)
      Quem é que não gosta de saber que do outro lado há um(a) amigo(a) disposto a partilhar connosco um pouco do seu carinho?
      Que se importa o suficiente para prescindir de algum do seu tempo, por vezes ocupado ao segundo?
      Das cartas trazidas pelo correio? Em criança eu já conhecia os carteiros que faziam a "ronda" pela "minha rua" e eles faziam questão de tocar à campainha e entregar em mão, sempre que traziam uma carta para mim. Já sabíamos os horários uns dos outros!
      E quando a carta trazia uma surpresa?
      Fotografias.
      Postais.
      Folhas e flores secas para o herbário em construção.
      Uma pena de ave e respectiva história.
      Poemas...

      Abraço grande


      Eliminar
  2. Oi Tétis, e ai, ainda cansada pelas travessia do oceano ?
    Como moro aqui mesmo no Brasil, pra mim foi um pouquinho mais fácil, tanto que fui a primeira a receber o primeiro pedaço do bolo rsrsrs.
    Mas como a nossa querida e amada Lindalva, parece que tem o sangue blosférico já esta preparando nova festa. Acho que dessa, sei não verei como fica.
    Seu texto me fez lembrar de meus e-mails mais absurdos que recebi, e ainda recebo, tem uns que nem abro, mas os deixo guardadinhos e nunca tive a curiosidade de ler.Mas tem uns que recebo as vezes em minhas horas incertas e me levantam os ânimos e isso é gratificante. E já que a comentarista acima falou em cartas, pois é, até hoje mesmo com toda esse tecnologia escrevo cartas, sinto que é mais emocionante. As vezes coloco 10 cartas no correio, e jamais recebo resposta, ainda tem quem pelo menos me avisa que recebeu, mas responder jamais.
    Mas eu sigo em frente na esperança que um dia eu possa cantarolar:
    Quando o carteiro chegou e seu nome gritou com a carta na mão...
    Essa música é de seu tempo?
    Um bjão e obrigada por estar visitando o meu espaço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Célia,

      Mas quando abrimos devemos ler direitinho!

      Abraço de toda a equipa do Blog: Tétis, Poseidón e Argos

      Eliminar
  3. Gostei muito deste texto, talvez porque também detesto e-mails partilhados.
    Ainda recebo algumas cartas, posso dizer que nos dias em que chegam, sinto-me sempre especial.

    Deixo um abraço.

    Sónia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sónia, se ainda recebe cartas é uma privilegiada!
      Desejo, com sinceridade, que continue a receber e a enviar cartas, são gestos de carinho.
      e-mails partilhados? Será um efeito da globalização? :)

      Abraço

      P.S. gostei da visita à casa do Rubens




      Eliminar
  4. Olá Argos, boa tarde!

    Também não aprecio e-mails partilhados. As novas tecnologias revolucionaram por um lado… como tudo possui aspectos positivos e negativos, a desvalorização da escrita.

    Lembro-me perfeitamente de receber e escrever cartas. Como é bom sentirmos o toque do papel. As mensagens da quadra natalícia é outro exemplo: a falta de imaginação. Prefiro mensagem simples, feitas por mim.

    Beijinho
    Susana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Susana!

      Concordo, os e-mails têm aspectos positivos, mas ontem deu-me para isso, para a nostalgia das cartas manuscritas!
      Tocaste noutro ponto importante: As mensagens de Natal "massificadas".
      Nessa quadra ainda vou recebendo uns postaizitos pelo correio e alguns feitos exclusivamente para mim!

      Abraço grande

      Eliminar
  5. Olá, Argos,

    Olhar de esguelha? Ai é? E se o dito for em branco?
    Adiante!
    Que bem sabem as palavras, os momentos partilhados! Mais. Que bom sabermos que há pessoas (atrevo-me a dizer: AMIGOS) com quem a partilha é, de facto, uma realidade.
    Partilhar momentos bons, menos bons, maus, tudo é vivido de forma diferente.
    Não, recuso-me terminantemente à resposta por obrigação, "porque sim", ou porque...? Ou por coisa nenhuma.

    A palavra escrita, os momentos que a mesma exigia, o desenho da letra, o abrir da carta, postal, fosse o que fosse, incutia à mensagem uma magia completamente diferente.
    Enfim, é a evolução dos tempos! :)

    Abraço grande, grande.

    P. S. Ah! Cuidado, ainda ficas estrábico!!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. GL,

      Se o dito for em branco...posso pedir algumas palavras "emprestadas" ao lunfardo!
      ( não te zangues, estou a brincar).
      Partilhar por e-mail ou carta, partilhar com sentimento é sempre reconfortante, embora por carta as emoções transmitidas sejam mais "vivas". É só a minha opinião!
      Acreditas que ainda recebo cartas escritas com caneta e com desenhos a tinta?
      Tenho um tio e dois primos que ainda cultivam o culto dos "aparos"

      Abraço pequenino :)

      Eliminar
  6. Dependendo do que a partilhar pode ser bem vindo amigo Argos. Meus amigos do Farol VENHO FAZER A VOCÊS UM CONVITE SPAM kkkkkkk "oh! abre alas que eu quero passar *risos* - pois é peço permissão para agora lançar o novo evento da ilha - sim... a ilha não para nunca e desde já espero que a nação blogueira se balance e indique um blogueiro e uma blogueira para serem o rei e a rainha do carnaval das ondas - esta indicação tem que ser enviada para meu email até o dia 26 de fevereiro (quarta-feira) e irei divulgando os votos na ilha, ao final farei um sorteio (manual) e o casal sorteado abrirá o carnaval nas ondas dia 28* (sexta feira) - ups* mais detalhes depois direi, mas já podem indicar os nomes, meu e mail é lavanda64@gmail.com
    BASTA ESCREVER: INDICO PARA REI DO CARNAVAL DAS ONDAS O BLOGUEIRO “FULANO DE TAL” DO BLOG “TAL” E PARA RAINHA DO CARNAVAL DAS ONDAS O BLOGUEIRO “FULANO DE TAL” DO BLOG “TAL” – e no dia 27 farei um sorteio manual. Sua indicação não será revelada. Tá vendo é simples e indolor *gargalhadas* - beijos no coração.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lindalva,

      Depende mesmo do qeu for partilhado!

      Abraço e a sua mensagem será "entregue" aos restantes membros do FArol

      Tétis, Poseidón e Argos

      Eliminar
  7. Abraço grande arquiteto de sonhos....

    ResponderEliminar
  8. Olá Anónimo,

    Os sonhos são imateriais, mas viajam como as cartas e como elas se podem guardar!

    Abraço grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. São pedaços da alma de alguém, as cartas...como os sonhos :)))

      Gostei da expressão.

      Abraço grande
      Del porque julguei que apagava tudo mas não dá...só tu o podes fazer)

      Eliminar
    2. Pois...deu-me para a nostalgia das cartas de papel!

      Abraço grande

      Del não apaga sonhos

      Eliminar
  9. A nostalgia faz bem...somos nós a crescer :)))

    Abraço grande
    (Hoje deram-me folga...os amigos não esqueço)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se esqueceres os amigos eu envio-te um e-mail "extenso"!

      Abraço grande e obrigado

      Eliminar
    2. email ou carta ?

      Até amanhã

      Abraço grande

      Eliminar
    3. Ok, tu mereces carta...por vezes:)

      Abraço grande e até amanhã

      Eliminar
  10. “Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.”
    Argos, meu querido, faço-me acompanhar do nosso querido Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos), concordando que todas as cartas de amor são ridículas. Mesmo assim, quando lidas no passar do tempo após o relacionamento ter esfriado ou não ter tido um prolongamento, porque à época em que foram escritas pareciam verdadeiras obra prima da literatura pessoal. Mas as outras cartas, aquelas destinadas aos amigos ou familiares, faziam marejar os olhos de quem as recebesse, pois chegavam às mãos com a mesma emoção e calor com que haviam sido escritas.
    Recebi e escrevi muitas e variadas cartas que hoje adormecem no meu baú de recordações, mas de lá saem vez em quando para ver o que o tempo acrescentou ao passado. Recebi-as dos meus amorosos pais e dos zelosos tios, não apenas quando a distância nos impedia de encontros, mas também ali pertinho, casas vizinhas, quando da comemoração de aniversários, páscoa, dia da criança e Natal. Hoje, já não os tendo mais ao meu lado, são as cartas que afastam ou atraem a saudade que faz recordar.
    A modernidade veio para abolir este delicioso meio de comunicação, mas ainda escrevo cartões de felicitações e também cartas de próprio punho. Tenho a alegria de ter amigos e familiares que ainda cultivam este saudável hábito. Até algum tempo atrás vivi o prazer de deixar o coração falar dos meus sentimentos e emoções em cartas e poemas de amor, escritos à mão. Mas as respostas vinham sempre pelo correio eletrônico ou por cartões comprados em livrarias ou ainda verbalizadas. Talvez já estivessem a indicar que os sentimentos também eram mecanizados... Quem sabe? E mesmo que tenham sido pródigos os elogios à letra e bastante citado o prazer de receber uma carta ou um poema manuscritos, fica-me hoje a sensação de que a recíproca para os sentimentos e emoções nunca foram verdadeiros.
    Também utilizo os e-mails como um meio de conversação pessoal, e vejo neles a vantagem de estender-me a bel prazer, esmiuçar cada emoção, deixando que os dedos conduzam os sentimentos na rapidez que me faz aproveitar bem mais o tempo. Afinal de contas, manuscrita ou não, uma mensagem/carta é sempre bem-vinda ao coração de quem recebe. E para quem escreve... fica aquele gostinho bom de ter tido alguma coisa para falar através do coração.
    Enfim, meu querido Argos, desculpa-me já ter alongado o comentário, mas é que tua escrita sempre suscita em mim a vontade de escrever mais, talvez pela gentileza que nos fazes em realmente ler o que escrevemos.
    Amigo, estou encerrando meu espaço. Não sei se volto. Talvez numa das voltas que o mundo dá eu pouse novamente naquele pedacinho de chão... Não tenho certeza de nada neste momento. Minhas (muitas) atividades serão acrescidas com uma especialização na minha área profissional, e o tempo será escasso para tantas atribuições. Não gostaria de fazer postagens ou de visitar os amigos de uma forma apressada, pois gosto de dedicar-me de coração e com muito esmero a tudo que faço. Por isso estou aqui também para me despedir. É claro que sempre que der virei visitar os amigos mais queridos e o teu espaço está entre aqueles que farei questão de arrumar um tempinho para dar um alô. Te gosto muito, meu querido amigo, e te desejo tudo de bom que há neste mundo, pois bem mereces ser feliz.
    Nos sorrisos que te deixo, minha gratidão por todas as palavras afetuosas e pelos votos a mim formulados.
    Meu eterno carinho num beijo no teu coração,
    Helena

    ResponderEliminar
  11. Argos, esqueci de deixar também as estrelas... (risos)
    Como sempre presenteei os amigos com sorrisos e estrelas, juntinhos, acho que acabei sendo beneficiada por este lapso, pois pude colher junto de um punhado de mimosas estrelinhas também uma estrela cadente que cruzou os céus justo no momento em que estendi as mãos.
    Ao senti-las sendo depositadas no teu coração, podes fazer um pedido, pois acredito que serás atendido como se tal tivesse sido feito caso teu olhar visse a estrela cadente a correr pelo céu...
    Mais carinho, amigo querido!
    Helena

    ResponderEliminar
  12. Argos, quando fui publicar o comentário/desculpa/estrelas, notei que o primeiro havia sido apagado... O que será que houve? Se bem lembrares já aconteceu isto uma outra vez. Ainda bem que deixei uma cópia no meu arquivo. Vou tentar publicá-lo novamente, copiando e colando aqui:
    “Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.”
    Argos, meu querido, faço-me acompanhar do nosso querido Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos), concordando que todas as cartas de amor são ridículas. Mesmo assim, quando lidas no passar do tempo após o relacionamento ter esfriado ou não ter tido um prolongamento, porque à época em que foram escritas pareciam verdadeiras obra prima da literatura pessoal. Mas as outras cartas, aquelas destinadas aos amigos ou familiares, faziam marejar os olhos de quem as recebesse, pois chegavam às mãos com a mesma emoção e calor com que haviam sido escritas.
    Recebi e escrevi muitas e variadas cartas que hoje adormecem no meu baú de recordações, mas de lá saem vez em quando para ver o que o tempo acrescentou ao passado. Recebi-as dos meus amorosos pais e dos zelosos tios, não apenas quando a distância nos impedia de encontros, mas também ali pertinho, casas vizinhas, quando da comemoração de aniversários, páscoa, dia da criança e Natal. Hoje, já não os tendo mais ao meu lado, são as cartas que afastam ou atraem a saudade que faz recordar.
    A modernidade veio para abolir este delicioso meio de comunicação, mas ainda escrevo cartões de felicitações e também cartas de próprio punho. Tenho a alegria de ter amigos e familiares que ainda cultivam este saudável hábito. Até algum tempo atrás vivi o prazer de deixar o coração falar dos meus sentimentos e emoções em cartas e poemas de amor, escritos à mão. Mas as respostas vinham sempre pelo correio eletrônico ou por cartões comprados em livrarias ou ainda verbalizadas. Talvez já estivessem a indicar que os sentimentos também eram mecanizados... Quem sabe? E mesmo que tenham sido pródigos os elogios à letra e bastante citado o prazer de receber uma carta ou um poema manuscritos, fica-me hoje a sensação de que a recíproca para os sentimentos e emoções nunca foram verdadeiros.
    Também utilizo os e-mails como um meio de conversação pessoal, e vejo neles a vantagem de estender-me a bel prazer, esmiuçar cada emoção, deixando que os dedos conduzam os sentimentos na rapidez que me faz aproveitar bem mais o tempo. Afinal de contas, manuscrita ou não, uma mensagem/carta é sempre bem-vinda ao coração de quem recebe. E para quem escreve... fica aquele gostinho bom de ter tido alguma coisa para falar através do coração.
    Enfim, meu querido Argos, desculpa-me já ter alongado o comentário, mas é que tua escrita sempre suscita em mim a vontade de escrever mais, talvez pela gentileza que nos fazes em realmente ler o que escrevemos.
    Amigo, estou encerrando meu espaço. Não sei se volto. Talvez numa das voltas que o mundo dá eu pouse novamente naquele pedacinho de chão... Não tenho certeza de nada neste momento. Minhas (muitas) atividades serão acrescidas com uma especialização na minha área profissional, e o tempo será escasso para tantas atribuições. Não gostaria de fazer postagens ou de visitar os amigos de uma forma apressada, pois gosto de dedicar-me de coração e com muito esmero a tudo que faço. Por isso estou aqui também para me despedir. É claro que sempre que der virei visitar os amigos mais queridos e o teu espaço está entre aqueles que farei questão de arrumar um tempinho para dar um alô. Te gosto muito, meu querido amigo, e te desejo tudo de bom que há neste mundo, pois bem mereces ser feliz.
    Nos sorrisos que te deixo, minha gratidão por todas as palavras afetuosas e pelos votos a mim formulados.
    Meu eterno carinho num beijo no teu coração,
    Helena

    ResponderEliminar
  13. “Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.”
    Argos, meu querido, faço-me acompanhar do nosso querido Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos), concordando que todas as cartas de amor são ridículas. Mesmo assim, quando lidas no passar do tempo após o relacionamento ter esfriado ou não ter tido um prolongamento, porque à época em que foram escritas pareciam verdadeiras obra prima da literatura pessoal. Mas as outras cartas, aquelas destinadas aos amigos ou familiares, faziam marejar os olhos de quem as recebesse, pois chegavam às mãos com a mesma emoção e calor com que haviam sido escritas.
    Recebi e escrevi muitas e variadas cartas que hoje adormecem no meu baú de recordações, mas de lá saem vez em quando para ver o que o tempo acrescentou ao passado. Recebi-as dos meus amorosos pais e dos zelosos tios, não apenas quando a distância nos impedia de encontros, mas também ali pertinho, casas vizinhas, quando da comemoração de aniversários, páscoa, dia da criança e Natal. Hoje, já não os tendo mais ao meu lado, são as cartas que afastam ou atraem a saudade que faz recordar.
    A modernidade veio para abolir este delicioso meio de comunicação, mas ainda escrevo cartões de felicitações e também cartas de próprio punho. Tenho a alegria de ter amigos e familiares que ainda cultivam este saudável hábito. Até algum tempo atrás vivi o prazer de deixar o coração falar dos meus sentimentos e emoções em cartas e poemas de amor, escritos à mão. Mas as respostas vinham sempre pelo correio eletrônico ou por cartões comprados em livrarias ou ainda verbalizadas. Talvez já estivessem a indicar que os sentimentos também eram mecanizados... Quem sabe? E mesmo que tenham sido pródigos os elogios à letra e bastante citado o prazer de receber uma carta ou um poema manuscritos, fica-me hoje a sensação de que a recíproca para os sentimentos e emoções nunca foram verdadeiros.
    Também utilizo os e-mails como um meio de conversação pessoal, e vejo neles a vantagem de estender-me a bel prazer, esmiuçar cada emoção, deixando que os dedos conduzam os sentimentos na rapidez que me faz aproveitar bem mais o tempo. Afinal de contas, manuscrita ou não, uma mensagem/carta é sempre bem-vinda ao coração de quem recebe. E para quem escreve... fica aquele gostinho bom de ter tido alguma coisa para falar através do coração.
    Enfim, meu querido Argos, desculpa-me já ter alongado o comentário, mas é que tua escrita sempre suscita em mim a vontade de escrever mais, talvez pela gentileza que nos fazes em realmente ler o que escrevemos.
    Amigo, estou encerrando meu espaço. Não sei se volto. Talvez numa das voltas que o mundo dá eu pouse novamente naquele pedacinho de chão... Não tenho certeza de nada neste momento. Minhas (muitas) atividades serão acrescidas com uma especialização na minha área profissional, e o tempo será escasso para tantas atribuições. Não gostaria de fazer postagens ou de visitar os amigos de uma forma apressada, pois gosto de dedicar-me de coração e com muito esmero a tudo que faço. Por isso estou aqui também para me despedir. É claro que sempre que der virei visitar os amigos mais queridos e o teu espaço está entre aqueles que farei questão de arrumar um tempinho para dar um alô. Te gosto muito, meu querido amigo, e te desejo tudo de bom que há neste mundo, pois bem mereces ser feliz.
    Nos sorrisos que te deixo, minha gratidão por todas as palavras afetuosas e pelos votos a mim formulados.
    Meu eterno carinho num beijo no teu coração,
    Helena

    ResponderEliminar
  14. “Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.”
    Argos, meu querido, faço-me acompanhar do nosso querido Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos), concordando que todas as cartas de amor são ridículas. Mesmo assim, quando lidas no passar do tempo após o relacionamento ter esfriado ou não ter tido um prolongamento, porque à época em que foram escritas pareciam verdadeiras obra prima da literatura pessoal. Mas as outras cartas, aquelas destinadas aos amigos ou familiares, faziam marejar os olhos de quem as recebesse, pois chegavam às mãos com a mesma emoção e calor com que haviam sido escritas.
    Recebi e escrevi muitas e variadas cartas que hoje adormecem no meu baú de recordações, mas de lá saem vez em quando para ver o que o tempo acrescentou ao passado. Recebi-as dos meus amorosos pais e dos zelosos tios, não apenas quando a distância nos impedia de encontros, mas também ali pertinho, casas vizinhas, quando da comemoração de aniversários, páscoa, dia da criança e Natal. Hoje, já não os tendo mais ao meu lado, são as cartas que afastam ou atraem a saudade que faz recordar.
    A modernidade veio para abolir este delicioso meio de comunicação, mas ainda escrevo cartões de felicitações e também cartas de próprio punho. Tenho a alegria de ter amigos e familiares que ainda cultivam este saudável hábito. Até algum tempo atrás vivi o prazer de deixar o coração falar dos meus sentimentos e emoções em cartas e poemas de amor, escritos à mão. Mas as respostas vinham sempre pelo correio eletrônico ou por cartões comprados em livrarias ou ainda verbalizadas. Talvez já estivessem a indicar que os sentimentos também eram mecanizados... Quem sabe? E mesmo que tenham sido pródigos os elogios à letra e bastante citado o prazer de receber uma carta ou um poema manuscritos, fica-me hoje a sensação de que a recíproca para os sentimentos e emoções nunca foram verdadeiros.
    Também utilizo os e-mails como um meio de conversação pessoal, e vejo neles a vantagem de estender-me a bel prazer, esmiuçar cada emoção, deixando que os dedos conduzam os sentimentos na rapidez que me faz aproveitar bem mais o tempo. Afinal de contas, manuscrita ou não, uma mensagem/carta é sempre bem-vinda ao coração de quem recebe. E para quem escreve... fica aquele gostinho bom de ter tido alguma coisa para falar através do coração.
    Enfim, meu querido Argos, desculpa-me já ter alongado o comentário, mas é que tua escrita sempre suscita em mim a vontade de escrever mais, talvez pela gentileza que nos fazes em realmente ler o que escrevemos.
    Amigo, estou encerrando meu espaço. Não sei se volto. Talvez numa das voltas que o mundo dá eu pouse novamente naquele pedacinho de chão... Não tenho certeza de nada neste momento. Minhas (muitas) atividades serão acrescidas com uma especialização na minha área profissional, e o tempo será escasso para tantas atribuições. Não gostaria de fazer postagens ou de visitar os amigos de uma forma apressada, pois gosto de dedicar-me de coração e com muito esmero a tudo que faço. Por isso estou aqui também para me despedir. É claro que sempre que der virei visitar os amigos mais queridos e o teu espaço está entre aqueles que farei questão de arrumar um tempinho para dar um alô. Te gosto muito, meu querido amigo, e te desejo tudo de bom que há neste mundo, pois bem mereces ser feliz.
    Nos sorrisos que te deixo, minha gratidão por todas as palavras afetuosas e pelos votos a mim formulados.
    Meu eterno carinho num beijo no teu coração,
    Helena
    (http://helena.blogs.sapo.pt)

    ResponderEliminar
  15. Argos, esqueci de deixar também as estrelas (risos), como sempre faço associando-as aos sorrisos.
    Acredito que tal lapso tenha me favorecido, pois tive a ventura de colher, junto das mimosas estrelas de um lindo céu totalmente azul, também uma estrela cadente que por acaso cruzava os céus naquele momento. Nem fiz o pedido a que tinha direito, pois apressei-me a colhê-la junto das outras e aqui estou, trazendo-as para ti. Ao senti-las pousando no teu coração podes fazer um pedido, pois certamente serás atendido com a mesma presteza como se tivesses formulado tal pedido ao vê-la cruzar os céus...
    Fica tudo com muito carinho do meu coração,
    Helena
    (http://helena.blogs.sapo.pt)

    ResponderEliminar
  16. Argos, esqueci de deixar também as estrelas (risos), como sempre faço associando-as aos sorrisos.
    Acredito que tal lapso tenha me favorecido, pois tive a ventura de colher, junto das mimosas estrelas de um lindo céu totalmente azul, também uma estrela cadente que por acaso cruzava os céus naquele momento. Nem fiz o pedido a que tinha direito, pois apressei-me a colhê-la junto das outras e aqui estou, trazendo-as para ti. Ao senti-las pousando no teu coração podes fazer um pedido, pois certamente serás atendido com a mesma presteza como se tivesses formulado tal pedido ao vê-la cruzar os céus...
    Fica tudo com muito carinho do meu coração,
    Helena
    (http://helena.blogs.sapo.pt)

    ResponderEliminar
  17. Olá Helena,

    Tens noção que esta resposta que aqui deixaste foi para mim como uma carta manuscrita?
    Fiquei feliz no início e depois triste, mas entendi e respeito as tuas decisões.
    Porque a blogsfera é como o espaço, por vezes encontramos estrelas que nos dão brilho e carinho, mas depois...estrela cadente riscando o céu...e fica o céu mais escuro e vazio.
    Espero que sejas feliz e não esqueças os amigos.

    Abraço muito grande e obrigado pelo que me ensinaste e pelas estrelas e sorrisos

    ResponderEliminar
  18. Hace tiempo que no os visito, pero no me olvido de vosotros!!!

    Un saludo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Jessica,

      Abraço grande e com saudades dos amigos do Farol

      Tétis , Poseidón e Argos

      Eliminar

  19. Olá, Argos, soube-me bem ver que não sou a única a ter essa sensação de, ao ver a lista dos destinatários, me parece ter sida enfiada numa canastra onde sardinhas, pescadas, polvos e peixes espada convivem amontoados. Não gosto de ver o meu email fácil de caçar por dá cá qualquer carapau ou marmota, que possa ter já o rabo na boca.

    Gosto de cartas, mas já ninguém as escreve. Também não há nada de pessoal para contar. Para isso vai-se ao facebook e todo o mundo fica a saber.Depois é só clicar no gosto e partilhar...

    Um beijinho

    Laços e Rendas



    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Laços,

      Pois...facebook...coisa que não tenho!
      Algumas pessoas perderam a noção do que é a partilha na amizade. Julgo mesmo que banalizaram essas palavras.

      Abraço grande

      Eliminar
  20. Novos tempos, novas maneiras de se comunicar e expressar os sentimentos, Resta-nos o saudosismo...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Anabela,

      Não resta não, podemos continuar a lutar por manter vivas essas expressões e não ter medo de ser diferente!

      Abraço grande

      Eliminar
  21. Olá Argos, boa noite!

    Desejo-te um excelente fim de semana.

    Beijo
    Susana

    Nota: do facebook são dois…também não tenho e nem me interessa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Susana!

      Um bom fim-de-semana para ti também!

      Facebook? Não obrigado!
      :)

      Eliminar
  22. Você minha amiga Tétis teve indicações de blogueiros para o sorteio de Rainha do Carnaval das Ondas que ocorrerá em minha Ilha, o sorteio será dia 27 de fevereiro e na noite do dia 28 o Salão CarnaIlha abrirá as portas para coroação da Corte Real do Carnaval que vai bombar na blogosfera, conto com a tua presença e alegria. Beijos e um final de semana bem iluminado. Um grande abraço em Argos e Poseidon!

    ResponderEliminar
  23. Olá amigo Argos,

    Esta é a eterna questão/polémica/dilema entre o papel e o digital (electrónico).

    As TICs são importantes, foi grande a evolução e sem dúvida muitas vantagens nos têm trazido mas há que, como em tudo, não cair em exagero e saber tirar o melhor proveito do que nos podem oferecer.

    Um e-mail está para uma carta manuscrita tal como um e-book está para um livro que nos permite o prazer de folhear, cheirar... será que alguma vez poderemos prescindir destes prazeres?

    Um grande abraço amigo

    ResponderEliminar
  24. Olá Tétis,

    Acredita que eu tiro o melhor proveito das TICs e a minah vida é facilitada por elas!
    ( só que adorava receber cartas manuscritas,manias minhas!:))

    Abraço grande

    ResponderEliminar

Cada comentário a este post é mais um Facho de Luz que nos ilumina.
Mas, se apenas quiser assinalar a sua presença, dar-nos um recadinho ou dizer-nos um simples “olá”, poderá também fazê-lo no nosso Mural de Recados.
A equipa do Farol agradece o vosso carinho e Amizade.