terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Princípio


Não tenho deuses. Vivo
Desamparado.
Sonhei deuses outrora,
Mas acordei.
Agora
Os acúleos são versos,
E tacteiam apenas
A ilusão de um suporte.
Mas a inércia da morte,
O descanso da vide na ramada
A contar primaveras uma a uma,
Também me não diz nada.
A paz possível é não ter nenhuma.

Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'

9 comentários:

  1. Princípio feliz:) Princípio!!!!


    Vês amigo Argos...lol

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  2. Oi amigo, passando por aqui para agradecer seu carinho e aproveitei para apreciar essa bela poesia..
    Sou apaixonada pelos os Deuses...
    bjss

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  3. Quero te servir a poesia
    numa concha azul do mar
    ou numa cesta de flores do campo.

    Cora Coralina

    Beijos e o meu carinho...M@ria

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  4. Amigo Argos

    Miguel Torga... sabes bem que é um dos meus preferidos. Assim, tudo o que escreveu me agrada.

    Uma excelente escolha, do poeta e do poema. A força que dele emana é enorme, "brutal", faz-nos sentir a vida, faz-nos sentir vivos!...

    Um imenso abraço muito amigo

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  5. Olá "M",

    Pensei que estavas em greve ao "Farol"!
    Fiquei feliz por te ver aqui!
    Princípio feliz...se inverter dá final feliz?

    Abraço grande

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  6. Olá Nice,

    Fic feliz por teres gostado da poesia!

    Abraço

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  7. Olá Maria,

    Obrigado pela poesia, já sentia falta destas pequenas poesias.

    beijos

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  8. Olá amiga Tétis,

    Obrigado pelas palavras simpáticas que aqui deixaste.
    Relativamente ao poema e ao poeta, não foi por acaso que ele se denominou Torga!

    Abraço grande

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  9. Hola amigo ARGOS,

    "Tout l'intérêt de l'art se trouve dans le commencement. Après le commencement, c'est déjà la fin."

    Picasso (Pablo Ruiz),

    Abraço amigo

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