Só
quando vem a noite, de algum modo sinto, não uma
alegria,
mas um repouso que, por outros repousos serem
contentes,
se sente contente por analogia dos sentidos. Então
o
sono passa, a confusão do lusco-fusco mental, que esse
sono
dera, esbate-se, esclarece-se, quase se ilumina. Vem,
um
momento, a esperança de outras coisas. Mas essa esperança
é
breve. O que sobrevém é um tédio sem sono nem esperança,
o
mau despertar de quem não chegou a dormir. E
da
janela do meu quarto fito, pobre alma cansada de corpo,
muitas
estrelas; muitas estrelas, nada, o nada, mas muitas
estrelas...
(Fernando Pessoa, “Livro
do Desassossego”)
Para reflexionar,cariños.
ResponderEliminarUm prazer ler Fernando Pessoas
ResponderEliminarE dá o que pensar
Beijinhos querida Tétis
Un placer visitarte Tétis, el no poder dormir puede traer un limbo total.
ResponderEliminarAbrazos.