Há decisões que são para ser tomadas....
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é o melhor: se é isto ou aquilo.
(Cecília Meireles)
sexta-feira, 31 de julho de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
Cegonha
A ti, Argos, dedico este post que concebi pensando no
quanto admiras esta ave tão comum no nosso Portugal. Termino-o com a bela e inesquecível
canção do não menos inesquecível Carlos Paião que sei, é uma das tuas
preferidas do seu imenso e criativo reportório.
Cegonha-Branca (Ciconia
ciconia)
As cegonhas
(Ciconia spp.) são aves da família Ciconiidae
com cerca de 1 metro de altura e 3 kg de peso. Migratórias e monogâmicas, estas
aves caracterizam-se por emitir sons através do bater dos bicos, actividade a
que se dá o nome de “gloterar”.
De habitat variado, as cegonhas vivem em locais como
campos abertos, margens de lagos e lagoas, zonas pantanosas, prados húmidos,
várzeas, cidades, pântanos, pastagens e falésias.
Alimentam-se de pequenos vertebrados, como rãs,
lagartos, cigarras, cobras, insectos, minhocas e peixes.
As crias das cegonhas, nascem na Primavera de uma
postura de cerca de 3 a 5 ovos e de uma incubação entre 20 a 30 dias. É
interessante ver a atitude protectora da cegonha-mãe que quando chove abre as
asas para proteger as crias indefesas.
Existem várias espécies de cegonhas: a Cegonha-de-abdim
(Ciconia abdimii), a Ciconia episcopus, a Cegonha-de-storm (Ciconia stormi), a Maguari (Ciconia maguari), a Cegonha-branca-oriental
(Ciconia boyciana), a Cegonha-branca
(Ciconia ciconia) e a Cegonha-preta (Ciconia nigra).
Em Portugal a cegonha-branca é uma das
duas espécies do género Ciconia mais conhecidas da nossa fauna. Mais comum do
que a cegonha-preta, a cegonha-branca é reconhecível por todos devido à sua
tonalidade branca e preta e ao seu característico bico vermelho.
Por procurar ambientes quentes, é vulgar avistarem-se
populações de cegonhas brancas principalmente na região centro, tornando-se
assim uma ave bastante característica da paisagem portuguesa. A sua presença está
fortemente enraizada na nossa cultura, sendo considerada por muitos um símbolo
regional devido a ter-se tornado já um elemento característico da paisagem em
muitas regiões do país. Espécie normalmente admirada e respeitada pela grande
maioria da população, existem actualmente várias reservas e planos ambientais
para a sua conservação.
Mais comum no sul e centro do que no norte de Portugal,
a cegonha-branca é presença constante nas searas e pousios alentejanos e nos arrozais,
verificando-se, nos últimos anos, um aumento acentuado do número de efectivos
ao longo de todo o ano.
Inconfundível, a cegonha-branca apresenta uma das silhuetas mais facilmente identificáveis da nossa avifauna. O seu pescoço e patas compridas, a tonalidade branca do corpo, com as pontas das primárias e secundárias pretas, e a cor vermelha viva do bico e das patas, tornam-na uma ave emblemática do nosso território.
Fontes: Wikipédia e ICNF
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quarta-feira, 22 de julho de 2015
Os Erros
A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos
Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos
Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
sábado, 18 de julho de 2015
Súplica
SÚPLICA
Mortos que em
certas horas me falais
Com a vossa mudez
ou murmúrios subtis,
Dizei: Custa muito
morrer?
Há lá, por esse
mundo, uma outra vida,
Que valha a pena
viver?
Mortos que em
certas horas me tocais
Com a vossa mão
fria,
Dizei-me: Com a
morte tudo acaba,
Ou, como se
nascêssemos de novo,
Um novo mundo
principia?
Nada sei.
Sou inexperiente na
morte,
Pois não morri
ainda
Queria saber
desvendar
Se com a morte que
tomba
Alguma coisa
começa,
Ou, se pelo
contrário, tudo finda.
Esses que amei, com
quem vivi, felizes,
Num mundo de
amarguras povoado
De novo, poderei
tornar a vê-los,
Felizes ao meu
lado?
Ilusões, quem as
criou,
É um benfeitor
Que merece guarida!
Dai-me a ilusão,
todos vós que morrestes,
De uma outra vida
melhor
Para além desta
vida.
(Alfredo Brochado)
terça-feira, 14 de julho de 2015
Nec caput nec pedes habet ( e também sem fim) II
Era uma vez um vendedor de sonhos impossíveis que de tantos vender acreditou na sua possibilidade.
Tornou-se arquitecto e construiu para si uma casa sem portas mas com muitas janelas. Para entrar só se impunha uma condição: Asas.
Com a ajuda dessas asas a casinha principiou a subir, cada vez mais alto em direcção ás estrelas.
Por baixo nuvens amenas, por cima a luz dos astros.
Num impulso começou a escrever os seus sonhos, as asas ajudariam a afastar os medos.
Mas o tempo é caprichoso e o seu sopro espalhou as letras…
M
T H
J
P L
M
J
G
D
E
L
E ele percebeu que letras espalhadas não têm pés nem cabeça e que até o tempo vendido por um sonhador tem afinal um fim.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Acróstico de Puntualidad..
P U N T
U A L I D A D
P untualidad
RigU rosidad
diligeN cia
T iempo
U na actitud
A ntes
L os demás
PrecI sión
D urante todo
A sí
D ebe ser un hábito
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